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Fiscalização

- Publicada em 19 de Julho de 2016 às 21:38

Aeroportos do País voltaram a registrar filas

Manhã foi de normalidade no aeroporto de Porto Alegre, sem registros de filas ou transtornos

Manhã foi de normalidade no aeroporto de Porto Alegre, sem registros de filas ou transtornos


fotos MARCELO G. RIBEIRO/JC
No segundo dia de vigência das novas regras de segurança para o embarque de voos domésticos, o cenário de filas e atrasos voltou a se repetir em alguns terminais do País. Mesmo com as recomendações de chegada com antecedência de pelo menos duas horas, passageiros de aeroportos como o de Congonhas, em São Paulo, e o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, enfrentaram novamente complicações para embarcar. Já no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, a situação no meio da manhã era de normalidade.
No segundo dia de vigência das novas regras de segurança para o embarque de voos domésticos, o cenário de filas e atrasos voltou a se repetir em alguns terminais do País. Mesmo com as recomendações de chegada com antecedência de pelo menos duas horas, passageiros de aeroportos como o de Congonhas, em São Paulo, e o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, enfrentaram novamente complicações para embarcar. Já no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, a situação no meio da manhã era de normalidade.
Entre os passageiros, a maior preocupação era com a nova recomendação de antecedência para a chegada aos portões. Com as novas regras, que tornaram mais rígidas a inspeção de bagagens e a revista pessoal, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mudou a orientação para que as pessoas cheguem ao terminal pelo menos duas horas antes do horário previsto para os voos domésticos. Mesmo a manhã sendo geralmente o período mais crítico do dia, ontem, por volta das 8h, o saguão do Salgado Filho não registrava filas ou transtornos além do comum.
O empresário Mauro Eli Zaborowsky, que voltava à capital paulista na manhã de ontem, contou ter chegado ao aeroporto gaúcho antes do que faria normalmente, por conta dos problemas enfrentados na vinda. "No voo em que vim para Porto Alegre, na segunda-feira, o embarque demorou bem mais do que o esperado, então hoje tentei chegar com maior antecedência", comentou o passageiro. Outra precaução foi fazer o check-in on-line, evitando contratempos nessa etapa. As mudanças, porém, foram bem-recebidas pelo passageiro. "É ruim para a gente em um primeiro momento, mas é melhor que seja assim para evitar problemas nos voos", defendeu Zaborowsky.
Já entre quem chegava à Capital, os relatos eram distintos. A professora paulista Cleuci Borges Giovanelli, que embarcou em Congonhas, descreveu o cenário como "um horror". Mesmo afirmando ter chegado com 1h40min de antecedência, Cleuci conta ter precisado furar a fila do raio x para não perder o voo. "A fila não andava, e ia bem longe do portão. A todo momento, tinha gente sendo barrada, por estarem com objetos eletrônicos, em alguns casos até anéis", conta. A decolagem teria ocorrido com quase 40 minutos de atraso.
Relatos dão conta de que, já na madrugada, o aeroporto de Congonhas registrava lotação, com grandes filas nos espaços de check-in das companhias aéreas. Por volta das 6h, a fila dos raios x chegaria a dar três voltas no térreo e continuar no andar superior. Com o decorrer da manhã, a situação teria se normalizado. No Santos Dumont, as filas começaram por volta das 4h30min.
Quem veio a Porto Alegre de outros aeroportos, porém, afirmava não ter tido problemas no embarque. O carioca Kazuhiro Tanabe, que embarcou no aeroporto do Galeão, na capital fluminense, se disse surpreendido com a agilidade nos processos. "Já fui mais precavido, até pelas notícias dos problemas na segunda-feira, mas surpreendentemente foi tudo certo, mesmo com bastante movimento", contou. No aeroporto de Guarulhos, a situação foi parecida. "Na fila do raio x, os funcionários estavam orientando para que se tirasse das bagagens o que era preciso, acabou sendo tranquilo", conta a paulista Katia Landgraf. As filas maiores, segundo ela, eram no check-in das companhias.
Entre os aeroportos administrados pela Infraero, dos 1.242 voos programados para ontem, 40 sofreram atrasos e 24 foram cancelados até as 19h. Congonhas teve o maior número de atrasos e cancelamentos: dos 220 voos, 8 saíram atrasados e seis foram cancelados.
Segundo o presidente do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, Leonel Montezana, as complicações acontecem, porque o número de funcionários é insuficiente para realizar as vistorias. "Simplesmente mudaram as regras de uma hora para a outra, com o mesmo número de funcionários, que já não conseguiam fazer o trabalho de maneira adequada", argumenta. O dirigente cita a alta rotatividade no setor, que é terceirizado pela Infraero, e a defasagem nos equipamentos como complicadores.

