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JC Logística

- Publicada em 04 de Agosto de 2016 às 21:40

Cresce número de mulheres trabalhando de motoristas

A velha máxima "mulher no volante, perigo constante" não poderia estar mais desatualizada. Depois de assumirem a direção dos ônibus, elas agora também dão um show de habilidade nos carros do Uber. Atualmente, pelo menos 300 mulheres já trabalham como motoristas nas ruas do Rio de Janeiro, segundo dados extraoficiais.
A velha máxima "mulher no volante, perigo constante" não poderia estar mais desatualizada. Depois de assumirem a direção dos ônibus, elas agora também dão um show de habilidade nos carros do Uber. Atualmente, pelo menos 300 mulheres já trabalham como motoristas nas ruas do Rio de Janeiro, segundo dados extraoficiais.
Algumas desistiram de suas profissões, outras embarcaram na ideia para complementar a renda. Entre uma corrida e outra, elas criaram um grupo de mensagens instantâneas para trocar informações sobre trânsito, perigos na via, blitze, ou até mesmo para "tricotar" - vale de tudo: da cor do esmalte a dicas sobre o local mais próximo para um café.
A plataforma funciona como fonte de renda única para 47% das motoristas, segundo a empresa. Esse é o caso de Rosana Marçal, de 47 anos, que mudou de vida há nove meses. Antes, quando vendia carros em concessionárias, entregava as chaves ao cliente. Agora, quem dá partida no carro é ela.
Com a retração do mercado automobilístico, e influenciada por amigos, ela preferiu arriscar. "No início, cheguei a trabalhar 14 horas por dia. Minha família achou o máximo, meu marido me deu muita força. Estou super feliz, e acho difícil parar de dirigir. A liberdade de ir e vir me encantou. Agora, em média, trabalho 10 hora por dia, inclusive à noite", conta.
Ao contrário de Rosana, a família de Janaína Alves, de 27 anos, foi mais receosa. Após ser demitida do emprego de recepcionista, ela encontrou no Uber uma alternativa à falta de trabalho. Preocupado com a segurança, no entanto, seu marido não ficou confortável com a decisão. "Meu marido foi bem contra no começo. Ele ficava com medo toda vez que eu saía. Expliquei que não iria mexer com dinheiro, e ele acabou se acostumando. Mas a rua é muito perigosa, e o trânsito está cada vez mais violento", diz.
A preocupação com a segurança não é em vão. Há um mês, a motorista Alessandra Nunes, de 45 anos, foi encontrada morta na Urca, após ter saído para trabalhar na madrugada. Segundo os peritos, a morte foi causada por fratura de crânio por ação contundente. O caso foi registrado na 10ª DP (Botafogo), onde os investigadores ainda aguardam o laudo do Instituto Médico-Legal (IML). O documento vai apontar se a vítima sofreu um mal súbito ou se foi assassinada. O episódio foi o estopim para que a motorista Carla Teixeira, de 49 anos, tomasse uma atitude: criar um grupo exclusivo das motoristas do Uber em um aplicativo de rastreamento.
"Fico muito preocupada com as meninas. No grupo, se alguém está em alguma rua que não conhece, a motorista que estiver on-line joga no rastreador e informa, por exemplo, se há relatos de tiroteio na região, blitz ou se está tudo bem", explica. Para Alexandra Dias, de 33 anos, a exposição à violência não é exclusividade das motoristas profissionais, mas de qualquer mulher.
"Infelizmente, nós estamos sujeitas a todo tipo de perigo e somos constantemente assediadas. Amigas do grupo já relataram passageiros se tocando no banco traseiro, por exemplo", explica a humorista, que complementa a renda dirigindo.
Entre as taxistas, um aplicativo criado por três motoristas também tem como objetivo a segurança. O Táxi Rosa, lançado no fim do mês passado, tem 60 taxistas femininas cadastradas. A ideia principal é tirar do "rolé" as meninas que não trabalham em cooperativa e, por isso, não têm ponto fixo.
O app teve 1.500 downloads em poucos dias. A motorista Dora Santos, de 57 anos, dirige táxi há um ano e meio. Antes era vendedora. Apesar de trabalhar em cooperativa, foi ela quem deu a ideia para a criação do aplicativo, abraçado por outras três amigas taxistas.
"As meninas sem ponto de parada ficam na rua rodando, esperando o passageiro dar sinal. A ideia foi uma forma que encontrei de auxiliar essas pessoas. Vamos deixar o 'rolé' para os homens", explicou Dora. A criação do Táxi Rosa foi para atende aos pedidos dos próprios passageiros, de acordo com as idealizadoras do aplicativo.
Muitos deles, em geral do sexo feminino, preferem viajar com uma mulher ao volante. As meninas criaram ainda uma marca para que sejam facilmente identificadas nas ruas. Um adesivo rosa, de formato redondo, foi colado na traseira de cada carro.
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