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Opinião

- Publicada em 19 de Julho de 2016 às 17:39

Drogas são o mal que alimenta a criminalidade

Os que passaram dos 65 anos devem recordar que a grande transgressão na sua juventude no Brasil era fumar. Fumar escondido, geralmente, eis que os pais daqueles chamados anos dourados não aceitavam isso, no mais das vezes.
Os que passaram dos 65 anos devem recordar que a grande transgressão na sua juventude no Brasil era fumar. Fumar escondido, geralmente, eis que os pais daqueles chamados anos dourados não aceitavam isso, no mais das vezes.
A proibição, entretanto, tinha um viés não muito correto, pois julgavam que fumar era algo "feio". Na realidade, como até hoje, tratava-se de uma questão de saúde - pois fumar faz mal -, não de postura social, mesmo que os jovens se julgassem, então, como adultos, ao fumar.
Os anos passaram e, neste século XXI, muitos, milhares, provavelmente milhões de brasileiros passaram do cigarro às drogas. Foram alguns milhões que pularam do cigarro e aderiram, lastimavelmente, às drogas, vendidas nas cidades.
Com o grande consumo foi fechado o ciclo muito conhecido: se há quem compre e pague, haverá, sempre, quem venda, mesmo sob as penas da lei. Ainda que se diga que é um reducionismo que não abarca todo o problema, assim funciona o grande e lucrativo mercado da maconha, da cocaína e das substâncias sintéticas que levam à dependência, não raro a alucinações e a atos de violência, dentro e fora das casas.
Segundo autoridades policiais, o controle dos pontos de venda assume proporções diretamente ligadas ao faturamento e à violência urbana. O abastecimento é feito pela produção própria ou pelo contrabando escancarado pelas fronteiras terrestres e fluviais do Brasil com outros países.
A licenciosidade da sociedade, que rompeu com diversos grilhões educacionais, nem sempre de maneira correta, fez com que muitas famílias descurassem no monitoramento do comportamento dos filhos adolescentes.
Do cigarro e da "cuba libre" pulamos para drogas como a maconha e, rapidamente, para a cocaína, além daquelas químicas, como ácidos, dos quais o mais popular foi o LSD. Hoje, há o terrível crack. Fácil de ser obtido e barato para ser comprado.
O resultado são organizações criminosas que, com grandes somas de dinheiro movimentadas com a venda da droga, vão se sofisticando cada vez mais. E, como todo o negócio rentável, provoca a concorrência, o que, muitas vezes, acaba sendo resolvido pela violência e crimes.
O exemplo não está mais só no Rio de Janeiro e em outras capitais. Em Porto Alegre também existem facções que disputam pontos de venda em comunidades humildes, criando leis próprias em seu território, na base da força e da violência.
As crises financeiras escancaram as portas para a marginalidade em mentes e corpos não muito sadios. Não se justifica com a pobreza que alguém enverede pela marginalidade, mas que, em parte, o desejo de consumir explica a adesão de jovens a essas gangues, é uma verdade.
Depressão, angústia, apelos desenfreados ao consumo, competição, falta de horizonte profissional e a busca incessante pelo emprego regular sufocam milhões de jovens brasileiros. Em muitos casos insatisfeitos com as oportunidades, ou a falta delas, optam pelo mundo do crime.
No rastro das drogas, o aumento da violência. Há quem proponha a descriminalização da maconha para combater o tráfico e a violência urbana, mas há controvérsias. Foi esta a opção dos governantes uruguaios, mas ainda é cedo para um julgamento definitivo sobre os resultados que o país vizinho poderá alcançar.
Então, somente com a educação familiar e por meio das escolas públicas e particulares conseguiremos, pelo menos, minimizar a praga social. E esta é uma guerra que a sociedade não pode perder, pois estará perdendo o seu próprio futuro.
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