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Educação

- Publicada em 15 de Junho de 2016 às 21:50

Alunos são tirados à força de prédio da Fazenda

BM chegou ao local duas horas depois da ocupação pelos estudantes

BM chegou ao local duas horas depois da ocupação pelos estudantes


Marcelo G. Ribeiro/JC
Conforme prometido na terça-feira, o secretário estadual da Educação, Luís Alcoba de Freitas, e representantes de entidades estudantis que ocupam as escolas públicas do Estado assinaram o documento que garante a execução das propostas. A principal promessa é a que diz respeito à votação do Projeto de Lei (PL) nº 44/2016. O governo se comprometeu a votar o PL somente em 2017 e, até lá, está disposto a debatê-lo com a sociedade. A juíza Geneci Campos, do Centro Judicial de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), também esteve presente.
Conforme prometido na terça-feira, o secretário estadual da Educação, Luís Alcoba de Freitas, e representantes de entidades estudantis que ocupam as escolas públicas do Estado assinaram o documento que garante a execução das propostas. A principal promessa é a que diz respeito à votação do Projeto de Lei (PL) nº 44/2016. O governo se comprometeu a votar o PL somente em 2017 e, até lá, está disposto a debatê-lo com a sociedade. A juíza Geneci Campos, do Centro Judicial de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), também esteve presente.
O acordo foi feito na terça-feira à tarde, em presença da presidente da Assembleia Legislativa, Silvana Covatti (PP), e do deputado que é líder do governo na Casa, Gabriel Souza (PMDB). Entidades como a União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas (Uges), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre (Umespa) e o Coletivo Juntos assinaram o documento. No entanto, representantes de 12 escolas, que também compareceram à audiência, negaram-se a assinar o acordo. Eles entregaram uma pauta individual, que será analisada pelo governo do Estado.
Foi essa discordância que motivou a ocupação da sede da Secretaria Estadual da Fazenda, na avenida Mauá, no Centro de Porto Alegre, por um grupo de alunos pertencentes ao Comitê das Escolas Independentes (CEI). Segundo funcionários do local, computadores e outros objetos foram quebrados pelos estudantes. Para eles, a Ubes teria "jogado um mês inteiro de luta no lixo" ao aceitar a negociação com o governo, que "não dialoga com a real necessidade dos estudantes da rede pública de ensino do Rio Grande do Sul".
A reportagem do Jornal do Comércio conversou com um dos cerca de 50 estudantes que ocuparam a Sefaz. O jovem, que não quis ser identificado, afirmou que o prédio foi tomado por volta das 7h30min, e a que a Brigada Militar (BM) chegou duas horas depois. "Eles disseram que era para liberar o prédio ou seríamos tirados à força. Pediram que nos reuníssemos em um andar e começaram a tirar um por um, nos jogavam nas escadas, para outros policiais. Tentamos resistir, mas eles seguravam a pessoa que queriam levar e jogavam spray de pimenta nas outras", relata. Segundo o garoto, nenhuma das reivindicações dos secundaristas foi atendida no acordo firmado pela Ubes.
No total, 33 estudantes, menores de idade, foram encaminhados ao Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca). Segundo a delegada Adriana da Costa, eles serão liberados aos familiares e uma audiência será agendada posteriormente. Um jornalista do Jornal Já, Matheus Chaparini, que cobria o ocorrido, também foi preso pela BM. Chaparini e mais nove maiores de idade foram presos e acusados de dano possessório, resistência à prisão, esbulho possessório, desacato, associação criminosa (por serem mais de três) e corrupção de menores. Segundo a delegada Andrea Nicotti, da 3ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre (DPPA), eles seriam levados ao Presídio Central e ao Madre Pelletier e aguardariam que os processos fossem distribuídos entre as varas criminais.
Uma vez que as escolas seguem ocupadas, a preocupação com a perda do ano letivo cresce. A tensão é tanta, que pais de alunos, revoltados com essa possibilidade, quebraram os cadeados que mantêm fechados os portões do Colégio Estadual Paula Soares, no Centro da Capital, e invadiram o local, exigindo que as aulas fossem retomadas.

Audiência termina sem acordo, e docentes seguem no Caff

A audiência de conciliação entre o Cpers/Sindicato e o governo estadual, realizada ontem à tarde, terminou sem avanços. Depois de assembleia com a categoria, o Comando de Greve do Cpers decidiu permanecer dentro do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff) e manter a greve. A categoria deverá aguardar decisão judicial pela reintegração de posse, que, até o fechamento desta edição, ainda não havia sido proferida.
Segundo o professor do Colégio Estadual Júlio de Castilhos Daniel Damiani, a decisão da juíza Andréia Terre do Amaral, da 3ª Vara da Fazenda Pública, seria inclinada à permanência dos manifestantes dentro do prédio, mas exigiria a desobstrução da entrada, permitindo que os funcionários retomassem o trabalho. No entanto, nada havia sido confirmado até a noite de ontem, uma vez que a audiência conciliatória foi interrompida.
Damiani e a professora Iris de Carvalho, da direção do Cpers, pediram aos professores que seguiam em vigília na frente do Caff que permanecessem resistindo. Iris afirmou que o governo não apresentou nenhuma proposta nova à categoria, e classificou a negociação de "intransigente e autoritária".
Enquanto aguardavam a decisão do Cpers, um grupo de pessoas com diversas motivações, entre elas o apoio à greve dos professores, protestava em frente ao prédio. As avenidas Borges de Medeiros e Praia de Belas foram bloqueadas para o tráfego. A greve dos professores estaduais completa um mês hoje.