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Desempenho Industrial

- Publicada em 02 de Junho de 2016 às 19:11

Indústria não tinha dois avanços desde 2014

Segundo crescimento não garante mudança na trajetória de queda

Segundo crescimento não garante mudança na trajetória de queda


IBGE/DIVULGAÇÃO/JC
A indústria brasileira não registrava dois meses seguidos de avanço na produção desde o bimestre de julho e agosto de 2014, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da alta acumulada em abril ( 0,1%) e março ( 1,4%) deste ano, sempre na comparação com o mês anterior, a produção industrial ainda está 20,3% abaixo do pico registrado em junho de 2013.
A indústria brasileira não registrava dois meses seguidos de avanço na produção desde o bimestre de julho e agosto de 2014, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da alta acumulada em abril ( 0,1%) e março ( 1,4%) deste ano, sempre na comparação com o mês anterior, a produção industrial ainda está 20,3% abaixo do pico registrado em junho de 2013.
Segundo André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, os estoques em patamares menores, a melhora da confiança dos empresários e a base de comparação muito baixa, após uma sequência de quedas anteriores, ajudam o desempenho da indústria na margem.
"Quando a gente compara com o passado recente, claro que há maior presença de resultados positivos na margem da série, e dá impressão de alguma melhora. Embora permaneça com saldo negativo, dá uma sensação melhor do que a gente vinha observando no final de 2015", disse Macedo.
O pesquisador chama atenção que ainda há predomínio de atividades em queda: entre as 24 atividades pesquisadas, 13 mostram resultados negativos em abril ante março.
"Embora seja o segundo resultado positivo na margem, o saldo ainda é negativo no setor industrial, porque a queda observada em fevereiro é muito superior aos três meses em que houve expansão", explicou Macedo. Em fevereiro, o recuo na produção foi de 2,9%. Em janeiro, a alta ficou em 0,4%. O saldo do ano ficou negativo em 1,1%.
"Mesmo com esse segundo avanço seguido (na produção), isso não garante mudança na trajetória, alteração do comportamento de queda. Em nada reverte a trajetória negativa do setor industrial. As comparações com 2015 permanecem negativas", avaliou Macedo.
Diante da aparente recuperação da produção de bens de capital, ainda que incerta e difusa, os bens de consumo duráveis viraram o destaque negativo no desempenho da indústria. O crédito mais caro e restrito, a inflação elevada, a queda na renda e a deterioração no emprego permanecem inibindo o consumo dos bens duráveis, apontou André Macedo. "Os bens de consumo duráveis são o grande destaque negativo quando a gente considera esse passado recente da indústria", definiu Macedo.
As maiores influências negativas foram das indústrias extrativas (-15,7%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-20,6%), puxadas pela menor fabricação de minérios de ferro, óleos brutos de petróleo, automóveis, caminhões, autopeças, veículos para transporte de mercadorias, motores a diesel para ônibus, e caminhões e carrocerias para caminhões.
Outras contribuições negativas relevantes foram de metalurgia (-14,9%), máquinas e equipamentos (-12,1%), produtos de metal (-17,1%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-24,8%), outros equipamentos de transporte (-25,7%), produtos de borracha e de material plástico (-10,5%), produtos de minerais não-metálicos (-9,6%), outros produtos químicos (-6,6%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-12,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-8,7%), produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-2,0%) e móveis (-15,4%).
 

Capacidade instalada cai a 76,9% em abril, revela CNI

A indústria brasileira operou em abril num ritmo abaixo do observado em março. O nível de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação atingiu 76,9% em abril, pelo dado ajustado, uma queda em relação a março, quando estava em 77,2%, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em abril de 2015, a utilização do parque fabril era de 79,8%, de acordo com os dados. Com o dado, a ociosidade da indústria alcançou a pior marca desde 2002. Junto com o recuo do uso da capacidade instalada, o faturamento real do setor de transformação também apresentou queda, de 0,6%, em abril ante março. Na comparação com abril do ano passado, houve retração de 9,9%. No primeiro quadrimestre houve queda de 12,3% no faturamento das empresas ante o mesmo período de 2015.
O emprego na indústria registrou, em abril, o décimo quinto recuo consecutivo. Ante março, houve retração de 0,5%. Em relação a abril de 2015, houve um recuo de 8,7%. Entre janeiro e abril deste ano, comparado com o mesmo período de 2015, o nível de emprego acumula uma queda de 9,4%.
As horas trabalhadas tiveram leve alta de 0,3% em abril ante março. Na comparação com o mesmo mês de 2015, há redução de 8,6%. De janeiro a abril, o indicador apontou recuo de 10,0% em relação ao mesmo período do ano passado.
A massa salarial real, por sua vez, teve uma alta após nove meses de queda. Foi registrada uma variação positiva de 0,4% em abril, na comparação com março. Em relação ao mesmo mês de 2015, houve queda de 7,3%.

IDI do Rio Grande do Sul mantém recuo no início do segundo trimestre

O Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI-RS) continua a decepcionar e apresentou a segunda queda consecutiva, aponta o levantamento divulgado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). O recuo em abril, em relação a março, foi de 0,9%, o menor nível da série dessazonalizada, iniciada em 2003. O resultado manteve a tendência já apontada no mês anterior, na comparação com fevereiro (-1,3%). "A trajetória recessiva da indústria gaúcha prossegue. O novo declínio e o novo recorde negativo do índice de atividade no mês demonstram que o cenário para o setor ainda é muito adverso", alerta o presidente da Fiergs, Heitor José Müller.
De acordo com o industrial, o principal entrave é a demanda doméstica baixa, aliada ao desemprego em alta, à falta de confiança generalizada em empresários e consumidores e à incerteza política, que embora menor, ainda persiste. "Os poucos sinais positivos se restringem ao ajuste de estoques e ao pequeno avanço no setor externo, mas insuficientes para reverter a tendência no curto prazo", diz Müller.
Quatro dos seis componentes do IDI-RS caíram ante março, dois deles a níveis históricos: o emprego (-0,7%) recuou pelo 15º mês consecutivo e o faturamento real (-0,5%) registrou a quarta queda em cinco meses. Já as horas trabalhadas na produção, que reagiram nos últimos três meses, voltaram a cair (-1,8%) e a massa salarial real (-0,8%) recua ininterruptamente há 13 meses. A utilização da capacidade instalada (-0,1%) e as compras (0,1%) ficaram estáveis.
O quadro dos indicadores do Estado não se altera quando levados em conta outros períodos para a comparação dos resultados. No acumulado entre janeiro e abril de 2016, a perda foi de 7,5% ante os quatro primeiros meses de 2015. O faturamento real recuou 11,6%, as compras industriais, 11,3%, e as horas trabalhadas na produção, 5,5%.