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Financiamentos

- Publicada em 27 de Junho de 2016 às 19:18

Crédito parou de encolher no Brasil em maio, diz BC

No rotativo do cartão, taxa aumentou para 471% anuais, novo recorde

No rotativo do cartão, taxa aumentou para 471% anuais, novo recorde


VISUALHUNT/DIVULGAÇÃO/JC
Pela primeira vez no ano, o Banco Central (BC) registrou aumento no estoque de operações de crédito no País, interrompendo uma sequência de quatro recuos consecutivos. Ainda não é possível, no entanto, falar em reação desse indicador econômico.
Pela primeira vez no ano, o Banco Central (BC) registrou aumento no estoque de operações de crédito no País, interrompendo uma sequência de quatro recuos consecutivos. Ainda não é possível, no entanto, falar em reação desse indicador econômico.
Em maio, o estoque cresceu 0,1% em relação a abril, para R$ 3,144 trilhões. Na comparação com o PIB (Produto Interno Bruto), o crédito encolheu de 52,6% para 52,4%, a quinta queda consecutiva. Em 12 meses, houve aumento de 2%, percentual bem inferior à inflação de cerca de 9% no período. As concessões de novos empréstimos avançaram 0,3% na comparação mensal, mas caíram 6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os números do BC mostraram um melhor desempenho do crédito à pessoa física, que avançou 0,4% no mês e 4,8% em 12 meses. Nas mesmas comparações, o estoque para as empresas recuou 0,1% e 0,5%.
A taxa média de juros chegou a 71,7% ao ano no crédito ao consumo. Em maio do ano passado, estava em 57,3% ao ano.
No cheque especial, os juros chegaram a 311% ao ano. O juro dessa modalidade tem batido recordes de alta desde março. No rotativo do cartão de crédito, a taxa subiu para 471% ao ano, também novo recorde.
A inadimplência nas operações ao consumo passou de 5,4% em maio do ano passado para 6,3% em maio deste ano. Para as empresas, no crédito livre, variou de 3,9% para 5,4% no mesmo período.
As concessões de crédito do Bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) caíram 27% em relação a abril e 33% na comparação com maio do ano passado. O saldo ficou estável.
O estoque de crédito para compra de veículos seguiu a trajetória de queda vista desde 2014. Em 12 meses, o recuo é de 14%.
No cartão de crédito, o saldo das compras à vista e das operações parceladas com juros cresceu cerca de 3% no mês. O rotativo avançou 0,5%. O estoque de crédito imobiliário avançou 0,7% no mês e 10% em 12 meses.

Projeção de alta do saldo em 2016 foi rebaixada de 5% para 1%, informa Tulio Maciel

Com a economia em recessão, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, revisou para baixo todas as estimativas da instituição para o crédito no Brasil em 2016. A nova previsão para a expansão desse mercado este ano é de 1%, ante 5% na projeção apresentada em março. Em dezembro, a expectativa estava em 7%.
A nova previsão indica que o mercado de crédito deve continuar retraindo ao longo do ano, já que em 12 meses encerrados em maio, mostra uma alta de 2,0%.
No caso de financiamentos com recursos livres, a nova previsão da autoridade monetária para 2016 passou de uma alta de 2% para uma retração de 1%. De acordo com Maciel, um recuo anual nunca foi registrado, pelo menos na nova série histórica, iniciada em 2000. Mesmo em 2009, ano com reflexos da crise econômica internacional, esse dado foi positivo. Em 12 meses, já há recuo de 0,2%.
No crédito direcionado, a projeção foi revisada de 7% para 3%. Em 12 meses até maio, a alta de empréstimos com recursos direcionados está em 4,4%.
Maciel apresentou ainda uma previsão menor para o mercado de crédito este ano na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB). No lugar da taxa de 54%, agora a expectativa é de 52%.