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Conjuntura

- Publicada em 07 de Junho de 2016 às 20:17

Bradesco e Gerdau na mira dos EUA

 NEW YORK, NY - DECEMBER 21: The New York Stock Exchange (NYSE) stands on Wall Street and Exchange Streets on December 21, 2015 in New York City. The Dow Jones industrial average was up over 100 points in morning trading following Friday's huge drop as the price of oil continued its yearly fall.   Spencer Platt/Getty Images/AFP  == FOR NEWSPAPERS, INTERNET, TELCOS &TELEVISION USE ONLY ==

NEW YORK, NY - DECEMBER 21: The New York Stock Exchange (NYSE) stands on Wall Street and Exchange Streets on December 21, 2015 in New York City. The Dow Jones industrial average was up over 100 points in morning trading following Friday's huge drop as the price of oil continued its yearly fall. Spencer Platt/Getty Images/AFP == FOR NEWSPAPERS, INTERNET, TELCOS &TELEVISION USE ONLY ==


SPENCER PLATT/GETTY IMAGES/AFP/JC
O banco Bradesco é alvo de duas ações coletivas protocoladas na Justiça americana. Um dos documentos, assinado pelo escritório de advocacia Rosen Law Firm, representa investidores individuais que dizem ter comprado ações (ADSs, American Depositary Shares, em inglês) a "preços artificialmente inflados" entre 30 de abril de 2012 e 31 de maio de 2016.
O banco Bradesco é alvo de duas ações coletivas protocoladas na Justiça americana. Um dos documentos, assinado pelo escritório de advocacia Rosen Law Firm, representa investidores individuais que dizem ter comprado ações (ADSs, American Depositary Shares, em inglês) a "preços artificialmente inflados" entre 30 de abril de 2012 e 31 de maio de 2016.
O processo envolve três executivos do banco brasileiro: o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco; o diretor vice-presidente Alexandre da Silva Glüher; e o ex-vice-presidente Júlio de Siqueira Carvalho. Eles são acusados de se envolverem, "direta ou indiretamente", na "elaboração, produção, revisão e/ou divulgação de declarações falsas e enganosas" para encobrir atividades ilegais da instituição - que abrangem a tentativa de evitar pagar US$ 828 milhões (R$ 2,9 bilhões) em impostos.
Quando a verdade emergiu, o preço das ações caiu, levando a perdas financeiras dos investidores, diz a ação. O documento menciona a Operação Zelotes, que investiga a venda de sentenças do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), ligado ao Ministério da Fazenda.
Na terça-feira passada, o Ministério Público Federal no Distrito Federal recebeu relatório da Polícia Federal que indiciou Trabuco no caso. Naquele dia, o preço dos ADSs do Bradesco caiu 5,6%
(US$ 0,37), até chegar a US$ 6,26. Segundo o processo da Rosen Law Firm, o reclamante estima que "centenas ou milhares" foram prejudicados pelo Bradesco, embora não saiba quantificar quantos.
A ação está em nome do investidor individual William
Bryan. Até 2 de agosto, outras pessoas que se julguem prejudicadas podem embarcar no processo coletivo, segundo o escritório de advocacia. Procurado, o Bradesco informou, em nota, que "não entende ter havido oscilações relevantes no preço dos papéis da instituição para justificar a movimentação dos investidores no sentido de uma ação judicial". A instituição informou ainda que vai contratar escritórios americanos para representar a instituição nessas questões.
A Gerdau e seus executivos também estão sendo processados em uma ação coletiva, segundo queixa submetida ao tribunal do Distrito Sul de Nova Iorque. O advogado responsável pelo processo, Jeremy A. Lieberman, do escritório Pomerantz, é o mesmo que atua na ação coletiva consolidada nos EUA contra a Petrobras. O processo foi aberto por dois investidores individuais, Donald e Mary Boland, que alegam ter sofrido perdas em seus investimentos em recibos de ação da Gerdau (ADRs) negociados na Bolsa de Nova Iorque (Nyse) após a revelação do escândalo de fraude da Zelotes. A Gerdau está sendo acusada de ter tentado sonegar cerca de R$ 1,5 bilhão por meio de um esquema de corrupção no Carf. No mês passado, a Polícia Federal indiciou o empresário André Gerdau Johannpeter, diretor executivo do Grupo Gerdau, e mais 18 pessoas investigadas em inquérito da Operação Zelotes.
"No período coberto por esta ação, os acusados fizeram declarações falsas ou enganosas, assim como omitiram fatos adversos importantes sobre os negócios, as operações e os prospectos da companhia. Especificamente, os acusados não informaram que: a empresa estava envolvida em um esquema de pagamento de propina no Carf; que a Gerdau sonegou cerca de US$ 429 milhões em impostos; e que o diretor executivo da Gerdau, André Bier Gerdau Johannpeter, e outros diretores e funcionários da companhia estavam envolvidos com corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência", afirma a queixa apresentada à Justiça.
Além da própria Gerdau e de André Bier Gerdau Johannpeter, são também acusados no processo Harley Scardoelli (diretor de relações com investidores) e os ex-diretores financeiros André Pires de Oliveira Dias e Osvaldo Burgos Schirmer. A empresa foi contatada para se posicionar sobre os fatos, mas a reportagem não obteve retorno em tempo hábil.
 

