O ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef foram indiciados em um novo inquérito da Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Lava Jato.
Ambos são acusados por um caso de corrupção nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Suape, em Pernambuco. Outras sete pessoas também foram indiciadas no caso. O documento foi assinado pelo delegado Duílio Mocelin Cardoso e obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O inquérito que apura o envolvimento dos investigados nas irregularidades foi publicado no sistema eletrônico da Justiça Federal no dia 5 de julho. Entre os crimes citados estão lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva. Segundo o indiciamento, a Petrobras firmou contratos com a empresa Jaraguá Equipamentos Industriais por serviços na refinaria. Ao todo, os contratos somam R$ 326 milhões.
Segundo a Polícia Federal, a Jaraguá teria feito transferências que somaram R$ 3,8 milhões para empresas controladas por Alberto Youssef, a MO Consultoria e a Sanko Serviços de Pesquisa e Mapeamento. O dono da Jaraguá, Álvaro Bernardes Garcia, e outros executivos da empresa também foram indiciados, assim como sócios de Youssef em suas empresas.
Para a PF, "o montante pago, via MO Consultoria e Sanko Sider, tinha como objetivo abastecer o caixa-2 do Partido Progressista (PP)". Nas eleições de 2010, a Jaraguá fez doações eleitorais ao PP que somaram R$ 1,785 milhão. A transferência é corroborada pelas delações feitas pelo doleiro Alberto Yousseff e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
No mesmo depoimento, o doleiro também cita doações eleitorais oficiais ao PDT e "possivelmente o PMDB". Os dois também afirmaram que parte do comissionamento foi paga por meio das transferências à Sanko Sider e à MO Consultoria.