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JC Logística

- Publicada em 13 de Julho de 2016 às 22:19

Para Anfavea, há 32 mil funcionários excedentes

Montadoras recorrem a todos os recursos para evitar a demissão dos trabalhadores

Montadoras recorrem a todos os recursos para evitar a demissão dos trabalhadores


SÍLVIO WILLIAMS/ARQUIVO/JC
Com um excedente de mão de obra estimado em 32 mil trabalhadores pela Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores) e com as vendas do mercado interno despencando 25% no ano, a indústria automobilística negocia com os sindicatos formas de evitar novas demissões. Mesmo tendo fechado 29 mil vagas nos últimos três anos, as montadoras têm 21,3 mil trabalhadores no regime de PPE (Programa de Proteção ao Emprego), em que há redução de jornada e de salário em até 30%, e outros 4.700 em lay-off - quando o trabalhador fica em casa e parte do salário vem do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Com um excedente de mão de obra estimado em 32 mil trabalhadores pela Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores) e com as vendas do mercado interno despencando 25% no ano, a indústria automobilística negocia com os sindicatos formas de evitar novas demissões. Mesmo tendo fechado 29 mil vagas nos últimos três anos, as montadoras têm 21,3 mil trabalhadores no regime de PPE (Programa de Proteção ao Emprego), em que há redução de jornada e de salário em até 30%, e outros 4.700 em lay-off - quando o trabalhador fica em casa e parte do salário vem do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, concentra-se boa parte desse excedente de mão de obra. Considerando só as linhas de montagem de Volkswagen, Ford e Mercedes-Benz, são 6.400 funcionários a mais do que o necessário para a produção, segundo as montadoras. "Os trabalhadores do ABC são mais caros do que em outras montadoras. Os sindicatos, que são fortes na região, quase sempre conseguiram bons benefícios e reajustes salariais. Agora, com a crise aguda na economia, a conta está chegando", diz o especialista da consultoria Oikonomia Raphael Galante.
A Volks foi a primeira a enviar ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC uma pauta de "reestruturação e de redução de custos". Na fábrica de São Bernardo, onde são montados Gol, Saveiro e Jetta, calcula-se o excedente de 3.600 trabalhadores, entre metalúrgicos e pessoal administrativo. A empresa propõe um Programa de Demissão Voluntária (PDV), alterações no banco de horas e na jornada de trabalho, continuidade do PPE e do lay-off e que os trabalhadores fiquem sem reajuste até 2019.
Atualmente, dos 10 mil empregados da Volks em São Bernardo, 8.400 estão no PPE e 610 em lay-off. Há um acordo coletivo que vale até 2019, mas que se baseia numa produção anual de 250 mil unidades, que não deve ser atingida neste ano. Por isso, as negociações foram reabertas. "A situação atual exige um processo de reflexão capaz de dar soluções que interessem aos trabalhadores. Da empresa, esperamos que ela abra mão de cláusulas apresentadas", afirma o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana.
A Volks informou, em nota, que as projeções indicam queda de 20% na produção neste ano e de 40% em relação a 2014, quando foi fechado o acordo coletivo. Por isso, a empresa retomou o diálogo para que sejam "construídas alternativas para o novo cenário que se impõe". Na Mercedes, que fabrica ônibus e caminhões em São Bernardo do Campo, dos 10 mil funcionários, 1.800 estão em licença remunerada. Há um PDV aberto desde 1 de julho, e, segundo a montadora, o excedente de mão de obra é de 2.000 pessoas.
A empresa diz que medidas estão sendo adotadas para evitar demissões. Na unidade da Ford no ABC, onde é produzido o Fiesta, os trabalhadores estão sendo treinados para trabalhar também na montagem de caminhões. A fábrica tem 4.500 empregados. Com essa "otimização", o excedente de mão de obra cai a 850 pessoas. Destas, 450 entrarão em lay-off, e será aberto um PDV para 300 trabalhadores da produção e 100 do setor administrativo.
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