Banco Mundial vê recessão de 4% no Brasil em 2016 e retomada de crescimento só em 2018

A recuperação da economia brasileira só começará em 2018, segundo nova estimativa do Banco Mundial. Para a instituição, o Brasil terá uma recessão de 4% neste ano, maior que a queda de 3,8% do ano passado e do que a previsão do banco em janeiro, quando estimava uma retração de 3,5% para 2016. A expectativa é ainda mais severa que a do Fundo Monetário Internacional (FMI), que estimou, em abril, uma queda de 3,8% do PIB neste ano, e da média dos analistas do mercado financeiro brasileiro, que, na sexta-feira, projetaram uma recessão de 3,71% neste ano.
"O Brasil deverá sofrer uma contração de 4% em 2016 e sua incerteza deverá continuar em 2017 em meio a tentativas de arrocho das políticas, aumento do desemprego, redução da renda real e imprevisibilidade política. Se persistirem as incertezas políticas, a implementação de iniciativas fiscais talvez seja procrastinada, exercendo maior pressão sobre o investimento", afirmou o documento. O Banco Mundial ainda projetou recessão de 0,2% do PIB em 2017, ante previsão de alta de 1,4% em janeiro.
O novo número da instituição para o próximo ano é pior que a previsão do FMI de desempenho estável e a estimativa de alta de 0,5% e dos analistas brasileiros consultados pela sondagem Focus, do Banco Central, no fim da semana passada. A volta ao crescimento econômico ficaria para 2018, que, segundo o Banco Mundial, deve registrar uma alta de 0,8% no PIB brasileiro.
Com isso, toda a América Latina sofrerá, já que a Argentina também deve registrar uma retração neste ano, mas de 0,5%, além do Equador (-4%) e da Venezuela (-10,15). Por outro lado, México e América Central estão acelerando o crescimento, acompanhando a retomada dos Estados Unidos. "Segundo as previsões, a região sofrerá uma contração de 1,3% em 2016, após um declínio de 0,7% em 2015, os primeiros anos seguidos de recessão em mais de 30 anos. Segundo projeções, a expansão deverá começar novamente em 2017, ganhando gradualmente impulso para alcançar cerca de 2% em 2018", afirmou o Banco Mundial.
O Banco Mundial também reduziu a expectativa de crescimento global para este ano, passando de uma estimativa de expansão de 2,9%, em janeiro, para uma alta de 2,4%, nos estudos de agora. "Esta medida é devida ao crescimento lento das economias avançadas, preços de produtos básicos obstinadamente baixos, comércio global fraco e retração dos fluxos de capital", afirmou a instituição em nota.
Para os Estados Unidos, o banco estima alta de 1,9% neste ano, contra previsão anterior de alta de 2,7%. Para 2017, o país deve crescer 2,2% (contra previsão de janeiro de 2,4%) e 2,1% em 2018 (em janeiro, a estimativa era de alta de 2,2%). A Zona do Euro tende a registrar alta de 1,6%, em 2016 e em 2017, e de 1,5% em 2018. As três projeções foram cortadas em 0,1 ponto percentual cada uma. Para o Japão, a previsão é de alta de apenas 0,5% neste ano, contra projeção de janeiro de crescimento de 1,3%.