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Telefonia

- Publicada em 23 de Junho de 2016 às 19:34

Oi diz a juiz que era ameaçada por 'fundos abutres'

A operadora de telefonia Oi afirmou na Corte de Nova Iorque que vinha sendo ameaçada por hedge funds dos Estados Unidos, como a Capricorn Capital, que pertence à gestora Aurelius, a mesma que comprou briga judicial com a Argentina. Muitas dessas carteiras são especializadas em comprar papéis de empresas e governos com problemas para lucrar com litígios na Justiça.
A operadora de telefonia Oi afirmou na Corte de Nova Iorque que vinha sendo ameaçada por hedge funds dos Estados Unidos, como a Capricorn Capital, que pertence à gestora Aurelius, a mesma que comprou briga judicial com a Argentina. Muitas dessas carteiras são especializadas em comprar papéis de empresas e governos com problemas para lucrar com litígios na Justiça.
A companhia diz em seu pedido de proteção contra credores, o Chapter 15, autorizado no dia 22 pelo juiz Michael Wiles em Nova Iorque, que vinha sendo alvo de "certos hedge funds" desde o final de 2015. Em março, o Capricorn abriu um litígio contra a empresa na Holanda. A Oi afirma que tem "conversas produtivas" desde março com detentores de bônus que representam 27% dos credores e que espera que as discussões avancem na Corte brasileira. Apesar dessas conversas, a Oi menciona que vem sendo alvo dos fundos de hedge e de ameaças de novas ações.
A ameaça de "ações adversas" adicionais por alguns credores foi um dos fatores que levaram a Oi e desenhar a estratégia de recuperação judicial, afirma o documento enviado ao juiz, de 57 páginas. "As dificuldades financeiras da companhia podem ser atribuídas a uma tempestade perfeita de problemas econômicos em nível corporativo, setorial e nacional", afirma a Oi, citando as instabilidades trazidas no Brasil pela Operação Lava Jato e a recessão no País, que espantou investidores estrangeiros e fechou o mercado de capitais. A tele tem R$ 65,4 bilhões em dívidas, das quais R$ 34 bilhões nas mãos de investidores que compraram títulos da companhia emitidos no mercado americano.
Ao autorizar a proteção contra os credores, o juiz afirma que, na ausência dessa decisão, havia "risco material" de que os credores sofreriam "danos irreparáveis". Com a decisão, os credores ficam impedidos temporariamente de agir contra a empresa.

Justiça britânica também suspende ações contra a companhia telefônica

A Justiça britânica acaba de validar na Inglaterra a liminar que suspendeu ações e execuções contra a Oi por 180 dias. Na véspera, o mesmo havia ocorrido nos Estados Unidos. Assim, a operadora de telefonia brasileira, que entrou com pedido de recuperação judicial na última segunda-feira, dia 20, fica protegida contra pedidos de penhoras de bens e execuções de multas, por exemplo, até que o juiz responsável pelo caso decida se vai aceitar ou não a recuperação judicial.
De acordo com fontes a par da situação, o pedido de suspensão de ações e execuções contra a Oi foi protocolado também na Inglaterra porque alguns títulos emitidos pela empresa são regidos pela lei inglesa. Então, os donos desses papéis poderiam, em tese, recorrer à Justiça britânica para acionar a Oi.
Com as liminares obtidas, a Oi fica mais tranquila para esperar a decisão do juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pelo caso. Os advogados da companhia telefônica tinham a expectativa de um deferimento rápido do juiz, mas, agora, a expectativa é que a decisão não seja tomada esta semana.