Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

JC Contabilidade

- Publicada em 28 de Julho de 2016 às 15:44

Quebrando paradigmas da desigualdade de gênero

Clari Schuh, contadora, professora do Departamento de Ciências Contábeis da Unisc e doutoranda em Ciências Contábeis pela Unisinos

Clari Schuh, contadora, professora do Departamento de Ciências Contábeis da Unisc e doutoranda em Ciências Contábeis pela Unisinos


ACERVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
A desigualdade de gênero é um tema que motiva inquisições desde as sociedades mais antigas. Entretanto, se considerarmos os tempos mais remotos da nossa história, percebemos o quanto este fato vem se alterando e atenuando de modo gradativo. Porém, embora tenha havido avanços, ainda existem desafios a serem enfrentados. Exemplo disso é o relatório do Fórum Econômico Mundial que assevera que a igualdade de gêneros só será plausível em 2095. Ainda, um relatório divulgado pela ONU apresenta que em média, no mundo, os salários das mulheres são 24% inferiores aos dos homens. No contexto brasileiro, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o Brasil está em 124º lugar, entre 142 países, no ranking de igualdade de salários. Somos o penúltimo das Américas, ficando à frente apenas do Chile. Essa diferença salarial é uma variável que chama a atenção de imediato, pois o público feminino ganha em média 73,7% do salário recebido pelos homens.
A desigualdade de gênero é um tema que motiva inquisições desde as sociedades mais antigas. Entretanto, se considerarmos os tempos mais remotos da nossa história, percebemos o quanto este fato vem se alterando e atenuando de modo gradativo. Porém, embora tenha havido avanços, ainda existem desafios a serem enfrentados. Exemplo disso é o relatório do Fórum Econômico Mundial que assevera que a igualdade de gêneros só será plausível em 2095. Ainda, um relatório divulgado pela ONU apresenta que em média, no mundo, os salários das mulheres são 24% inferiores aos dos homens. No contexto brasileiro, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o Brasil está em 124º lugar, entre 142 países, no ranking de igualdade de salários. Somos o penúltimo das Américas, ficando à frente apenas do Chile. Essa diferença salarial é uma variável que chama a atenção de imediato, pois o público feminino ganha em média 73,7% do salário recebido pelos homens.
Entretanto, a desigualdade de gênero não permanece somente na remuneração, se verificarmos os cargos de chefias nas corporações, vamos encontrar também desigualdades. O arquétipo de uma boa gestão é, historicamente, conferido aos homens. Diante do rótulo consolidado fica complexo para a sociedade acolher um novo modelo mental de mulheres dirigentes. O rompimento desse protótipo é admirável, uma vez que uma equipe composta por pessoas semelhantes tem a tendência de apreciar os problemas e soluções da mesma forma. Assim, a diversidade de gênero é a conveniência de diversificação de competências nas organizações, podendo motivar maior vantagem competitiva, ao valer-se melhor dos recursos, de acordo com a Teoria da Dependência dos Recursos.
Nesta discussão, nos deparamos com países que possuem a inserção de leis defendendo mulheres no conselho de administração (CA), a exemplo da Irlanda, Islândia, Espanha e a França que estima atingir 40% até 2017 para empresas listadas em bolsa. No Brasil, embora o país seja conhecido por sua diversidade, o tema ainda é novo no ambiente empresarial. Tramita, no Congresso um projeto que propõe um percentual mínimo de mulheres no CA das organizações, contestando a posição do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa pela não obrigatoriedade de cotas para mulheres nos CA. Porém, há quem defenda que as mulheres não precisam de cotas, pois estão conquistando seu espaço no mercado. Corroborando com esta afirmativa, Marina Salles, gestora de projetos do Great Place to Work Brasil (premiação que reconhece as melhores empresas para trabalhar), evidencia que as mulheres estão cada vez mais qualificadas e vêm tomando os cargos anteriormente ocupados em sua maioria por homens.
Igualmente, vale observar que a forma das relações de gênero e de seus efeitos ocorre também no campo da produção científica na sociedade brasileira. A participação feminina nas investigações desenvolvidas, principalmente no domínio das ciências sociais aplicadas, têm se consolidado cada vez mais, comparativamente a décadas anteriores.
Neste contexto, percebe-se, ações de valorização da mulher no campo contábil. O Instituto The American Institute of Certified Public Accountants (AICPA), dos EUA, tem destinado especial atenção à participação feminina desde 1989, com a criação de um comitê de estratégias para tornar mais ativa a participação da profissional contábil. No Brasil também encontramos movimentos sobre a participação e atuação da mulher no campo contábil. São diversos os eventos direcionados para a mulher contabilista realizados em diferentes partes do País, a exemplo do Encontro Nacional da Mulher Contabilista, organizado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que em 2017 terá sua XI edição na cidade de Gramado/RS.
Contadora, professora do Departamento de Ciências Contábeis da Unisc e doutoranda em Ciências Contábeis pela Unisinos
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO