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Logística

- Publicada em 14 de Julho de 2016 às 21:57

Legislação do setor logístico precisa ser aprimorada

Helou apoia a realização dos testes toxicológicos de larga janela

Helou apoia a realização dos testes toxicológicos de larga janela


JONATHAN HECKLER/JC
Apesar das novas regras estabelecidas para o segmento de transportes, como a que determina a jornada de trabalho dos caminhoneiros e a que estipula a realização de exames toxicológicos para os motoristas profissionais, o presidente da Braspress Logística e vice-presidente da NTC & Logística (que representa as empresas do transporte de cargas), Urubatan Helou, não considera a legislação do setor como satisfatória. Para o dirigente, uma das principais falhas da lei é não ter garantido os pontos de descanso para esses motoristas.
Apesar das novas regras estabelecidas para o segmento de transportes, como a que determina a jornada de trabalho dos caminhoneiros e a que estipula a realização de exames toxicológicos para os motoristas profissionais, o presidente da Braspress Logística e vice-presidente da NTC & Logística (que representa as empresas do transporte de cargas), Urubatan Helou, não considera a legislação do setor como satisfatória. Para o dirigente, uma das principais falhas da lei é não ter garantido os pontos de descanso para esses motoristas.
Sobre a realização dos testes toxicológicos de larga janela (até 90 dias), o empresário é favorável à iniciativa. Porém, Helou comenta que os exames estão concentrados em poucos laboratórios e têm um custo muito alto. Outro ponto defendido pelo empresário é a necessidade de renovação da frota nacional de caminhões. O dirigente informa que a idade média da frota é de 13 anos, e o ideal seria não ultrapassar o patamar de 7 anos. Para atingir esse objetivo, Helou sugere a elaboração de uma lei de sucateamento, que preveja que o proprietário do caminhão, no momento em que o veículo for colocado fora de serviço, tenha acesso a um incentivo fiscal para comprar um novo.
O vice-presidente da NTC & Logística foi um dos palestrantes da 18ª Transposul - Feira e Congresso de Transporte e Logística, encerrada nessa quinta-feira, na Fiergs. Na ocasião, o empresário ressaltou que, quanto maiores forem as dificuldades logísticas de um país, maiores serão as oportunidades de negócios nessa área. "O duro é você oportunizar novos empreendimentos nos Estados Unidos, onde o custo logístico é de 10%, já no Brasil é de 20% e tem muito espaço para melhorar", argumenta.
Outro participante da Transposul foi o diretor de Operações da MLogBrasil, Fernando Mancuzo, que falou como operadores logísticos e empresas em geral podem realizar projetos, na situação atual, sem grandes investimentos. Mancuzo argumentou que um foco do empreendedor precisa ser nos benefícios que sua iniciativa trará em curto prazo e reduzir o máximo possível os custos. O diretor da MLogBrasil vê como uma vantagem da crise a retirada de players que não têm uma atuação sólida no mercado.
O diretor técnico da Suatrans Atendimento Emergencial, Dennys Spencer de Maio, tratou sobre o transporte de produtos perigosos e os procedimentos a serem tomados quando ocorrem acidentes. Maio destaca que a norma NBR 14.064 tem como finalidade regular o papel de todos os atores que atuam no atendimento de emergências com produtos perigosos. De acordo com o diretor da Suatrans, as empresas que operam nesse segmento ainda não se habituaram à regra e poucas adotam as práticas previstas.
Outro destaque da Transposul foram as soluções tecnológicas apresentadas na feira. O diretor de Unidade de Negócio da SOFtran (empresa do grupo Senior), Paulo Alberto Schmidlin, salienta que entre outros aplicativos lançados pela companhia estão ferramentas que acompanham a jornada dos motoristas, informações de faturamento, controle de entregas etc. Já o diretor comercial da Senff, Werther Liconti, detalha que a empresa é uma administradora de rede de pagamento. Para os operadores logísticos, um produto disponibilizado é o cartão de controle de frota, que possibilita ao gestor fiscalizar dados como o consumo do veículo, local de abastecimento do caminhão, entre outros. Liconti explica que o motorista, na hora de pagar o abastecimento, utiliza a própria máquina de leitura de cartões de crédito, nos postos de combustíveis credenciados; e, a partir disso, as informações são repassadas para a transportadora.

Movimentação de cargas entre Brasil e Argentina diminui cerca de 20%

O comércio entre o Brasil e um dos seus principais parceiros, a Argentina, tem sido afetado devido às dificuldades enfrentadas pelas economias de ambos os países. O presidente da Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI), Francisco Cardoso, estima uma redução de cerca de 20% no volume de cargas movimentado entre as duas nações, somando-se importação e exportação. Ele acredita que, em médio prazo, a situação poderá ser revertida.
Cardoso recorda que o Peso argentino passa por uma desvalorização, o que dará mais competitividade para os exportadores daquele país. Em contrapartida, se há obstáculos na relação comercial, do ponto de vista operacional, o presidente da ABTI comemora o fato de que não existem mais aquelas longas filas de caminhões na aduana de Uruguaiana.
Cardoso destalha que a melhoria é resultado, principalmente, do investimento feito pela Receita Federal em informatização. "O que está faltando, e que está sendo construído pela Receita, é o portal único", diz. O sistema concentrará em um mesmo local as informações que o transportador precisa repassar para órgãos como Ministério da Agricultura, Anvisa e Receita.
Sobre a obrigatoriedade do exame toxicológico de larga janela para os motoristas profissionais, Cardoso vê a medida como inconstitucional. "O tema não tem que estar na CLT, mas sim no Código de Trânsito", sustenta.