Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Comércio Exterior

- Publicada em 25 de Julho de 2016 às 20:13

Brasil é o que mais recorre à OMC por dumping

Azevêdo apela por recuo do protecionismo

Azevêdo apela por recuo do protecionismo


VALTER CAMPANATO/ABR/JC
Nos últimos três anos, o Brasil foi o país que mais adotou barreiras antidumping contra produtos importados, somando 15% de todas medidas restritivas estabelecidas pelas diferentes economias. Quem traz a constatação é o próprio diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, que, em seu informe publicado nesta segunda-feira, apela para que governos abandonem as tentações protecionistas e "resistam" a planos de impor novas medidas.
Nos últimos três anos, o Brasil foi o país que mais adotou barreiras antidumping contra produtos importados, somando 15% de todas medidas restritivas estabelecidas pelas diferentes economias. Quem traz a constatação é o próprio diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, que, em seu informe publicado nesta segunda-feira, apela para que governos abandonem as tentações protecionistas e "resistam" a planos de impor novas medidas.
Entre 2013 e 2015, 112 medidas antidumping foram iniciadas pelo Brasil. "Isso representa 15% de todas as investigações", apontou a OMC. A entidade, porém, admite que a tendência no País tem sido de queda. Em 2013, foram 54 investigações, contra 35 em 2014 e 23 em 2015. Ainda assim, o Brasil ficou na terceira posição no ano passado. O governo brasileiro, por exemplo, iniciou metade de todos os casos de antidumping no setor de plásticos e borracha no mundo, com 57. Foram ainda 22 no setor de produtos químicos.
No período avaliado pela OMC, o segundo governo que mais medidas aplicou foi o dos EUA, com um total de cem investigações abertas. A terceira colocação ficou com a Índia, com 97 casos, seguida da Austrália, com 52 investigações. Nos últimos anos, um salto importante foi registrado ainda no Paquistão e Tailândia.
Nesta segunda-feira, em um discurso perante os membros da OMC, Azevêdo insistiu em pedir para que os governos "resistam às pressões protecionistas". "O informe mostra sinais de preocupações na taxa de novas medidas restritivas ao comércio", disse. Segundo ele, a média de novas medidas a cada mês é a maior desde 2011. "Esperamos que isso não seja um indicador do que está por vir, e claramente precisamos agir", afirmou. No total, 154 medidas restritivas foram impostas no comércio mundial entre outubro de 2015 e maio deste ano. Isso significou 22 novas barreiras por mês, bem acima das 15 mensais registradas em 2015. "No atual ambiente, o aumento de restrições comerciais é a última coisa que a economia global necessita", disse. Sua preocupação é que tal tendência possa ter um impacto negativo nos fluxos de comércio, com efeitos no crescimento da economia e na criação de postos de trabalho.
"Estamos vivendo um período de volatilidade econômica e baixa taxa de crescimento", disse. "O crescimento do comércio deve ficar abaixo de 3% em 2016, fazendo do ano o quinto consecutivo com uma expansão abaixo de 3%", alertou o brasileiro. "Salvo a recuperação imediatamente depois da crise financeira, esse é o nível mais fraco de crescimento de comércio em 30 anos. Essa situação exige nossa atenção e ação", insistiu.
Outra preocupação de Azevêdo é quanto à retirada de medidas que eram consideradas como temporárias. Das mais de 2,8 mil restrições criadas pelos governos em 2008, apenas 25% delas foram suspensas. "Temos a preocupação relativa ao aumento dos estoques de medidas depois de 2008", disse o brasileiro. "O informe sugere que essa tendência pode estar continuando."
Segundo o levantamento, o estoque subiu em 11% no mesmo período. "Portanto, o número de medidas adotadas hoje é de pouco mais de 2,1 mil", constatou. No período avaliado, entre o final de 2015 e maio de 2016, a OMC contou 132 barreiras retiradas por diferentes governos, em uma média de 19 por mês. Para Azevêdo, a melhor garantia contra o protecionismo é o fortalecimento do sistema multilateral do comércio. O recado foi dado um dia depois que Donald Trump, candidato à presidência dos EUA, indicou que, se eleito, poderia retirar o governo americano da OMC.

Balança comercial brasileira tem superávit parcial de US$ 3,8 bilhões no mês de julho

A uma semana do fechamento do mês, a balança comercial brasileira já acumula um superávit de US$ 3,8 bilhões em julho. As exportações somaram US$ 13 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 9,1 bilhões. Os números foram divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
No acumulado deste ano, a balança comercial registra um superávit de US$ 27,5 bilhões. Na parcial de 2016, as vendas para o exterior somaram US$ 103,2 bilhões, e os desembarques,
US$ 75,7 bilhões. Com a forte queda das importações, o resultado comercial brasileiro deste ano já é maior que o superávit registrado em todo ano passado (US$ 19,69 bilhões).
A média diária exportada em julho, de US$ 813,8 milhões, cresceu 1% em relação ao mesmo mês do ano passado, devido ao aumento nas vendas de produtos semimanufaturados (13,8%) e de manufaturados (13,4%). Por outro lado, caíram as vendas de produtos básicos (-10,7%). Ante junho de 2016, houve crescimento de 6,9%.
Com uma média diária de US$ 573,1 milhões, as importações caíram 18,4% em comparação com o ano passado. Recuaram os desembarques de adubos e fertilizantes (-34,0%), veículos automotores e partes (-30,1%), farmacêuticos (-29,8%) e combustíveis e lubrificantes (-21,7%). Na comparação junho, houve queda de 1,3%.