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França

- Publicada em 18 de Julho de 2016 às 15:13

Terrorista demostrava interesse em movimentos extremistas

Milhares de pessoas se reuniram em Nice para fazer um minuto de silêncio em homenagem aos mortos

Milhares de pessoas se reuniram em Nice para fazer um minuto de silêncio em homenagem aos mortos


VILE DE NICE/ HO /AFP/JC
O homem que matou 84 pessoas jogando um caminhão contra uma multidão em Nice, no feriado do dia 14 de julho, Queda da Bastilha, planejou o ataque com antecedência e buscou informações na internet sobre o atentado contra a boate gay Pulse, em Orlando. "Se não há elementos na investigação que sugerem, neste momento, uma submissão ao Estado Islâmico ou vínculos com indivíduos do grupo, Mohamed Lahouaiej Bouhlel demonstrou certo interesse recente em movimentos extremistas islâmicos", disse o promotor François Moulin, que acompanha investigações.
O homem que matou 84 pessoas jogando um caminhão contra uma multidão em Nice, no feriado do dia 14 de julho, Queda da Bastilha, planejou o ataque com antecedência e buscou informações na internet sobre o atentado contra a boate gay Pulse, em Orlando. "Se não há elementos na investigação que sugerem, neste momento, uma submissão ao Estado Islâmico ou vínculos com indivíduos do grupo, Mohamed Lahouaiej Bouhlel demonstrou certo interesse recente em movimentos extremistas islâmicos", disse o promotor François Moulin, que acompanha investigações.
Moulin descreveu uma radicalização rápida do homem, que no passado não era religioso. Esse movimento acelerado já havia sido mencionado, no sábado, pelo ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve. O terrorista disse a pessoas próximas que tinha deixado a barba crescer por motivos religiosos e que não conseguia entender como o Estado Islâmico (EI) não podia ter seu próprio território, relatou ontem a promotoria.
Uma varredura no computador e no telefone de Bouhlel identificou buscas na internet relacionadas ao EI, outros grupos extremistas e imagens violentas. Moulin contou, ainda, que Bouhlel tentou levantar dinheiro nos dias que antecederam o ataque por meio de um empréstimo bancário, o qual foi negado, com a retirada de dinheiro e a venda de seu carro.
Com o montante que conseguiu reunir, pagou cerca de US$ 1.700, em 4 de julho, para alugar o caminhão usado no ataque. E, nos dias que antecederam o atropelamento, Bouhlel ensaiou o caminho pelo menos duas vezes, segundo identificado por câmeras de segurança. O EI reivindicou a autoria da ação, mas autoridades francesas ainda investigam qual a proximidade de Bouhlel com a facção terrorista.
Também ontem, milhares de pessoas prestaram uma homenagem às mais de 80 vítimas do massacre ocorrido em Nice, e fizeram um minuto de silêncio diante do Monument du Centenaire, próximo à avenida Promenade des Anglais, palco do ataque. O primeiro-ministro do país, Manuel Valls, foi vaiado e insultado pelo público do evento, que criticou a falta de segurança no país.

Brasileira e filha serão enterradas na Suíça

A família da brasileira Elizabeth Cristina de Assis Ribeiro, de 30 anos, morta no atentado de 14 de julho em Nice, decidiu que o corpo dela e o de sua filha Kayla, de 6 anos, serão enterrados na Suíça. Os corpos foram liberados ontem, após a identidade de Elizabeth ser confirmada via DNA.
A família vive na Suíça, para onde a mãe de Elizabeth, a auxiliar de enfermagem Inês Gyger, mudou-se há 26 anos. Elizabeth Cristina era casada com o suíço Sylvan Solioz, e tinha três filhas. O pai conseguiu salvar as duas filhas menores, Djulia, de 4 anos, e Kymea, de 6 meses. Os três estão internados desde a noite de quinta-feira na Fundação Lenval, devido ao choque psicológico.
Eles chegaram a Nice, onde haviam alugado um apartamento por um mês, cinco dias antes da tragédia. Carioca de Olaria, na zona norte do Rio de Janeiro, ela trabalhava como cabeleireira, mas estava de licença-maternidade.
Na cidade suíça de Yverdon, onde a família morava, a notícia das mortes comoveu a população, que na noite de domingo colocou velas nos terraços para homenageá-las. O porta-voz da Polícia de Vaud (região onde fica a cidade), Jean Sauterel, confirmou que seis membros da família da brasileira serão apoiados financeiramente pelas autoridades suíças.