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O acordo de renegociação das dívidas estaduais com a União, saudável no curto prazo como oxigênio para respirar por mais um tempo, pode ser inócuo no médio prazo se não houver melhora da economia e reforma da estrutura orçamentária que potencialize o superávit primário. No acordo de Brasília foi concedido apenas uma carência e alongamento da dívida, não diminuindo em um centavo sequer o seu montante. Não houve a pretendida repactuação de juros simples, o que traria uma redução significativa. Com alívio do caixa, o que o governo vai fazer? Presumo que nada além de pagar contas de custeio, muitas das quais vencidas. Não vejo, infelizmente, qualquer possibilidade ou sobra de caixa para investimento sistemático, como seria o ideal. Há demandas reprimidas de recursos de custeio em todas as áreas essenciais do Estado - Segurança, Saúde e Educação. Há o problema do déficit crônico da previdência estadual. Há problemas com o inchaço da máquina pública. Há buracos nas estradas gaúchas a clamar por onerosos consertos. Há demandas de reposição salarial das diversas categorias do funcionalismo. Há problemas e mais problemas que demandam ações além dos quatro anos de governo. E aí nos perguntamos: de onde virão recursos para bancar investimentos de infraestrutura, por exemplo, fator essencial para que a iniciativa privada se desenvolva e retribua em mais tributos? De onde virão os recursos para aprimoramento tecnológico e aparelhamento de escolas, hospitais e polícias? Quando o poder público irá construir e oferecer à sociedade um projeto de Estado e não de governo, que coloque o coletivo acima de interesses político-partidários, ideológicos ou corporativos? Quando teremos um governador estrategista do desenvolvimento e não apenas um tesoureiro? É claro que a solução passa também por reformas de âmbito federal, como a tributária e novo pacto federativo, mas cabe ao Estado fazer primeiro o seu dever de casa no sentido da reversão do déficit crônico de caixa e reconquista da capacidade de investimento. Sem isso, amanhã, lá estará o governador em Brasília repetindo o périplo da mendicância.
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O acordo de renegociação das dívidas estaduais com a União, saudável no curto prazo como oxigênio para respirar por mais um tempo, pode ser inócuo no médio prazo se não houver melhora da economia e reforma da estrutura orçamentária que potencialize o superávit primário. No acordo de Brasília foi concedido apenas uma carência e alongamento da dívida, não diminuindo em um centavo sequer o seu montante. Não houve a pretendida repactuação de juros simples, o que traria uma redução significativa. Com alívio do caixa, o que o governo vai fazer? Presumo que nada além de pagar contas de custeio, muitas das quais vencidas. Não vejo, infelizmente, qualquer possibilidade ou sobra de caixa para investimento sistemático, como seria o ideal. Há demandas reprimidas de recursos de custeio em todas as áreas essenciais do Estado - Segurança, Saúde e Educação. Há o problema do déficit crônico da previdência estadual. Há problemas com o inchaço da máquina pública. Há buracos nas estradas gaúchas a clamar por onerosos consertos. Há demandas de reposição salarial das diversas categorias do funcionalismo. Há problemas e mais problemas que demandam ações além dos quatro anos de governo. E aí nos perguntamos: de onde virão recursos para bancar investimentos de infraestrutura, por exemplo, fator essencial para que a iniciativa privada se desenvolva e retribua em mais tributos? De onde virão os recursos para aprimoramento tecnológico e aparelhamento de escolas, hospitais e polícias? Quando o poder público irá construir e oferecer à sociedade um projeto de Estado e não de governo, que coloque o coletivo acima de interesses político-partidários, ideológicos ou corporativos? Quando teremos um governador estrategista do desenvolvimento e não apenas um tesoureiro? É claro que a solução passa também por reformas de âmbito federal, como a tributária e novo pacto federativo, mas cabe ao Estado fazer primeiro o seu dever de casa no sentido da reversão do déficit crônico de caixa e reconquista da capacidade de investimento. Sem isso, amanhã, lá estará o governador em Brasília repetindo o périplo da mendicância.