Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 21 de Junho de 2016 às 13:57

Setubal diz não acreditar que agências bancárias acabarão, mas prevê menor número

Agência Estado
A quantidade de agências bancárias vai diminuir no Brasil, em linha com as tendências nos mercados europeu e americano, mas não irão acabar, segundo o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal. "Não acredito que as agências vão acabar. Ainda terão papel relevante. A agência continuará existindo, mas pessoas irão cada vez menos às agências. Por isso, teremos menos agências. É um processo lento, mas que vai ocorrer", afirmou o executivo, durante palestra no CIAB, promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
A quantidade de agências bancárias vai diminuir no Brasil, em linha com as tendências nos mercados europeu e americano, mas não irão acabar, segundo o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal. "Não acredito que as agências vão acabar. Ainda terão papel relevante. A agência continuará existindo, mas pessoas irão cada vez menos às agências. Por isso, teremos menos agências. É um processo lento, mas que vai ocorrer", afirmou o executivo, durante palestra no CIAB, promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Setubal chamou atenção ainda para o maior número de clientes em cada agência. No passado, segundo ele, eram dois mil clientes. Hoje, são dez mil, 15 mil, 20 mil. "Daqui a dez anos, poderemos ter 50 mil clientes por agência", projetou ele.
Disse ainda que as agências representam um "investimento relevante" por parte dos bancos, ainda que os canais remotos estejam crescendo. Diariamente, conforme ele, entre três e quatro milhões de pessoas visitam as agências bancárias.
Questionado sobre fraudes, Setubal disse que esse é um "desafio enorme", não solucionado. "Vai melhorar, mas sempre haverá certo nível de fraude. Por isso, sempre vamos continuar investindo", disse ele.
Sobre a regulação de empresas não-financeiras no setor bancário, Setubal disse que as regras devem ser únicas para todos, mas que há exemplos de "arbitragem regulatória" no mundo, uma vez que atividades fora do sistema financeiro estão muito menos sujeitas às questões regulatórias. No Brasil, porém, ele acredita que não haverá tanto impacto, visto que as empresas não-financeiras também são reguladas como, por exemplo, as do setor de meios de pagamentos.
As fintechs, startups brasileiras do segmento financeiro, devem representar nos próximos cinco, dez anos uma maior competição para o setor bancário, pressionando as margens dos bancos, na opinião do presidente do Itaú Unibanco. Na outra ponta, porém, via tecnologia, as instituições bancárias poderão reduzir custos operacionais, conforme ele, fora o fato de deterem muitas informações dos clientes (big data), o que permite fazer uma melhor oferta de crédito e venda de produtos e serviços
"Com novos entrantes (fintechs), nós bancos vamos correr. Acredito mais em redução de margem do que perda de mercado. As novas formas mais eficientes de fazer serviços que os bancos prestam devem levar à pressão de preços", afirmou Setubal.
De acordo com ele, as fintechs representam um desafio, pois os bancos terão de competir em qualidade e velocidade, mas apesar de serem novos concorrentes, também permitirão que as instituições financeiras façam novas parcerias e aprendam com elas. Setubal classificou esse relacionamento como um "ganha-ganha".
Sobre o uso de canais remotos para transações bancárias que, segundo o presidente do Itaú, tem crescido exponencialmente, a tendência é de que a curva se acelere ainda mais. "Acreditamos que em poucos anos o celular será o canal mais importante de relacionamento com o cliente", disse ele.
No Itaú, os canais eletrônicos remotos representaram 67% das transações no ano passado, contra 33% dos meios tradicionais. No primeiro trimestre deste ano, conforme dados apresentados por Setubal, a proporção foi de 71% e 29%, respectivamente. Somente o celular respondeu por 20% das transações ao final de março, contra 17% em 2015 e 12% em 2014.
"Há uma transformação muito grande e isso impacta nossa atividade, nosso negócio. Olhamos não apenas nosso negócio em si, mas também toda a questão cultural dentro do banco e posicionamento junto ao mercado", destacou Setubal.
O presidente do Itaú afirmou ainda que o blockchain, tecnologia por trás do bitcoin, é uma revolução que vem pela frente e que terá um impacto "muito grande". Avaliou ainda que possibilita a redução de custos de muitas transações "num nível de segurança realmente espetacular".
"O maior desafio dos bancos está na questão cultural. Tecnicamente, os bancos terão competências. Não é problema técnico, é cultural", concluiu Setubal.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO