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Porto Alegre, quinta-feira, 14 de julho de 2016. Atualizado �s 19h25.

Jornal do Com�rcio

F�rum Internacional de Res�duos S�lidos

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Coleta seletiva

Not�cia da edi��o impressa de 15/07/2016. Alterada em 14/07 �s 18h27min

Baixa efici�ncia e altos custos ainda s�o desafios

Di Creddo v� um quadro ca�tico no tratamento de res�duos s�lidos no Brasil

Di Creddo v� um quadro ca�tico no tratamento de res�duos s�lidos no Brasil


INSTITUTO SOLVI /DIVULGA��O/JC
Um quadro caótico. É assim que Eleusis Bruder Di Creddo, presidente do Instituto Solvi e um dos diretores da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), resumiu a defasagem da coleta e tratamento de resíduos sólidos no Brasil. O tema dominou os debates na mesa Técnicas e tecnologias para tratamento, disposição final e remediação, terceiro painel do 7º Fórum Internacional de Resíduos Sólidos, em Porto Alegre.
No Brasil, cerca de 32% do lixo é reciclável, mas apenas 2% acaba de fato passando por processos que permitam o reaproveitamento. Com isso, a média de reciclagem é de 2 kg por habitante/ano, muito abaixo de países como EUA e Alemanha, que beiram os 200 kg por habitante/ano. "É uma situação vergonhosa. Nossa coleta seletiva é de baixíssima eficiência, e ainda assim custa quatro vezes mais que a coleta domiciliar", lamenta.
Os custos elevados acabam onerando as prefeituras - um quadro agravado pelo atraso na consolidação de mecanismos de logística reversa. "Os municípios são o elo fraco da cadeia, não recebem nada pelos produtos recolhidos e ainda precisam arcar com os custos. Em lugar nenhum do mundo onde coleta seletiva deu certo se adotou esse modelo", diz Eleusis.
Para ele, não é necessário "reinventar a roda" para começar a mudar essa situação. "Temos que olhar para o mundo e ver como resolveram", defende Eleusis. Em modelos de gestão que aumentaram os índices de tratamento de resíduos nos EUA e Europa, a maior fatia dos custos fica a cargo de fabricantes, importadores, comerciantes e distribuidores. Parte do valor de venda dos produtos vai para fundos, mantidos pela indústria, que pagam serviços de prefeituras ou empresas privadas voltados à coleta, tratamento e reciclagem de resíduos.
Ainda que impopular, outra medida é vista por Eleusis como fundamental para enfrentar a defasagem brasileira no setor: a cobrança de serviços à população. "O mundo gasta, em média, cinco vezes mais com coleta seletiva do que nós. Não nos falta tecnologia, isso hoje se compra na prateleira: nos falta gestão eficiente, e isso acarreta custos. O discurso ambiental é bonito, mas estamos dispostos a colocar a mão no bolso?", questiona.
Representante da AST Ambiente Soluções e Tecnologia, Walter Plácido falou sobre alternativas para tratamento de chorume e purificação de águas - e aproveitou para pedir a conscientização da população quanto a seu papel nesse cenário. "Todo mundo têm conta de água e de luz, sabe que se não pagar a luz, cortam o fornecimento. A gestão de lixo tem que deixar de ser o primo pobre, o patinho feio dos serviços públicos essenciais. Se isso não acontecer, não se viabiliza a gestão de resíduos. A conta tem que ficar em pé".
Odilon Amado Júnior, diretor regional Sul da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (Abetre), acentuou a grande quantidade de lixões e aterros controlados - ou "lixões maquiados", como ele descreve - em nosso país. E reforçou a importância de encarar o setor de resíduos sólidos como um mercado aberto a empreendimentos.
"Os aterros viram lixões porque prefeituras não têm fôlego para fazer a operação", argumenta. "É demonizada a ideia de entregar a operação de aterros em mãos privadas, mas isso é um empreendimento, que não é de especialidade do órgão público. Não só na parte técnica, mas também em sua gestão financeira".
Em um cenário de críticas e preocupação, Hassan Sohn, coordenador jurídico da Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte (Apromac), trouxe uma experiência exitosa em nosso país, envolvendo a gestão de óleos lubrificantes usados ou contaminados. Apesar de ser um resíduo perigoso e altamente poluente, conta com alto valor econômico agregado, já que o óleo básico pode ser recuperado. Atualmente, 80% dos municípios brasileiros contam com coleta regular do resíduo (95% do mercado consumidor), e os demais são atendidos sob demanda - o que resultou em um acréscimo de 75% no volume anual coletado entre 2006 e 2015.
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