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câmara dos deputados

- Publicada em 13 de Junho de 2016 às 18:54

Deputado nega ter discutido renúncia com parlamentares

Afastado da presidência da Câmara e na iminência de ter o parecer que pede sua cassação julgado pelo Conselho de Ética, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) negou, por meio das redes sociais, ter sido procurado por parlamentares com recomendações para renunciar ao mandato. No Twitter, Cunha disse que ninguém, "nem do governo, nem da Câmara", o procurou "com essa finalidade".
Afastado da presidência da Câmara e na iminência de ter o parecer que pede sua cassação julgado pelo Conselho de Ética, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) negou, por meio das redes sociais, ter sido procurado por parlamentares com recomendações para renunciar ao mandato. No Twitter, Cunha disse que ninguém, "nem do governo, nem da Câmara", o procurou "com essa finalidade".
Cunha rebateu reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo" desta segunda-feira, que narrou o encontro de dois parlamentares do Centrão com o presidente da Câmara afastado. Segundo a reportagem, Cunha se descontrolou ao ouvir o conselho para renunciar e reagiu "aos gritos". Horas depois da publicação, Cunha publicou na internet as mensagens: "Simplesmente não fui procurado por nenhum parlamentar sugerindo renúncia".
Desde que foi afastado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), Cunha passa a maior parte do tempo recluso na residência oficial da Câmara, onde recebe os aliados mais próximos e traça as estratégias para tentar a salvação de seu mandato. Segundo deputados, a romaria não é tão intensa como na época em que ele presidia a Casa, mas muitos colegas mantêm o hábito de "bater ponto" e prestigiar o presidente afastado.
Citam como mais assíduos deputados como o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), e Marcelo Aro (PHS-MG). O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força Sindical, é muito amigo, mas, como recebeu do presidente interino Michel Temer (PMDB) "tarefas" como cuidar dos movimentos sociais, evitar greves, tem sido menos frequente. Na semana em que a imprensa publicou o pedido de prisão de Cunha e outros três peemedebistas, Paulinho também foi à residência oficial.
"O Eduardo ainda tem muitas pessoas na Câmara que não renegam o relacionamento com ele. Sou um deles, tem o André Moura e outros. Semanalmente, converso com ele na residência sobre o processo do Conselho", reforçou o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), um dos seus principais porta-vozes e que também visitou Cunha em sua residência oficial semana passada.
 

Deputada Tia Eron garante que vai participar hoje da votação do parecer

Voto de minerva no processo contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética, a deputada Tia Eron (PRB-BA) optou pelo isolamento nos últimos dias para não se expor à pressão. A parlamentar evitou o contato até com colegas de bancada e, com quem conversou, disse que participará nesta terça-feira da votação do parecer que pede a cassação de Cunha, mas não adiantou como votará.
Um dos poucos a conversar com a conselheira no fim de semana foi o deputado e pré-candidato à prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (PRB-SP). Tia Eron voltou a reclamar da pressão, mas não quis revelar de quem partiam as ações e disse que se manteria reclusa até a votação. "O pessoal pega pesado", resumiu Russomanno.
O pré-candidato fez questão de apontar as consequências políticas do voto para a carreira da deputada e enfatizou que o parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) não deixa dúvidas sobre a quebra de decoro parlamentar. "As provas são robustas", repetiu Russomanno.
Quem procurou e não obteve retorno de Tia Eron foi o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro. Crivella contou que preferiu procurá-la por e-mail, e não por telefone, para não pressioná-la ainda mais. "A gente não quer ser justiceiro, mas o fato é que não há defesa para o caso", declarou.
O último contato de Crivella com Tia Eron aconteceu há mais de uma semana, quando a deputada disse ao colega de partido que estava consciente da situação. "A Eron votará de acordo com a posição dela", afirmou. Com o comportamento da deputada nos últimos dias, hoje Crivella tem dúvidas se ela conseguirá votar contra Cunha, já que, no passado, ela admirava o desempenho do peemedebista à frente da Câmara.