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Economia

- Publicada em 11 de Julho de 2016 às 21:39

Opinião econômica: Parabéns

Benjamin Steinbruch é diretor-presidente da CSN e presidente do conselho de administração da empresa

Benjamin Steinbruch é diretor-presidente da CSN e presidente do conselho de administração da empresa


Arquivo/JC
Surgem, lá e cá, notícias positivas sobre a economia brasileira. Não é correto omiti-las porque elas podem influir na volta da confiança, fator decisivo para a recuperação. Vamos lembrar algumas.
Surgem, lá e cá, notícias positivas sobre a economia brasileira. Não é correto omiti-las porque elas podem influir na volta da confiança, fator decisivo para a recuperação. Vamos lembrar algumas.
A produção da indústria ficou estável em maio, e pela primeira vez desde 2012 passou um trimestre sem encolher - havia crescido 1,4% em março e 0,2% em abril. Quem prefere destacar os números negativos dirá que a queda de produção em 12 meses até maio ainda atinge 9,5%. Mas prefiro lembrar a frase do filósofo chinês Lao Tse: "Uma longa caminhada começa com o primeiro passo".
Há outros sinais de que o País pode estar no início de uma nova caminhada. Na própria indústria, os índices de confiança subiram pelo terceiro mês seguido. Melhorou também a confiança do comércio, dos serviços e dos consumidores.
Até o mercado interno de veículos, sufocado pela queda de demanda, mostra estabilização de vendas em torno de 8.000 unidades/dia. É um nível 25% inferior aos do ano passado, mas indica que as vendas pararam de cair, uma boa novidade. E a produção de veículos em junho cresceu 4,2% em relação a maio.
Puxado pela desvalorização do real, o comércio exterior vai bem. Em junho, a balança comercial deu superávit de US$ 4 bilhões, e, no primeiro semestre, de US$ 23,6 bilhões, um recorde. Indicador importante, o valor das exportações da indústria comparado com a produção total, que era de 11,4% em 2010, subiu para quase 17% agora em abril.
Também são bem-vindos sinais de que o governo não vai adotar o neoliberalismo radical. Já anunciou, por exemplo, o aumento de 12,5% para os benefícios do Bolsa Família, que atende às camadas menos favorecidas da população e ajuda a estimular o consumo.
O desemprego está elevado, atinge 11 milhões de brasileiros, mas também aqui há resultados que dão esperança. O índice de desemprego médio está praticamente estabilizado um pouco acima de 11%.
Claro que a situação ainda é bem ruim para desempregados e para milhares de empresas que estão em dificuldades. Em cada índice desses citados, o leitor mais pessimista poderá facilmente encontrar dados negativos. Prefiro destacar fatos positivos, que podem ajudar o País a superar o baixo-astral.
Os sinais de recuperação mostram que a economia brasileira, mesmo combalida, tem força para se recuperar. Mas será quase impossível o País retomar o crescimento de forma duradoura sem corrigir algumas aberrações brasileiras, como o desarranjo fiscal e, mais grave, a ideia dominante de que os juros internos precisam ser sempre absurdamente elevados, mesmo com a inflação em queda, como agora - o índice anual já caiu para 8,8%.
Taxa básica de 14,25% ao ano, num mundo de juros negativos, índices de mais de 300% ao ano para crédito ao consumo e de 70% ao ano para empresas, em média, são anomalias insuportáveis. E, infelizmente, o pensamento dominante faz com que quase ninguém mais se preocupe com isso, ainda que a Selic tropical vá arrancar dos cofres públicos R$ 400 bilhões neste ano.
Uma grata exceção foi a de Michel Temer, que defendeu a redução "responsável" dos juros ainda neste ano. A uma pergunta sobre se contava com a queda dos juros, ele respondeu: "Espero que sim, grife o espero". Temer observou que a redução terá efeito concreto e psicológico para a retomada da confiança. Parabéns.
Diretor-presidente da CSN e presidente do conselho de administração da empresa.
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