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Internacional

- Publicada em 06 de Julho de 2016 às 22:41

'Força militar não será suficiente para vencer o terrorismo', diz jornalista bengalês

M Abul Kalam Azad estava trabalhando no dia do atentado em Daca

M Abul Kalam Azad estava trabalhando no dia do atentado em Daca


ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Suzy Scarton
O recente ataque reivindicado pelo Estado Islâmico (EI) em Bangladesh foi considerado o pior ataque terrorista da história do país. Entre a noite de 1 de julho e a madrugada do dia 2 (horário de Brasília), terroristas atacaram um restaurante na área diplomática de Daca, capital de Bangladesh. Pelo menos 28 pessoas foram mortas. Os seis terroristas e dois policiais morreram durante a ação, que vitimou principalmente estrangeiros, uma vez que o restaurante Holey Artisanque se situa no bairro de Gulshan, uma área diplomática da cidade. Entre os mortos, estão nove italianos, sete japoneses, um norte-americano e um indiano. Mais de 90% da população de Bangladesh é muçulmana e, a grande maioria, sunita.
O recente ataque reivindicado pelo Estado Islâmico (EI) em Bangladesh foi considerado o pior ataque terrorista da história do país. Entre a noite de 1 de julho e a madrugada do dia 2 (horário de Brasília), terroristas atacaram um restaurante na área diplomática de Daca, capital de Bangladesh. Pelo menos 28 pessoas foram mortas. Os seis terroristas e dois policiais morreram durante a ação, que vitimou principalmente estrangeiros, uma vez que o restaurante Holey Artisanque se situa no bairro de Gulshan, uma área diplomática da cidade. Entre os mortos, estão nove italianos, sete japoneses, um norte-americano e um indiano. Mais de 90% da população de Bangladesh é muçulmana e, a grande maioria, sunita.
O Jornal do Comércio conversou com M Abul Kalam Azad, chefe de reportagem do The Daily Star, o maior jornal de língua inglesa de Bangladesh. Quando soube do ataque, Azad estava voltando para casa depois de um dia de trabalho. O jornalista voltou ao escritório e ligou para alguns colegas para também chamá-los de volta. Enquanto alguns jornalistas foram enviados ao local, outros ficaram na redação, em um clima de trabalho intenso que durou quatro dias, com poucos intervalos para descanso.
Jornal do Comércio - Como está o clima na cidade? O que mudou com o ataque?
M Abul Kalam Azad - Estamos chocados com a perda de tantas vidas. As pessoas ainda não conseguem acreditar na brutalidade do ataque. A segurança nacional está tomando atitudes, a polícia está checando os veículos, há reforço na segurança dos aeroportos. Não é a primeira vez que enfrentamos um ataque terrorista. Vários assassinatos ocorreram nos últimos meses, e o Estado Islâmico (EI) tem reivindicado a autoria de todos eles. Até agora, as autoridades negam a presença de membros do EI dentro de Bangladesh. Eles acreditam que os terroristas que atacaram Goulshan sejam daqui mesmo. O ministro do Interior, Asaduzzaman Khan Kamal, afirmou que os militantes não pertencem ao EI, e sim a um grupo militante local banido do país. O comportamento dos bengaleses foi afetado. Tivemos um festival religioso dois dias antes do ataque, depois de um mês de jejum. Todos os shoppings e restaurantes deveriam estar lotados de pessoas, mas, agora, estão vazios. Isso não é comum para nós. Levará um tempo para que a população se recupere e retorne à normalidade.
JC - O EI prometeu atacar o Brasil durante a realização dos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro...
Azad - Eu sei. Eles prometeram atacar a Malásia e a Indonésia também. O EI é uma ameaça global à paz e à estabilidade. É uma organização terrorista e um país, sozinho, não poderá lutar contra ela. As nações ameaçadas deveriam unir forças e trabalhar juntos. Deveriam trocar informações, inteligência e força de trabalho para enfrentar essa ameaça. A força militar é uma opção, mas não se pode lutar contra isso somente com armas, uma vez que a religião está no meio disso. É preciso tomar medidas para proteger a juventude, evitando que esses jovens recebam informações falsas sobre o islamismo e que sofram lavagens cerebrais que levem a ataques e a assassinatos. Agora, Bangladesh deve se unir a outros países para lutar contra o terrorismo.
JC - O senhor é chefe de reportagem de um grande jornal do país. Qual o papel da mídia na luta contra o terrorismo?
Azad - A mídia tem um papel muito importante nisso tudo. Pode conscientizar as pessoas contra os extremistas islâmicos, mostrando que eles não estão fazendo a coisa certa, e sim que estão sendo enganados com falsas informações e guiados em direção ao terrorismo por pessoas que possuem um entendimento errado do que é, de fato, o islamismo. Então, a mídia pode atuar nessa questão, inclusive alertando os pais para que fiquem de olho em seus filhos.
 
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