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Conjuntura

- Publicada em 01 de Junho de 2016 às 20:21

Economia encolhe 0,3% de janeiro a março

 caderno da industria 2016 soja credito Vanessa Almeida de Moraes  Emater RS Ascar divulgacao JC

caderno da industria 2016 soja credito Vanessa Almeida de Moraes Emater RS Ascar divulgacao JC


VANESSA ALMEIDA DE MORAES/ EMATER-RS/ASCAR/DIVULGAÇÃO/JC
A economia brasileira encolheu 0,3% no primeiro trimestre na comparação com os três últimos meses do ano passado. Este é o quinto resultado trimestral negativo seguido, mas melhor do que o recuo de 0,8% esperado pelo mercado financeiro. Em relação a igual período do ano anterior, a queda foi bem mais intensa, de 5,4% - oitavo tombo consecutivo nesta comparação. Já o resultado acumulado em 12 meses registrou variação negativa de 4,7%. Este é o pior resultado acumulado em quatro trimestres desde o início da série histórica do IBGE, em 1996. Em valores correntes, o PIB ficou em R$ 1,47 trilhão nos primeiros três meses.
A economia brasileira encolheu 0,3% no primeiro trimestre na comparação com os três últimos meses do ano passado. Este é o quinto resultado trimestral negativo seguido, mas melhor do que o recuo de 0,8% esperado pelo mercado financeiro. Em relação a igual período do ano anterior, a queda foi bem mais intensa, de 5,4% - oitavo tombo consecutivo nesta comparação. Já o resultado acumulado em 12 meses registrou variação negativa de 4,7%. Este é o pior resultado acumulado em quatro trimestres desde o início da série histórica do IBGE, em 1996. Em valores correntes, o PIB ficou em R$ 1,47 trilhão nos primeiros três meses.
O resultado frente ao trimestre anterior veio melhor do que as expectativas dos analistas. As projeções do mercado financeiro eram de retração de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, explicou que a manutenção das condições da conjuntura econômica justifica, em parte, a queda de 0,3% do PIB.
"Na verdade, a conjuntura está muito parecida comparando o primeiro com o quarto trimestre. Algumas taxas vieram melhores, mas, em termos do desempenho da economia, está bem parecido e não tem grandes mudanças. Na agropecuária, a taxa piorou; na indústria, ficou parecida, só melhorou um pouquinho; os serviços melhoraram um pouco por comércio e transportes. Na avaliação do IBGE, ainda não é possível dizer que o resultado indica uma melhora do desempenho da economia, apesar da queda menos intensa na comparação com o quarto trimestre, já que, na comparação com o mesmo período do ano anterior, o tombo ainda é intenso, de 5,4%. "Melhora, por enquanto, não houve, porque, na margem (frente ao trimestre anterior), continuou negativa", explicou Rebeca.
Pela ótica da oferta, agropecuária, indústria e serviços tiveram recuo tanto na comparação com o trimestre imediatamente anterior quanto em relação ao mesmo período de 2015. A atividade agropecuária registrou, respectivamente, queda de 0,3% e 3,7%; a indústria recuou 1,2% e 7,3%; e os serviços, 0,2% e 3,7%. Apesar da queda de 7,3% da indústria, frente ao primeiro trimestre do ano passado, os serviços responderam pela maior contribuição para a queda do PIB, nessa base de comparação. Isso ocorre porque o setor de serviços tem peso de 72% na economia, contra apenas 22,7% da contribuição da indústria.
A queda de 3,7% da agropecuária, registrada frente ao primeiro trimestre, foi influenciada principalmente pela baixa da produtividade da safra da soja, cuja produção é 60% concentrada no primeiro trimestre. A expectativa de produção até cresceu, em 1,3%, mas menos que o registrado no ano passado, quando houve aumento de 12%. Além disso, houve perda de produtividade, já que a área plantada subiu 3,1%, mais que a expectativa de produção. "O principal motivo foram fatores climáticos", explicou Claudia Dionísio, gerente de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE.
Pelo lado da demanda, que corresponde à soma de tudo o que é gasto, houve recuo da Força Bruta de Capital Fixo (FBCF), que indica o nível de investimentos, e do consumo das famílias nas duas comparações. A FBCF encolheu 2,7% em relação ao último trimestre do ano passado e 17,5% em um ano. Já o consumo das famílias caiu 1,7% na passagem de trimestre e 6,3% em um ano. O consumo do governo cresceu 1,1% em relação ao trimestre anterior, mas, em relação a um ano, caiu 1,4%.
 

