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Câmara de Porto Alegre

- Publicada em 19 de Julho de 2016 às 21:40

Maioria dos vereadores tentará reeleição na Capital

Com o início do período das convenções partidárias, que começa hoje e vai até 5 de agosto, os vereadores da Capital preparam suas pré-candidaturas à reeleição no Legislativo. Ao todo, 31 dos hoje 36 parlamentares devem tentar um novo mandato na Câmara de Porto Alegre. Todas as bancadas almejam aumentar o número de representantes ou, pelo menos, manter a quantidade atual de cadeiras.
Com o início do período das convenções partidárias, que começa hoje e vai até 5 de agosto, os vereadores da Capital preparam suas pré-candidaturas à reeleição no Legislativo. Ao todo, 31 dos hoje 36 parlamentares devem tentar um novo mandato na Câmara de Porto Alegre. Todas as bancadas almejam aumentar o número de representantes ou, pelo menos, manter a quantidade atual de cadeiras.
O PDT foi o partido que teve a maior perda nesta legislatura. A sigla elegeu a maior bancada em 2012, com sete representantes. Entretanto, ao longo do mandato, três vereadores deixaram o partido: Claudio Janta (hoje no SD), Dr. Thiago Duarte (DEM) e Luciano Marcantônio (PTB). Segundo Márcio Bins Ely, líder do PDT na Câmara, a expectativa otimista da legenda é de oito cadeiras.
O PTB almeja números próximos dos pedetistas, contando com a eleição de sete representantes, um a mais do que a bancada atual. No PMDB, uma votação suficiente para eleger seis parlamentares é esperada, o que representaria um aumento de dois vereadores.
Para a líder de bancada do P-Sol, Fernanda Melchionna, o partido pode buscar até cinco representantes na próxima legislatura.
PT e DEM pretendem, no mínimo, manter o número atual de vereadores das legendas, quatro e três, respectivamente. O PRB trabalha com, pelo menos, a manutenção dos dois nomes de hoje.
O PP, que não deve ter dois dos seus três vereadores como candidatos à reeleição - Guilherme Socias Villela e Kevin Krieger -, trabalha para ter uma bancada de quatro parlamentares em 2017. Mônica Leal, vereadora suplente que atuou durante a maior parte do último mandato, é uma das candidas da sigla. No PSB, a expectativa é dobrar o número de cadeiras, passando de duas para quatro.
As bancadas que hoje possuem representação única almejam aumentar o número de vereadores. A maior expectativa é do PCdoB, que quer a eleição de três nomes. A legenda começou a legislatura com Jussara Cony e João Derly, hoje deputado federal pela Rede. Rodrigo Maroni, que assumiu no lugar de Derly, também trocou o partido pelo PR. O PR, por sua vez, quer eleger dois candidatos.
No Pros, o hoje vereador Bernardino Vendruscolo já anunciou que não concorrerá novamente, mas a expectativa da legenda é ter dois representantes, mesmo número esperado pelo PSD, que hoje conta apenas com Tarciso Flecha Negra.
Rede e SD, que constituíram suas bancadas durante a legislatura, com a filiação de vereadores eleitos por outros partidos, querem a ampliação na quantidade de representantes, mas preferem não falar em números. Se todas as expectativas dos partidos que atualmente possuem mandatos se confirmassem, seriam necessárias 56 cadeiras de vereadores.
Entre os que hoje estão no cargo, Villela (PP), Krieger (PP), Maroni (PR), Waldir Canal (PRB) e Vendruscolo (Pros) afirmaram que não devem concorrer. Villela não pretende mais disputar eleições. Krieger é suplente do PP na Assembleia Legislativa e pode esperar uma vaga no Parlamento gaúcho.
Maroni anunciou sua pré-candidatura à prefeitura em maio. Entretanto, o deputado federal Giovani Cherini, que foi expulso do PDT e assumirá a presidência do PR no Estado, já manifestou sua insatisfação com a candidatura ao Executivo do vereador e afirma que Maroni deve disputar a reeleição para o Legislativo.

Mulheres têm pouca representatividade no Legislativo

A Câmara da Capital deve fechar a legislatura com apenas quatro representantes mulheres: Fernanda Melchionna (P-Sol), Lourdes Sprenger (PMDB), Jussara Cony (PCdoB) e Sofia Cavedon (PT). Todas já anunciaram que concorrem à reeleição. Mesmo assim, o número de candidatas é baixo entre os citados pelos líderes de bancada dos partidos no Legislativo. Ao todo, 65 pré-candidatos foram lembrados pelos políticos, sendo que 16 foram mulheres. Apenas seis lideranças destacaram representantes femininas que participarão do pleito em outubro: PCdoB, PDT, PMDB, PP, P-Sol e PT.
O número representa 24% dos nomes, abaixo dos 30% de candidaturas femininas exigidas por lei. Mesmo assim, todos os partidos garantem que cumprirão a cota de mulheres. As "candidaturas-laranja" são um problema apontado por pesquisadores do sistema eleitoral. Levantamento publicado pelo Jornal do Comércio mostra que a média de mulheres eleitas nas câmaras de municípios do Rio Grande do Sul é de 11,7%.
Três partidos ainda citaram candidaturas representativas de segmentos como LGBT, mulheres, negros e negras e comunitários - PCdoB, PR e P-Sol. Também ganhou espaço entre as legendas o discurso sobre candidaturas que representariam uma "renovação". Pelo menos PR, PRB, Pros e Rede devem apostar em nomes que pouco ou nunca concorreram em eleições.

Voto em lista fechada poderia ampliar presença feminina, diz pesquisadora

Mudanças no funcionamento do sistema político poderiam possibilitar a ampliação da presença de grupos mais diversos nos legislativos. Professora e pesquisadora da Universidade Federal da Bahia, Maíra Kubik Mano defende o voto em lista fechada com alternância de gênero. "Isso permite que as pessoas votem no partido, e não na candidatura, especificamente. Em um sistema como o nosso, que tem dezenas de partidos, isso acabaria sendo um filtro mais significativo." Desse modo, de acordo com Maíra, "os partidos teriam de aumentar a participação feminina de maneira qualitativa. Não interessaria ter metade da bancada de 'candidatas-laranja', como ocorre atualmente", pondera. A "candidatura-laranja" é uma manobra utilizada pelos partidos para cumprir a cota de 30% de candidaturas femininas, com inscrições de mulheres que posteriormente desistem de concorrer.
No sistema atual, segundo a professora, a pouca presença feminina gera um desgaste nas tentativas de participação. "Elas vão desistindo de participar do processo institucional, o que é uma pena, pois afasta essas pessoas que poderiam contribuir para o fortalecimento da democracia", diz Maíra, lamentando que "as mulheres veem que este processo, da maneira como está, não funciona".