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Operação Lava Jato

- Publicada em 26 de Junho de 2016 às 18:13

Petistas presos querem que partido assuma culpa

Os três petistas presos pela Operação Lava Jato, João Vaccari Neto, José Dirceu e André Vargas, querem que a legenda assuma institucionalmente a responsabilidade pelos desvios na Petrobras. A ideia ganhou força na quinta-feira passada, quando a sede da legenda em São Paulo foi alvo de ação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF).
Os três petistas presos pela Operação Lava Jato, João Vaccari Neto, José Dirceu e André Vargas, querem que a legenda assuma institucionalmente a responsabilidade pelos desvios na Petrobras. A ideia ganhou força na quinta-feira passada, quando a sede da legenda em São Paulo foi alvo de ação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF).
Nos últimos dias, dirigentes passaram a defender internamente que o partido avalie a proposta na próxima reunião do diretório nacional do PT, em 19 e 20 de julho. Em conversas com parlamentares petistas que foram visitá-lo na carceragem da PF em Curitiba, Vaccari encaminhou a questão ao partido.
O ex-tesoureiro da sigla argumenta que o alvo final da Lava Jato e operações derivadas não é sua pessoa física, é o PT enquanto instituição. O fato de a sede da legenda ter sido ocupada pela PF reforça o argumento dos defensores da tese. Preso há um ano e dois meses, condenado a 24 anos de detenção, o ex-tesoureiro tem se queixado do imobilismo do PT diante de sua situação. Vaccari diz não ver uma saída e teme novas condenações. A alguns companheiros afirmou sentir-se "abandonado".
Embora Vaccari não tenha expressado aos companheiros intenção de fazer delação premiada, as queixas levaram preocupação à direção petista. Na última reunião da executiva nacional do PT, em maio, o presidente do partido, Rui Falcão, pediu que os parlamentares petistas intensifiquem as "visitas humanitárias" ao ex-tesoureiro. Ao menos quatro deputados estiveram em Curitiba desde então. Um cronograma de visitas está sendo elaborado pela direção. Nas próximas semanas, um grupo de senadores deve ir ao encontro de Vaccari.
Na prática, a cobrança é para que o PT diga formalmente que os desvios investigados pela Lava Jato foram feitos em nome da legenda e não por iniciativa pessoal de filiados. Nas conversas com parlamentares, Vaccari sugeriu que a admissão venha acompanhada pela defesa da necessidade de uma reforma no sistema eleitoral.
Não existe uma fórmula para colocar a ideia em prática nem a garantia de que a proposta possa beneficiar pessoalmente os petistas presos. Mas a sugestão é objeto de conversas frequentes no PT. Alguns petistas lembram o fato de outras siglas, como PMDB, PP, PSB e PSDB, também terem sido citadas na Lava Jato, o que reforçaria o discurso de falência do sistema político.
A cobrança de Vaccari levou a direção petista a duas questões. A primeira, ainda sem resposta, é se a admissão de responsabilidade é conveniente ao PT ou pode implicar dirigentes que até agora passaram ilesos. A segunda é se o endereço final da Lava Jato é realmente a sigla. Esta pergunta começou a ser respondida na quinta-feira, com a inédita ocupação da sede do partido pela PF na Operação Custo Brasil, derivada da Lava Jato, que levou à prisão do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo e outro ex-tesoureiro do PT, Paulo Ferreira.
Em conversas recentes, Falcão avaliou que a ação da PF deixou explícito algo que já era cogitado internamente: o alvo é o PT e não apenas seus dirigentes.

Paralisia do PT prejudica conjunto da esquerda, diz Tarso

Para o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT), que vem conversando com políticos de diversas legendas para a formação de uma frente de esquerda, o PT está "imobilizado por esta crise e não tem discutido questões substanciais". Tarso defende que a sigla analise em profundidade, com especialistas em direito penal, os processos aos quais estão submetidos nomes como o do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto e o ex-deputado André Vargas, "para traçar uma estratégia e, se for o caso, fazer uma profunda autocrítica nos métodos adotados para financiamentos eleitorais. Mas ainda não tomou nenhuma atitude e não fez este exame", admite. Segundo o ex-governador, "a paralisia do PT em função deste cerco está prejudicando o conjunto da esquerda no País".
O petista diz estar preocupado com o que ocorrerá após as eleições municipais e como ficará o campo democrático de esquerda e centro-esquerda após o pleito. "Recebi recentemente o Ciro Gomes (PDT) e defendi a formação de uma frente político-programática que excluísse, nacionalmente, uma dependência com o PMDB. Ciro concordou e vamos nos encontrar após as eleições para traçar esse caminho", revelou.