Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Contas Públicas

- Publicada em 27 de Junho de 2016 às 20:08

Dívida pública federal alcança R$ 2,8 trilhões no mês de maio

Resultado foi positivo, destacou Secunho

Resultado foi positivo, destacou Secunho


ELZA FIÚZA/ABR/JC
O estoque da dívida pública federal (DPF) subiu 2,82% em maio, quando atingiu R$ 2,878 trilhões. Os dados foram divulgados ontem pelo Tesouro Nacional. Em abril, o estoque estava em R$ 2,799 trilhões. A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 34,76 bilhões no mês passado. Também houve emissão líquida de R$ 44,32 bilhões em títulos em maio.
O estoque da dívida pública federal (DPF) subiu 2,82% em maio, quando atingiu R$ 2,878 trilhões. Os dados foram divulgados ontem pelo Tesouro Nacional. Em abril, o estoque estava em R$ 2,799 trilhões. A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 34,76 bilhões no mês passado. Também houve emissão líquida de R$ 44,32 bilhões em títulos em maio.
A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 2,77% e fechou o mês em R$ 2,744 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 3,94% maior, somando R$ 134,70 bilhões no mês passado. De acordo com o Tesouro, a variação deveu-se principalmente à desvalorização do real frente às moedas que compõem o estoque da DPFe.
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Leandro Secunho, afirmou que o mês de maio foi bastante positivo para a emissão de títulos da dívida federal. "Foi possível fazer emissões em volume considerável", disse.
Em maio, o Tesouro emitiu R$ 55,803 bilhões, e o volume de resgates atingiu R$ 11,483 bilhões, considerando a Dívida Pública Federal. Com isso, houve emissão líquida de dívida pública de R$ 44,319 bilhões. Desses valores, a DPMFi respondeu por praticamente a totalidade das emissões (R$ 55,802 bilhões) e dos resgates (R$ 11,109 bilhões). Com isso, a emissão líquida foi de R$ 44,692 bilhões.
"Houve concentração grande de emissão de papéis prefixados", afirmou Secunho. Segundo os dados do Tesouro, 75,33% das emissões em maio foram de títulos prefixados, num total de R$ 42,037 bilhões. "Esse volume se deveu à rolagem dos vencimentos de 1 de abril. Ao longo do ano, esperamos que toda a dívida seja rolada", acrescentou o coordenador.
Em termos de resgates, o maior volume (R$ 10,317 bilhões) foi de títulos atrelados a índices de preços. "Isso já era esperado, pois o título paga cupom semestral nos meses de maio e novembro", explicou Secunho.
O coordenador também afirmou que o movimento do mercado de títulos após a decisão do Reino Unido pela saída da União Europeia (o chamado Brexit) foi "ameno" na última sexta-feira. "Na sexta-feira, a reação foi bastante suave nos títulos internos. Nos títulos externos, impacto foi ainda menor", disse.
Secunho avaliou que o governo poderá esperar "um pouco mais" para realizar uma nova emissão externa. Ele lembrou que o Tesouro tem dólares para honrar dívida externa até julho de 2017. "Uma vez que não há necessidade de captar recursos no mercado internacional para fazer frente a vencimentos, podemos esperar momento mais adequado."
 

Governo deve usar reservas para atingir meta de R$ 170 bilhões

O governo federal deverá utilizar o caixa de reservas, destinado para pagar o vencimento de títulos da dívida pública, para bancar a nova meta fiscal, que prevê um déficit de R$ 170 bilhões. Assim, queimando recursos do colchão de reservas, o governo evitaria um crescimento ainda maior da dívida pública.
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Leandro Secunho, diz que, com essa estratégia, a aprovação da nova meta fiscal não deverá produzir impacto relevante sobre o estoque total da dívida até o final do ano.
Por causa disso, o Tesouro reviu a meta de estoque da dívida em maio e manteve a expectativa de um teto de
R$ 3,3 trilhões e um piso de R$ 3,1 trilhões. "Não existe por ora a necessidade de emitir mais títulos para o pagamento do déficit. Se for usado o colchão para pagar, não vou precisar captar mais recursos", diz.
O colchão do governo para o pagamento da dívida é de seis meses, segundo o coordenador. Com a queima de caixa, caso essa seja a estratégia definitiva do Ministério da Fazenda, o governo iniciará o ano de 2017 com uma posição menos confortável em relação aos vencimentos de títulos.
Secunho, no entanto, afirma que outras fontes poderiam ser utilizadas. "Se vão ser utilizados somente esses recursos (do caixa) ou outras fontes também, é uma decisão que ainda não está tomada", afirma.