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Opinião

- Publicada em 20 de Junho de 2016 às 16:28

A democracia refém das delações premiadas

Só se acentua, nos últimos dias, o crescimento da reação internacional contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT), no protesto formal em organizações latino-americanas, e, já agora, atingindo as Nações Unidas. Vem de par com a perplexidade diante da alegação de crime, por Dilma, quando as ditas "pedaladas" já se registravam como rotina nas apropriações orçamentárias do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Só se acentua, nos últimos dias, o crescimento da reação internacional contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT), no protesto formal em organizações latino-americanas, e, já agora, atingindo as Nações Unidas. Vem de par com a perplexidade diante da alegação de crime, por Dilma, quando as ditas "pedaladas" já se registravam como rotina nas apropriações orçamentárias do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
A mesma acusação se estende ao governo Michel Temer (PMDB), diante da generalização dos regimes de propina, atingindo contundentemente três agora ex-ministros. O ex-ministro Romero Jucá pediu demissão. Nem de propósito, a seguir, e numa exasperação do confronto, é o próprio ministro da Transparência, Fabiano Silveira, que cai. Não há mais que se comprovar a culpabilidade; remete-se à presunção e à saída da pasta. Como também Henrique Alves, do Turismo.
A sequência consolida a opinião pública emergente, na inconfiabilidade do regime Temer, e na busca do fortalecimento pelo estrito desempenho econômico e social, por força, a demorar, sem créditos de espera. Mais ainda, a sofrer a oposição gritante do PT, pela primeira vez, há mais de década, no antagonismo. No quadro de incertezas, desenha-se a retração dos votos certos contra Dilma, a reforçar uma eventual surpresa na sentença do Senado.
Só se adensam os novos espantos, diante da potencialidade das revelações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O que mostram estas semanas é o quanto os recursos ao impeachment pretendem destituir o governo, em curto-circuito, diante das práticas constitucionais assentadas na força do voto e das maiorias eleitorais.
No âmbito dessas surpresas, cresce, ainda, a presente indefinição de senadores que votaram pelo debate, mas não pela manifestação, já, da culpabilidade da presidente. Está longe de se configurar, ainda, o impacto total da Operação Lava Jato, frente à apropriação dos dinheiros públicos pelos detentores do poder. Diante das vicissitudes do nosso amadurecimento democrático, o presente debate, no impeachment, criou uma nova ameaça ao nosso Estado de Direito: a de um governo permanentemente refém das delações premiadas, e sua imprevisível munição.
Membro do Conselho da ONU para a Aliança das Civilizações e da Academia B. de Letras
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