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Conjuntura Internacional

- Publicada em 30 de Junho de 2016 às 22:11

Para o FMI, incertezas do Brexit é risco global

População do Reino Unido decidiu sair da União Europeia em plebiscito realizado em 23 de junho deste ano

População do Reino Unido decidiu sair da União Europeia em plebiscito realizado em 23 de junho deste ano


JUSTIN TALLIS/AFP/JC
O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou, na manhã desta quinta-feira, que "o maior risco para a economia mundial são as incertezas" da decisão do Reino Unido de sair da União Europeia, decidida por plebiscito há uma semana. Gerry Rice, diretor de comunicação do FMI, afirmou em sua entrevista quinzenal, em Washington, que a entidade está revisando suas perspectivas de crescimento econômico global, atualmente em 3,2%. O novo indicador deve ser conhecido nas próximas semanas.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou, na manhã desta quinta-feira, que "o maior risco para a economia mundial são as incertezas" da decisão do Reino Unido de sair da União Europeia, decidida por plebiscito há uma semana. Gerry Rice, diretor de comunicação do FMI, afirmou em sua entrevista quinzenal, em Washington, que a entidade está revisando suas perspectivas de crescimento econômico global, atualmente em 3,2%. O novo indicador deve ser conhecido nas próximas semanas.
"O aumento das incertezas tem a ver com as condições futuras do Reino Unido e da União Europeia e com quanto tempo será necessário para definir estas condições, qual será o impacto nos negócios e em outros atores econômicos. Essa é a razão pela qual temos encorajado o Reino Unido e a União Europeia a trabalhar de maneira muito próxima para ter uma transação fluída e previsível", disse Rice. "Só se passaram alguns dias (da decisão do Brexit). Esperamos que todos façam todo o possível para mitigar a situação, ainda é impossível prever o que ocorrerá no Reino Unido e no seu acesso ao mercado único (europeu)."
Rice afirmou que o FMI vai fazer a atualização das perspectivas para a economia mundial, com revisões "à luz do que ocorreu", e que só será possível avaliar com clareza a situação "nas próximas semanas". Ele lembrou que um acordo rápido entre Reino Unido e União Europeia, desde que feito de forma prudente, seria ótimo, mas que, por outro lado, apressar as negociações para se chegar a um acordo qualquer, que pode ser negativo, não interessa a ninguém.
"A saída do Reino Unido da União Europeia pode criar grande incerteza. Acreditamos que isso vai frear o crescimento no curto prazo, especialmente no Reino Unido, e terá repercussões negativas na Europa e na economia mundial. Um período prolongado de incertezas pode gerar a contração da confiança dos consumidores e das empresas, o que significaria que o crescimento poderia baixar muito, e as autoridades do Reino Unido e da União Europeia têm de desempenhar um papel para diminuir as incertezas neste período (de negociações)", aconselhou Rice.
O diretor comentou ainda que o FMI apoia as medidas dos grandes bancos centrais do mundo - Banco da Inglaterra, Banco Central Europeu, Fed (EUA) e Banco do Japão - que decidiram proporcionar liquidez e frear a volatilidade excessiva no campo financeiro. "Os movimentos do mercado imediatamente após a decisão do anúncio foram profundos, mas não foram excessivamente desordenados", destacou.
O diretor de Comunicação do FMI também alertou os formuladores de políticas de todo o mundo a se prepararem para agir caso as condições financeiras piorem. Ele insistiu que as negociações para a saída formal do Reino Unido da UE sejam aceleradas para evitar que um período de incertezas prolongadas possa abater os mercados globais.

Senado argentino aprova projeto de repatriação de dinheiro ilegal depositado no exterior

População do Reino Unido decidiu sair da União Europeia em plebiscito realizado em 23 de junho deste ano

População do Reino Unido decidiu sair da União Europeia em plebiscito realizado em 23 de junho deste ano


JUSTIN TALLIS/AFP/JC
Com uma oposição cada vez mais enfraquecida, o governo de Mauricio Macri conseguiu aprovar, no Senado, um projeto que permite aos argentinos que mantêm dinheiro ilegalmente no exterior legalizarem a situação.
Com a lei de anistia fiscal, espera-se que US$ 20 bilhões (R$ 64 bilhões) sejam reintegrados à economia do país, cuja população costuma poupar no exterior ou em dólares guardados em casa devido às sucessivas crises econômicas. A estimativa é que os argentinos mantenham cerca de US$ 500 bilhões (R$ 1,6 trilhão) fora do sistema bancário.
O texto, que já havia sido aprovado pelos deputados, recebeu voto favorável de 56 senadores e foi rejeitado por 11. Houve uma abstenção. Apesar de a oposição ter a maioria nas casas, a atual fragilidade do Frente para a Vitória (coalizão de base do kirchnerismo) facilitou a vitória da situação.
Vários políticos têm abandonado o bloco por causa das denúncias de corrupção envolvendo kirchneristas, principalmente após o secretário de obras de Cristina e Néstor Kirchner, José López, ter sido preso quando tentava esconder em um convento na Grande Buenos Aires US$ 8,9 milhões em espécie.
A detenção do político fez com que se ampliassem as restrições de quem poderá repatriar seu capital. Funcionários do governo, seus familiares mais próximos e representantes do Parlasul (Parlamento do Mercosul) foram excluídos para impedir que legalizem seus recursos sem que haja uma investigação da origem deles.
Antes de dar o respaldo ao projeto, a oposição criticou um artigo do texto que permite a venda de ações do Fundo de Garantia da Anses (equivalente ao INSS). Tanto o dinheiro levantado com esses papéis quanto os impostos pagos pelos argentinos que aderirem à lei serão usados para bancar um programa de ampliação de aposentadorias.
Anteriormente, Macri também havia sido alvo de questionamentos por haver anunciado o envio do projeto ao Congresso dias após sua declaração de bens ter se tornado pública com a informação de que tinha uma conta com 18 milhões de pesos (R$ 4 milhões) no paraíso fiscal das Bahamas. O dinheiro, apesar de estar em situação legal, alimentou as acusações kirchneristas contra o mandatário.
A gestão de Cristina Kirchner (2007-2015) também tentou adotar programas de repatriação semelhantes, mas não teve sucesso.
 

Economia argentina entra em recessão técnica depois de três quedas do PIB

O PIB da Argentina caiu 0,7% no primeiro trimestre de 2016 em comparação com o último trimestre de 2015 (de outubro a dezembro), o que significa que o país acumula três trimestres consecutivos com sua economia em recessão, informou o Instituto Nacional de Estatística e Censos. Ao mesmo tempo a economia argentina cresceu meio ponto entre janeiro e março deste ano, em comparação com o mesmo período de 2015.
O PIB da Argentina foi estimado em 674 bilhões de pesos (cerca de R$ 157 bilhões) para o último trimestre. Os setores que registraram maior declínio da atividade econômica foram a construção, com queda de 5,19% e a agricultura com queda de 5,06%.
Outras atividades que também sofreram queda na produção foram a indústria extrativista, com recuo de 3,29%, e a indústria transformadora, que caiu 1,62%. As áreas que registraram aumento da atividade econômica, no primeiro trimestre de 2016 em comparação com o mesmo período do ano passado, foram transportes e comunicações (4,17%) e intermediação financeira e setor bancário (1,25%).
No comércio exterior as exportações aumentaram 13,08%, entre janeiro e março, enquanto as importações também subiram 12,22%. O consumo privado aumentou 1,08% e o público 2,68%.