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- Publicada em 15 de Junho de 2016 às 21:46

BRDE disponibiliza recursos para 16 municípios gaúchos

Sartori e Klein participaram da solenidade ontem no Palácio Piratini

Sartori e Klein participaram da solenidade ontem no Palácio Piratini


LUIZ CHAVES/PALÁCIO PIRATINI/JC
No dia em que comemorou o seu aniversário de 55 anos, completados ontem, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) anunciou contratos de financiamento que totalizam quase R$ 140 milhões em investimentos no Estado. Os créditos abrangem a expansão da central de coprocessamento de resíduos da Fundação Proamb em Nova Santa Rita, um novo complexo para industrialização de aves e derivados da Cooperativa de Suinocultores de Encantando (Cosuel), em Arroio do Meio, além de obras de infraestrutura urbana em 16 municípios.
No dia em que comemorou o seu aniversário de 55 anos, completados ontem, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) anunciou contratos de financiamento que totalizam quase R$ 140 milhões em investimentos no Estado. Os créditos abrangem a expansão da central de coprocessamento de resíduos da Fundação Proamb em Nova Santa Rita, um novo complexo para industrialização de aves e derivados da Cooperativa de Suinocultores de Encantando (Cosuel), em Arroio do Meio, além de obras de infraestrutura urbana em 16 municípios.
Segundo os diretores do BRDE, é a primeira vez que a instituição realiza repasses às prefeituras gaúchas. O projeto surgiu a partir de um interesse do governo paranaense, no ano passado, que pretendia repassar recursos próprios aos municípios, o que não é permitido. A partir daí, foi desenvolvida uma estratégia que atendesse aos três estados da região Sul e que respeitasse a atuação de repassador do banco.
"À época, não tínhamos cultura nem conhecimento técnico para empréstimos a municípios, mas conseguimos criar um modelo que não causasse prejuízo a nossos índices", defendeu o vice-presidente do BRDE, Odacir Klein. A instituição planejou repasses de até R$ 150 milhões para cada um dos três estados até 2018 - apenas ontem, pouco mais de R$ 39 milhões do saldo gaúcho foram contratados pelas prefeituras. Segundo o diretor de planejamento do BRDE, Luiz Corrêa Noronha, haveria outros R$ 40 milhões alinhavados com outros municípios, mas que serão repassados apenas em 2017 por conta da legislação eleitoral.
Um dos complicadores para os repasses às prefeituras é que, pela lei que rege os empréstimos a órgãos públicos, a cada real financiado, o BRDE precisa destacar outros R$ 7,00 de seu capital. Noronha conta que, no esforço de se tornar menos dependente das linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), hoje responsável por praticamente todos os repasses do BRDE, a instituição regional trabalha em acordo com a Caixa Econômica Federal. O objetivo é garantir repasses também do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
"Caso haja uma decisão que torne excepcionais os recursos, como foi com o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), elimina-se esse destaque de capital e nosso potencial de repasse aos municípios cresce quase 10 vezes", projeta Noronha. O governador do Estado, José Ivo Sartori, aproveitou a ocasião para defender a atuação das prefeituras e um novo pacto federativo "mais justo". "Mesmo que exija sacrifícios, a alteração do ICMS permitiu aumentar as receitas das prefeituras para investirem no social e na infraestrutura mesmo com a retração da economia", afirmou Sartori.
Ao saudar a história do BRDE, o governador também aproveitou para exigir a criação de novas instituições que aumentem a integração dos estados da região Sul. "Todas as regiões do País possuem fundos ou outros organismos, como superintendências de desenvolvimento, que dão guarida às pretensões regionais. É chegada a hora de pleitearmos também", conclamou Sartori, que classificou a situação como uma "injustiça" por conta da existência de desigualdades regionais também no Sul.
Além da Caixa, o BRDE também segue negociando acordos com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), o Banco Europeu de Investimento (BEI) e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), que devem permitir repasses a partir de 2018. Klein, que assume a presidência do banco regional no mês que vem, garantiu que a instituição seguirá com o mesmo tipo de atuação, sem grandes mudanças. "Um dos objetivos é intensificar nossa atuação junto à geração de energia", projetou Klein, que cita a inadimplência no pagamento de repasses antigos como um dificultador para a gestão.
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Cosuel utilizará verba para ingressar no mercado de carne de aves em Arroio do Meio

Sartori e Klein participaram da solenidade ontem no Palácio Piratini

Sartori e Klein participaram da solenidade ontem no Palácio Piratini


LUIZ CHAVES/PALÁCIO PIRATINI/JC
O repasse de maior valor entre os anunciados ontem, na casa dos R$ 95 milhões, é o destinado à Cosuel. O financiamento é parte do investimento total de R$ 113 milhões que a cooperativa fará para a implantação de um frigorífico de aves, além de fábricas de farinha de osso, óleo animal e rações. O complexo será construído em Arroio do Meio, no Vale do Taquari, e significará o ingresso da Cosuel nesse mercado - a cooperativa atua hoje principalmente com suínos e leite.
O vice-presidente da Cosuel, Pasqual Bertoldi, acredita que a planta leve dois anos para entrar em operação. O contrato deve ser assinado até o fim do mês. "Inicialmente, terá capacidade para 50 mil frangos por dia, mas o financiamento já contempla a expansão para 100 mil frangos por dia", conta Bertoldi. As aves serão destinadas tanto ao mercado interno quanto à exportação, e são necessárias para completar o mix para o varejo, segundo o dirigente.
A maior novidade do projeto é que, diferentemente do tradicional sistema integrado, que domina o ramo, a cooperativa trabalhará com o sistema de criação dos frangos em condomínios. "Serão oito núcleos de engorda, com um total de 170 produtores, e mais um núcleo de 47 matrizeiros", afirma Bertoldi. Com isso, ao invés de cada produtor manter aviários em suas propriedades, a criação é feita em centros coletivos, o que tende a diminuir os custos com logística e assistência técnica.
O outro repasse foi destinado à ampliação da usina de coprocessamento de resíduos da Fundação Proamb, localizada em Nova Santa Rita, na Região Metropolitana. Os recursos, de R$ 5,44 milhões, são parte de um investimento total de R$ 6,8 milhões que a entidade utilizará para expandir a sua capacidade de processamento de 2 mil para 4 mil toneladas de resíduos industriais por mês.
Na planta, inaugurada há pouco mais de dois anos, é feito um blend a partir dos resíduos gerados por indústrias gaúchas, que, depois, é utilizado como combustível para a geração de energia. "Hoje, fornecemos apenas à usina de cimento da Intercement, em Candiota, e com a expansão queremos atingir também outras unidades", comenta o presidente da Proamb, Neri Gilberto Basso. A ampliação também permitirá ao complexo receber resíduos de Classe 2, menos inflamáveis do que os de Classe 1, que já são processados lá. A ampliação deve ser concluída em três meses.