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polícia federal

- Publicada em 08 de Junho de 2016 às 18:29

'Japonês da Federal' é preso por facilitar contrabando

Newton Ishii foi condenado a quatro anos e três meses

Newton Ishii foi condenado a quatro anos e três meses


GERALDO BUBNIAK/AFP/JC
O agente Newton Ishii, famoso por escoltar investigados da Operação Lava Jato, foi preso pela Polícia Federal na terça-feira. Conhecido como "Japonês da Federal", ele já foi condenado em segunda instância a quatro anos e dois meses de prisão em regime semiaberto por facilitação de contrabando.
O agente Newton Ishii, famoso por escoltar investigados da Operação Lava Jato, foi preso pela Polícia Federal na terça-feira. Conhecido como "Japonês da Federal", ele já foi condenado em segunda instância a quatro anos e dois meses de prisão em regime semiaberto por facilitação de contrabando.
Para ter direito ao regime - que impõe o recolhimento à noite ou o uso da tornozeleira eletrônica -, Ishii obrigatoriamente tem que ser detido.
O policial tomou conhecimento da ordem judicial pouco depois do almoço e se entregou aos colegas da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, onde trabalha desde 2014, quando foi integrado à corporação. Ele está preso em uma sala da Superintendência, a mesma que abriga presos da Lava Jato, onde é vigiado por um agente carcerário.
Segundo a reportagem apurou, o modo como Ishii cumprirá o regime semiaberto ainda não foi determinado. A pena pode ser reduzida a oito meses, um sexto do total, já que o agente é réu primário. Como Ishii já ficou quatro meses preso anteriormente, restariam mais quatro meses de detenção.
O mandado de prisão foi expedido pela Vara de Execuções Penais da Justiça Federal em Foz do Iguaçu (PR). Em 2003, quando estava lotado na cidade, foi preso pelo mesmo caso. Naquele ano, Ishii foi denunciado, junto com outros 22 agentes federais, sob acusação de facilitar a entrada de mercadorias vindas do Paraguai, que chegavam ao país sem fiscalização ou sob pagamento de propina.
Ishii e outros quatro agentes foram condenados, em 2009, por corrupção e facilitação de contrabando. Em 2013, porém, Ishii foi absolvido da acusação de corrupção pelo Tribunal Regional Federal, que manteve apenas a condenação por facilitação de contrabando.
 

Federação Nacional dos Policiais declara 'total apoio' a colega

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) declarou "total apoio" ao agente Newton Ishii, o "Japonês da Federal", preso na terça-feira em Curitiba sob a acusação de facilitação de contrabando.
"Ele já vem sendo punido injustamente há muitos anos, mesmo após árdua luta para provar sua inocência", declarou o presidente da Fenapef, Luís Boudens, para quem Ishii se tornou "um ícone do combate à corrupção e ao crime organizado".
Rosto conhecido da Lava Jato, responsável pela escolta dos presos na Polícia Federal em Curitiba, Ishii está detido numa sala da superintendência no Paraná.
Para a Fenapef, há inconsistências na ação penal contra Ishii. A entidade lembra que ainda há recursos pedindo a anulação do processo, e diz que outros agentes já foram absolvidos por falta de provas.
A opinião da entidade é compartilhada por colegas de Ishii em Curitiba, que têm demonstrado solidariedade ao agente e afirmam que sua conduta no trabalho, a despeito do que possa ter ocorrido no passado, é "irretocável".
"Ele é sempre o primeiro a chegar e o último a sair. Tem uma disposição incrível", diz um colega.
Pessoas próximas a Ishii dizem que ele se sente, de certa forma, "aliviado", porque aguardava o desfecho do julgamento havia anos. "É uma espada que ele tira da cabeça", afirma outro agente.
A reportagem tentou localizar os os advogados de Ishii ontem, mas não obteve contato. O policial federal nega a acusação de ter facilitado a entrada de mercadorias contrabandeadas do Paraguai através da fronteira de Foz do Iguaçu (PR).