O pedido de recuperação judicial da Oi tende a causar efeitos negativos sobre a indústria de telecomunicações, uma vez que a companhia acumula aproximadamente R$ 1,5 bilhão de dívidas com fornecedores.
"Numa situação assim, os credores podem ter problemas. O setor depende de investimentos contínuos. Quando uma empresa de infraestrutura deixa de receber, ela fica sem apoio", afirmou Victor Olszenski, diretor da divisão de Telecomunicações do Departamento de Infraestrutura da Fiesp.
Outro ponto sensível do processo de recuperação judicial é a discussão sobre o valor e a lista de ativos que compõem os bens reversíveis da Oi. Os bens reversíveis são ativos essenciais para a prestação do serviço alvo da concessão. Ao fim do contrato, eles retornam ao poder público para que possam ser destinados a uma nova concessão, garantindo a continuidade dos serviços.
Como as características tecnológicas do setor avançaram muito na última década, as discussões sobre a listagem desses ativos serão complexas. "Sem acordo, isso pode ser judicializado e parar no Supremo Tribunal Federal, demorando anos para uma definição", afirmou Olszenski.
O executivo disse ainda torcer para que a definição da recuperação judicial da Oi seja rápida e não represente impactos na prestação do serviço para os consumidores.