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Economia

- Publicada em 04 de Julho de 2016 às 21:43

Câmbio reduz projeção de exportações gaúchas

Segmento calçadista é um dos mais afetados pela alta da moeda

Segmento calçadista é um dos mais afetados pela alta da moeda


ANA PAULA APRATO/JC
Luiz Eduardo Kochhann
A balança comercial gaúcha deve sentir os efeitos da recente valorização do real frente ao dólar no segundo semestre. Na avaliação de indústrias exportadoras, como a moveleira e a calçadista, caso a moeda norte-americana se mantenha no patamar de R$ 3,20 ou venha a cair para menos do que isso, será praticamente impossível o setor fechar o ano com superávit no Rio Grande do Sul. O impacto é dado como certo, pois boa parte dos contratos para vendas externas foram firmados com o câmbio girando em torno de R$ 3,50, valor que era considerado satisfatório.
A balança comercial gaúcha deve sentir os efeitos da recente valorização do real frente ao dólar no segundo semestre. Na avaliação de indústrias exportadoras, como a moveleira e a calçadista, caso a moeda norte-americana se mantenha no patamar de R$ 3,20 ou venha a cair para menos do que isso, será praticamente impossível o setor fechar o ano com superávit no Rio Grande do Sul. O impacto é dado como certo, pois boa parte dos contratos para vendas externas foram firmados com o câmbio girando em torno de R$ 3,50, valor que era considerado satisfatório.
O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor Müller, diz ter solicitado ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a adoção de medidas de estabilização da moeda em valores entre R$ 3,40 e R$ 3,60. "Não estava nos horizontes da indústria essa queda substancial observada agora. Fechamos negócios com um valor razoável, mas, na hora de receber, entra menos do que o projetado. Com essa volatilidade, a indústria torna-se uma loteria. O que pedimos ao ministro é alguma certeza em relação ao câmbio", lamenta.
A situação pode piorar, conforme Müller, caso o real siga se valorizando. "Estamos nos aproximando, novamente, de uma situação em que vale a pena importar produtos para vender no mercado brasileiro, o que traria um duplo prejuízo para a economia nacional", analisa. Nesse sentido, se não houver sustentação por parte das commodities agrícolas devido a uma possível quebra na produção, a Fiergs trabalha com a possibilidade de fechar 2016 com uma balança comercial negativa. "Com o dólar abaixo de R$ 3,40, a maioria dos produtos brasileiros não tem competitividade no mercado internacional", completa.
Um dos setores mais afetados no Rio Grande do Sul é o calçadista. Conforme o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, na primeira feira internacional do segmento, realizada na Itália, as empresas brasileiras contabilizaram US$ 16 milhões em negócios, o que pode ser multiplicado por cinco levando-se em conta os acordos firmados posteriormente. "Uma valorização de 10% no real corrói a rentabilidade que esperávamos nessas transações e traz insegurança para o exportador, pois a transação será completada daqui cinco meses", afirma Klein.
Os calçadistas exportaram US$ 84 milhões em junho, altas de 7% na comparação com o mesmo mês do ano passado e de 17% em relação ao mês anterior. Entretanto, no acumulado do primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2015, o faturamento caiu 2,7%, saindo de US$ 464 milhões para US$ 451,5 milhões. Para os últimos seis meses deste ano, a tendência é de nova retração, tendo em vista o câmbio desfavorável. "Certamente teremos reflexos negativos nos próximos meses. Ainda é cedo para mensurar, mas, muito provavelmente, fecharemos o ano novamente com déficit nas exportações", destaca o presidente da Abicalçados. 
A avaliação é ratificada pela Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs). "A valorização do real nos pegou de surpresa. O setor vinha trabalhando com um patamar de R$ 3,60 para embarques para daqui a 60 ou 90 dias", afirma o presidente da entidade, Volnei Benini. De janeiro a maio de 2016, os moveleiros do Brasil faturaram US$ 231,2 milhões em exportações, queda de 7,5% na comparação com o cinco primeiros meses de 2015. Consolidada a projeção da Movergs, será mais um segmento da indústria a amargar queda no segundo semestre.
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