Exportação contribuiu positivamente, diz IBGE

O menor ritmo da atividade econômica e a desvalorização do real permitiram que o setor externo contribuísse para amenizar a queda do PIB no primeiro trimestre deste ano. As dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira.
As exportações de bens e serviços tiveram crescimento de 6,5% nos três primeiros meses deste ano na comparação com o período imediatamente anterior. Já as importações de bens e serviços recuaram 5,6% em relação ao quatro trimestre do ano passado.
Segundo a gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Claudia Dionísio, a desvalorização cambial e a menor atividade doméstica permitiram que o setor externo voltasse a contribuir positivamente para o resultado PIB neste primeiro trimestre.
"Contribuição positiva do setor externo vem ocorrendo desde o primeiro trimestre de 2015. Neste primeiro trimestre agora a contribuição positiva aumentou. Isso tem a ver com a desvalorização cambial e a atividade interna mais fraca, o que faz com que parte da produção seja escoada para o mercado externo", disse.

Dado evidencia pequena mudança nos rumos das finanças do País

 caderno da industria 2016 soja credito Vanessa Almeida de Moraes  Emater RS Ascar divulgacao JC

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VANESSA ALMEIDA DE MORAES/ EMATER-RS/ASCAR/DIVULGAÇÃO/JC
"Crescimento do gasto público não reativou a economia e ainda deixou a herança maldita do déficit de R$ 170 bilhões", afirma presidente da Fiesp, sobre o resultado do PIB. Segundo o dirigente, o desempenho negativo da economia brasileira no primeiro trimestre evidencia que os estragos do governo anterior não pararam de aumentar. O investimento caiu 2,7%, em sua décima queda consecutiva. O consumo das famílias, em baixa há 5 semestres seguidos, recuou 1,7%. Ou seja, até março passado, empresas e famílias continuavam contendo seus gastos e investimentos devido à falta de confiança.
Em meio a todos os recuos, o consumo do governo aumentou: 1,1%, a maior alta dos últimos 10 trimestres. "Esses dados comprovam que o crescimento do gasto público não reativou a economia e ainda deixou a herança maldita do déficit de R$ 170 bilhões", afirmou.
O presidente do conselho de administração da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Rafael Cervone Netto, afirmou que a contração do PIB mostra pequena mudança do que está ocorrendo no País e que o setor acompanha. Segundo ele, a crise que o Brasil vive é econômica, mas sobretudo de confiança no governo de Dilma Rousseff. "O cenário macroeconômico ainda está hostil, decorrente da falta de confiança de todos da sociedade na política, de que o governo anterior pudesse criar uma solução que pudesse reverter esse momento", disse.
Com os resultados apresentados ontem, o Brasil teve o pior desempenho da economia no período entre 31 países pesquisados pela consultoria Austin Rating. De acordo com o levantamento, o País ficou na última colocação, atrás de países como Rússia, Grécia e Ucrânia. O indicador sinaliza que o Brasil encerrará o segundo ano em recessão, com queda de 3,81%.
Na avaliação do professor de economia do Insper João Luiz Mascolo, os números do PIB do primeiro trimestre dão a entender que o pior para a economia brasileira já passou. "Obviamente que os números ainda são muito ruins, o estrago foi maior do que qualquer um imaginava, mas não se deve esperar uma queda maior do que essa de 5,4% na comparação anual (no primeiro trimestre). A questão é que ainda há muita incerteza política pela frente", comentou.