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JC Contabilidade

- Publicada em 08 de Julho de 2016 às 18:36

Avaliação de empresas deve evitar método único

Nardin alerta para a necessidade de acompanhar  as normas formais e informais do mercado

Nardin alerta para a necessidade de acompanhar as normas formais e informais do mercado


MAGNÓLIA PARTNERS /DIVULGAÇÃO/JC
Com diversos métodos de avaliação de empresas disponíveis no mercado, a escolha adequada para avaliar e precificar um negócio não é fácil. O Fluxo de Caixa Descontado é o método mais utilizado, mas muitas vezes outras metodologias são mais adequadas à realidade da companhia.
Com diversos métodos de avaliação de empresas disponíveis no mercado, a escolha adequada para avaliar e precificar um negócio não é fácil. O Fluxo de Caixa Descontado é o método mais utilizado, mas muitas vezes outras metodologias são mais adequadas à realidade da companhia.
A escolha engloba variáveis como o objetivo da avaliação (ótica de precificação), sinergias, cenário contábil do negócio e o acesso à informação. O Executivo de Relações com o Mercado e Analista da Magnólia Partners, Eudes Nadin, explica que o acompanhamento e assessoria de um especialista é essencial para uma avaliação correta, respeitando as normas formais e informais do mercado. "O consultor de avaliação será capaz de reproduzir com precisão o intervalo de valores econômicos justo da empresa. Essa informação é vital no momento de uma negociação pois minimizará o poder de barganha da outra parte", afirma.
JC Contabilidade - Quais os principais métodos de avaliação de empresas disponíveis no mercado hoje? Como funcionam?
Eudes Nadin - O mecanismo de avaliação mais consagrado é o de Fluxo de Caixa Descontado. Esse método valoriza a empresa em função de sua capacidade de gerar caixa no futuro, ponderado pelo custo de oportunidade e prêmio de risco. Respeitadas as premissas do modelo, é o mecanismo de avaliação que necessariamente irá maximizar a riqueza do investidor que o utilizar como base para precificação de todos seus ativos. Os métodos alternativos são, em geral, ópticas de comparação entre empresas semelhantes. As comparações são feitas com base em índices financeiros, como o VE/Ebitda - valor da empresa sobre seu Ebitda (receita líquida deduzida de custos, despesas operacionais e depreciações). Dessa forma, se o segmento da empresa apresenta uma média de VE/Ebitda igual à x, podemos trabalhar com a hipótese de a empresa valer x vezes o seu próprio Ebitda. Os métodos de comparação são mais utilizados como balizadores do fluxo de caixa descontado, atuando como um "centro de gravidade" do valuation (processo de avaliação da empresa).
Contabilidade - Por que o Fluxo de Caixa Descontado é o mais utilizado? Quando ele não é recomendado?
Nadin - O valor presente líquido de um ativo é a óptica mais precisa de estimação de valor para o investidor, tendo em vista que, por exemplo, uma taxa interna de retorno pode representar um nível de retorno não ótimo (máximo local) e retornar uma taxa arbitrária, o que não garante maximização de riqueza do investidor. Dessa forma, convencionalmente, utiliza-se o valor presente líquido como forma de minimizar os erros de avaliação. O método de fluxo de caixa descontado pode não ser utilizado em momentos que, por exemplo, a geração de caixa futura da empresa é inferior ao valor de seus ativos imobilizados. Nesse caso, recomenda-se o encerramento da operação e a liquidação dos ativos.
Contabilidade - O que deve ser levado em conta na escolha do método de avaliação?
Nadin - Essencialmente um Fluxo de Caixa da Empresa levará em consideração a capacidade de geração de Ebitda, necessidade de capital de giro do negócio e o nível de investimentos (Capex) necessário para lastrear o crescimento da companhia. Dessa forma, a maximização do valor da empresa depende de um bom nível em suas margens e na sua capacidade de financiar as operações e o crescimento. O financiamento operacional (capital de giro) apresenta particularidades específicas em cada segmento, a indústria de bebidas, por exemplo, possui a necessidade de antecipar o pagamento de tributos (substituição tributária) de seus clientes - geralmente com descasamento de prazos. O caixa gerado pelas variáveis descritas será descontado pelo custo médio ponderado de capital (Wacc) da empresa, composto pelo custo médio dos financiamentos e do capital próprio. Dentro dessa esfera, o empresário deverá considerar o impacto da opção de financiamento (aporte ou empréstimo) no Wacc. Uma escolha que aumenta o Wacc irá diminuir o Valor da Empresa. Por fim, o Wacc também dependerá da conjuntura econômica: o custo de oportunidade e o prêmio de risco exigido. O Brasil apresenta um problema crônico de juros elevados, o que diminui o valor dos projetos de investimentos e direciona o capital para os títulos públicos.
Contabilidade - Quais os principais erros cometidos pelas empresas na avaliação de ativos?
Nadin - Existe uma crença de que uma empresa não endividada é sempre mais valiosa. Embora o valor das dívidas seja deduzido do valor do acionista, pode acontecer de a diferença nos custos de capital próprio e de terceiros (se este muito inferior) penalizar o valor presente líquido do fluxo de caixa e gerar um valor inferior ao acionista - mesmo sem haver dívidas para deduzir. Não existe uma regra geral para a estrutura ótima de capital, é um caso específico para cada empresa - que deveria tomar uma decisão puramente matemática na hora de optar pelo seu método de financiamento.
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