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Conjuntura Internacional

- Publicada em 19 de Junho de 2016 às 18:15

Brexit ameaça fusão das bolsas de Londres e de Frankfurt

Bolsa de valores de Londres passaria a controlar a alemã, por meio de uma nova holding

Bolsa de valores de Londres passaria a controlar a alemã, por meio de uma nova holding


LONDON STOCK EXCHANGE/DIVULGAÇÃO/JC
A possível saída do Reino Unido da União Europeia (UE) ameaça minar o processo de fusão das bolsas de Londres (London Stock Exchange Group, em inglês) e de Frankfurt (Deutsche Börse AG), disseram políticos, reguladores e banqueiros. Mesmo se os britânicos votarem, na quinta-feira, pela permanência na UE, o acordo para criar um grupo com valor de mercado de US$ 30 bilhões enfrenta preocupações políticas na Alemanha.
A possível saída do Reino Unido da União Europeia (UE) ameaça minar o processo de fusão das bolsas de Londres (London Stock Exchange Group, em inglês) e de Frankfurt (Deutsche Börse AG), disseram políticos, reguladores e banqueiros. Mesmo se os britânicos votarem, na quinta-feira, pela permanência na UE, o acordo para criar um grupo com valor de mercado de US$ 30 bilhões enfrenta preocupações políticas na Alemanha.
A Deutsche Börse e a London Stock Exchange revelaram, em fevereiro, planos para criar um grupo com mais condições de competir com rivais agressivos dos Estados Unidos e da Ásia. Executivos das duas empresas promoveram a fusão como um passo importante para a integração dos mercados de capitais da Europa, porque iria aprimorar a estabilidade financeira e o acesso das economias reais à captação de recursos.
Os parceiros disseram, no início deste mê,s que os investidores da bolsa londrina iriam poder votar sobre o acordo em 4 de julho, enquanto o período da proposta para os acionistas da Deutsche Börse termina em 12 de julho. As datas são cruciais, porque os acionistas poderão decidir após o plebiscito do Reino Unido.
Pessoas que trabalham na fusão disseram que obstáculos para fechar o negócio com a atual estrutura seriam positivos, em caso de saída do Reino Unido da UE, por causa da probabilidade de objeções políticas, do escrutínio regulatório mais rígido e de uma mudança na avaliação de ambas as empresas. Um dos principais pontos de crítica é a visão de que a Deutsche Börse seria controlada a partir de Londres, por meio de uma nova holding.
"Por que a localização da holding e sua gestão seriam em Londres se a Deutsche Börse AG é o parceiro obviamente mais forte?", questionou Florian Rentsch, membro do Parlamento alemão do Partido Democrático Livre, numa carta privada para Carsten Kengeter, chefe executivo da Deutsche Börse.
Outras ameaças potenciais vistas por alguns investidores são uma queda acentuada no valor da libra, e volumes de negociação mais baixos na London Stock Exchange, diante do Brexit.

Governo e grandes bancos elevam tom de alerta sobre saída

Políticos e representantes do setor financeiro têm alertado para a possibilidade de que, com a saída do Reino Unido da União Europeia, o setor seja fortemente prejudicado. O primeiro-ministro David Cameron e líderes empresariais têm batido na tecla de que muitos bancos podem mover seus escritórios para outras capitais europeias. Sair da UE "certamente acabaria com uma enorme quantidade de empregos, não apenas em Londres, mas em centros de serviços financeiros espalhados por todo o país", disse o primeiro-ministro no mês passado, durante o Fórum Econômico Mundial, acrescentando que até 100 mil empregos podem ser destruídos apenas em Londres.
Banqueiros também têm elevado o tom de suas ameaças. Em visita ao Reino Unido no mês passado, o executivo-chefe do JPMorgan Chase, James Dimon, afirmou que poderia realocar parte de seu estafe de 16 mil pessoas para o continente europeu caso o voto favorável à saída da UE vença.
O HSBC também indicou que poderia realocar cerca de mil postos de trabalho. "Podemos enfrentar ofertas de realocação de bases por parte de Paris, Frankfurt e Dublin", disse Lucy Thomas, vice-diretora da campanha pela permanência.
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