Auditores fiscais paralisam atividades no terminal da Capital e em cidades do Interior

 operação padrão também é registrada em Uruguaiana, com longas filas de caminhões no Porto Seco e também nas cidades de Porto Xavier e Porto Mauá. foto delegacia do Sindifisco divulgação

operação padrão também é registrada em Uruguaiana, com longas filas de caminhões no Porto Seco e também nas cidades de Porto Xavier e Porto Mauá. foto delegacia do Sindifisco divulgação


DELEGACIA DO SINDIFISCO /DIVULGAÇÃO/JC
O movimento de paralisação dos auditores fiscais, que na última semana afetou portos, aeroportos e até a Zona Franca de Manaus, se repetiu ontem no aeroporto Salgado Filho. Assim como na quinta-feira passada, os servidores da Receita Federal paralisaram, nesta terça-feira, as suas atividades no terminal de cargas da Capital. A demanda principal da categoria é a edição de uma Medida Provisória (MP) que torne efetivo o reajuste acordado com o governo em março.
"O que mais nos incomoda é que a maior parte das categorias de servidores federais fez seus acordos e foi contemplada, enquanto o nosso nunca foi enviado ao Congresso", argumenta o auditor fiscal Roberto Vaz Góes, que atua no despacho aduaneiro do Salgado Filho. Como o Congresso está em recesso, a MP seria a única forma de tornar efetivo o acerto. O acordo assinado por ambas as partes previa a primeira parcela do reajuste para agosto. Ao todo, o reajuste acordado é de 21,3% dividido em quatro anos, além de bônus por produtividade.
Também auditor fiscal da seção de despacho aduaneiro, Cesar Francisco Manjabosco argumenta que a categoria esperou até o último momento para dar início às paralisações, o que só foi feito após o início do recesso parlamentar. "Sabemos que causa transtornos às pessoas e empresas, e lamentamos ter que fazer isso, mas é a forma que achamos de chamar a atenção", defende Manjabosco. O auditor ainda afirma estranhar que as categorias que não ainda tiveram seus reajustes regulamentados são as que estão ligadas diretamente às operações Lava Jato e Zelotes, como os magistrados e a Polícia Federal.
No porto do Rio Grande, os auditores fiscais também anunciaram paralisação a partir de ontem, com a mesma demanda. A assessoria do porto afirma que, como há um espaço de tempo entre a liberação dos fiscais e a efetiva movimentação das cargas, ainda não há complicações nos terminais, o que pode vir a acontecer nos próximos dias.
A equipe que atua no Armazéns Gerais do Banrisul (Bagergs), em Canoas, iniciou mobilização ontem. No Terminal do aeroporto Salgado Filho, a operação padrão provocou a acúmulo de cargas para a entrada ou saída do posto. No Chocolatão, edifício-sede do Ministério da Fazenda na Capital, mais de 100 auditores seguiram a recomendação da Delegacia Sindical do Sindifisco Nacional e não assinaram o ponto nem realizaram atividades.
A operação padrão também ocorreu em Uruguaiana, com longas filas de caminhões no Porto Seco e também nas cidades de Porto Xavier e Porto Mauá. O sindicato calcula em cerca de 100% a adesão à mobilização, que segue amanhã com paralisação e operação padrão nos terminais e fronteiras. A categoria diz que não suspenderá o movimento realizado pelo País até que a MP seja publicada.