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Conjuntura

- Publicada em 20 de Julho de 2016 às 21:53

Copom mantém taxa Selic em 14,25% ao ano

Em meio a muitas mudanças de procedimentos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) seguiu à risca a expectativa do mercado financeiro e manteve, nesta quarta-feira, por unanimidade, os juros básicos em 14,25% ao ano. Esta é a oitava vez consecutiva que o colegiado opta pela estabilidade da Selic, que está no atual patamar desde julho do ano passado. Trata-se do período mais longo do regime de metas de inflação, implantado no Brasil em 1999, em que a taxa fica imóvel.
Em meio a muitas mudanças de procedimentos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) seguiu à risca a expectativa do mercado financeiro e manteve, nesta quarta-feira, por unanimidade, os juros básicos em 14,25% ao ano. Esta é a oitava vez consecutiva que o colegiado opta pela estabilidade da Selic, que está no atual patamar desde julho do ano passado. Trata-se do período mais longo do regime de metas de inflação, implantado no Brasil em 1999, em que a taxa fica imóvel.
A manutenção de forma consensual dos juros nesta primeira decisão comandada por Ilan Goldfajn e sua equipe, porém, foi regada de muitas novidades. Uma delas foi o teor do comunicado que se seguiu à decisão, que trouxe mais detalhes em relação à avaliação do BC quanto ao cenário para a inflação. Em texto de vários parágrafos, o BC citou desafios no cenário externo e identificou riscos domésticos para o cumprimento do cenário básico de inflação.
De acordo com o BC, no curto prazo, "o ambiente encontra-se relativamente benigno para as economias emergentes. No entanto, a dinâmica da recuperação da economia global permanece frágil, com incertezas quanto ao seu crescimento".
A instituição lembrou ainda que, no boletim Focus, as expectativas de inflação recuaram, mas ainda seguem acima da meta para 2017, de 4,5%. No cenário de referência citado pelo BC no comunicado, a projeção de inflação para 2017 é de 4,5% e, no cenário de mercado, em 5,3%. No último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), publicado em junho, o cenário de referência apontava 4,7% e o de mercado, 5,5%.
O Banco Central destacou ainda os riscos domésticos para seu cenário básico. Entre eles, a inflação acima do esperado no curto prazo, "em boa medida decorrente de preços de alimentos", e as "incertezas quanto à aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia". Para a autoridade monetária, um período prolongado de inflação alta e expectativas acima da meta "também pode reforçar mecanismos inerciais e retardar o processo de desinflação".
Até a edição passada do Copom, em 8 de junho, o comunicado ordinariamente era composto por três partes. Na primeira, informava a definição da taxa; na segunda, aparecia o que os diretores levaram em consideração para tomar a decisão; e, na terceira, havia a citação de todos os membros do colegiado que participaram da reunião.
O novo formato do comunicado não foi a única alteração da estreia de Goldfajn no Copom. A ata também sofrerá modificações. Será conhecida mais cedo (passará a ser anunciada às terças e não mais às quintas-feiras) e terá o teor mudado. O documento da reunião passada, portanto, não poderá servir como base de comparação, assim como ocorreu com o comunicado de ontem.
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Empresários e sindicatos criticam decisão do Banco Central sobre política de juros altos

Ao comentar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter os juros básicos em 14,5%, o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, defendeu um esforço maior por parte do governo para conduzir uma política fiscal mais austera e crível. "Entendemos e apoiamos a preocupação do Copom com a queda na taxa de inflação. Entretanto, a recessão na indústria já atinge 9,5% nos últimos 12 meses e, ao final de 2016, serão três anos consecutivos de queda. As empresas encontram muitas dificuldades de acessar o mercado de crédito e obter capital de giro com os atuais níveis de taxas de juros praticadas no Brasil", disse Müller.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) espera que, na próxima reunião do Copom, o Banco Central inaugure o ciclo de redução dos juros. A entidade lembra que a Sondagem Industrial de junho mostrou que a alta taxa de juros foi o terceiro principal problema enfrentado pela indústria brasileira no segundo trimestre deste ano, atrás apenas da carga tributária elevada e da demanda interna insuficiente.
Para a Fecomercio-SP, o cenário já é mais estável do que no passado recente, e há condições para o início do processo de redução de juros. Segundo a entidade, com o fim da transitoriedade no comando do Executivo, o Banco Central e as autoridades econômicas terão um horizonte ainda mais claro para adotarem medidas que reduzirão os juros mais profundamente, sem comprometimento do controle inflacionário.
Também crítica da manutenção da Selic, a Força Sindical avaliou que a decisão do Copom prejudica campanhas salariais do segundo semestre e contribui para o aumento do desemprego.

Fundos rendem mais que poupança na maioria dos casos com taxa a 14,25%

As aplicações em renda fixa, como fundos de investimento, ganham da poupança na maioria das situações com a taxa Selic (básica de juros) em 14,25% ao ano. A Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) afirma, porém, que, mesmo com a Selic estável, as cadernetas de poupança vão continuar interessantes frente aos fundos de renda fixa cujas taxas de administração sejam superiores a 2,50% ao ano.
Isso porque a poupança, que rende TR (taxa referencial) mais 6,17% ao ano, não sofre qualquer tributação. Já os fundos de renda fixa têm incidência de Imposto de Renda (IR) sobre seus rendimentos, sendo que a alíquota é maior quanto menor for o prazo de resgate.
Outras aplicações se mantêm atrativas com a Selic mantida pelo Copom a 14,25% ao ano. Mesmo com remuneração de 80% do CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro, taxa de juros nos empréstimos entre bancos), o CDB leva vantagem sobre a caderneta de poupança. Enquanto o rendimento da poupança fica em 8,47% ao ano, o CDB aplicado pelo mesmo período renderia 8,63%.
Se o período for elevado para mais de dois anos, o rendimento anualizado desse CDB subiria para 9,46%, já que a alíquota do Imposto de Renda sobre os juros obedece a uma tabela regressiva que começa em 22,5% e vai caindo gradativamente até alcançar 15%.
No caso da LCI/LCA (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio, respectivamente), a taxa de retorno fica ainda mais atrativa por causa da isenção de IR para pessoas físicas. Se o investidor conseguir uma taxa de 70% do CDI, a remuneração será de 9,67%. Se a taxa for de 90% do CDI, o retorno sobe para 12,61%.