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Governo Federal

- Publicada em 01 de Junho de 2016 às 21:49

Temer pede unidade para superar a crise

Michel Temer empossou executivos de bancos e da Petrobras ontem, na Capital Federal

Michel Temer empossou executivos de bancos e da Petrobras ontem, na Capital Federal


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
O presidente em exercício Michel Temer aproveitou a solenidade de posse dos presidentes dos bancos públicos e da Petrobras para fazer um balanço dos primeiros dias do seu governo interino e ressaltar o "cenário" em que encontrou o País, depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff.
O presidente em exercício Michel Temer aproveitou a solenidade de posse dos presidentes dos bancos públicos e da Petrobras para fazer um balanço dos primeiros dias do seu governo interino e ressaltar o "cenário" em que encontrou o País, depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff.
"O País se encontra mergulhado em uma das grandes crises de sua história. Problemas ocasionados por erros comprometeram a governabilidade e a qualidade de nossa gente", discursou Temer. Em seguida, citou que o desemprego já atinge mais de 11 milhões de pessoas, disse que a inflação ainda inspira vigilância e lembrou que o déficit - estimado em R$ 96 bilhões pelo governo anterior - ultrapassou a marca de R$ 170 bilhões na revisão da equipe do ministro Henrique Meirelles (Fazenda).
"Tenho a mais absoluta convicção de que é possível reverter esse quadro, retomar a confiança e o crescimento", afirmou. Temer disse que já apresentou ao País uma "agenda construtiva". O presidente em exercício listou como pontos dessa agenda a redução no número de ministérios e a aprovação pelo Congresso Nacional da nova meta fiscal. E agradeceu aos parlamentares da base aliada pela primeira "vitória" do governo.
Temer afirmou que o governo deve enviar um projeto estipulando um teto para os gastos públicos, mas disse garantir que os percentuais de recursos destinados à saúde e educação não serão modificados. "Todas essas medidas não reduziram da noite para o dia nossos imensos problemas", reconheceu. "Mas é preciso retomar a confiança, o caminho do crescimento econômico e da geração de empregos", completou.
O presidente pediu um "pensamento unitário" para enfrentar a crise pela qual o País passa. "Darmos as mãos para juntar os contrários, colocar os interesses do Brasil acima dos interesses dos grupos", discursou.
Michel Temer disse, "pela enésima vez", que "ninguém vai interferir" na Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras. "A toda hora, leio uma ou outra notícia de que o objetivo é derrubar a Lava Jato. Sem nenhum deboche, digo, pela enésima vez, não há a menor possibilidade de qualquer interferência do Executivo nesta matéria", disse.
Temer deu posse a Paulo Caffarelli no Banco do Brasil; Gilberto Occhi na Caixa Econômica Federal; Maria Silva Bastos Marques, no Bndes; Pedro Parente, na Petrobras; Ernesto Lozardo, no Ipea; e Paulo Rabello de Castro, no IBGE.

Governo não vai interferir em preçosda Petrobras, promete Pedro Parente

O novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, assegurou, ontem, que não haverá interferência do governo federal na gestão de preços da empresa. Em entrevista após tomar posse no Palácio do Planalto, Parente avisou que a decisão de preços dos combustíveis será de "natureza" empresarial. Segundo ele, a orientação do presidente da República em exercício, Michel Temer, é de que a Petrobras tenha uma gestão profissional e sem interferência do governo.
 
Parente evitou, no entanto, fazer previsões de reajuste dos preços dos combustíveis. "Não vou responder essa pergunta. Vocês podem tentar 50 vezes que eu não vou falar especificamente sobre o que vai acontecer com os preços. Seria irresponsável da minha parte falar isso", disse ele em tom mais forte. Para o executivo, a interferência política na estatal de petróleo não existe mais: "Já acabou".
 
O presidente da Petrobras afirmou, ainda, que se sente "honrado e desafiado" para comandar a empresa, mas ponderou que assume o cargo com senso de humildade em relação ao desafio que tem pela frente. "A empresa é maravilhosa e precisamos recuperar o papel de orgulho que já teve", prometeu. Parente também disse estar imbuído do espírito de fazer "o que deve ser feito e o que é certo". Ele destacou que "a equipe é boa e vamos trabalhar com determinação".
 
 

Foco do Bndes deve ser em concessões e privatizações, antecipa Maria Silvia

O foco na privatização de serviços de infraestrutura, com mais recursos privados e menos dinheiro público para crédito subsidiado, deu o tom da posse de Maria Silvia Bastos Marques como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).
 
Diretora do banco no início dos anos 1990, a executiva voltou sob respaldo do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, falando em privatização e negando que vá fazer uma "devassa" nos empréstimos dos últimos anos.
 
"A sociedade questiona a alocação de recursos públicos escassos", afirmou Maria Silvia, no discurso de posse. Aplicações do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e aportes do Tesouro Nacional são as principais fontes de baixo custo do Bndes, que assim empresta com taxas subsidiadas, inferiores à Selic (a taxa básica de juros), hoje em 14,25%.
 
Sem recursos públicos, Maria Silvia ressaltou que o Bndes precisa escolher prioridades. "Cabe ao Bndes financiar projetos cujos retornos sociais superem os privados, sem deixar de lado empresas sem fonte de longo prazo", afirmou.
 
 

Caixa retomará programa Minha Casa

O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, disse que o banco vai retomar "imediatamente" as obras de 80 mil unidades do Minha Casa Minha Vida que estão paradas. Occhi afirmou que, na semana que vem, terá uma reunião com o ministro das Cidades, Bruno Araújo, e com o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, para estabelecer a retomada dessas obras. A maioria dessas 80 mil moradias pertence à faixa 1 do programa, destinada a famílias com renda mensal de até R$ 1,8 mil.
Assim que assumiu o ministério, Araújo colocou em suspensão as contratações da modalidade "entidades". O ministro também disse que revisaria a meta da presidente afastada de contratação de 2 milhões de moradias até 2018.
"Vamos colocar o pé no acelerador, voltar a fazer os investimentos e acelerar o que é possível", afirmou Occhi depois de sua posse. A retomada das obras, segundo ele, atingirá não apenas os empreendimentos do Minha Casa Minha Vida, mas também outros projetos que estavam paralisados com a indefinição do comando do banco.

Coordenadora do IBGE se mostra surpresa com destituição

A presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Wasmália Bivar, afirmou que não esperava mais ser destituída do cargo, uma vez que o então ministro do Planejamento Romero Jucá já havia confirmado sua permanência à frente do órgão durante o novo governo.
Wasmália comentou que o procedimento de comunicação da mudança foi "pouco protocolar". "Fiquei sabendo pela imprensa. Depois, Paulo Rabello de Castro (novo presidente do IBGE) me ligou, e só mais tarde o ministro interino Dyogo Oliveira (Planejamento)", contou.
A atual presidente do IBGE lembrou ainda que o trabalho do órgão exige cuidado técnico e preservação. Para isso, ela já agendou uma reunião com Rabello de Castro e os diretores do instituto para o dia 10 de junho, para tratar da transição. Castro está em viagem internacional e retorna ao Brasil só no dia 7 deste mês.
O acesso do economista Paulo Rabello de Castro ao presidente interino, Michel Temer, pode trazer uma vantagem para a instituição, avaliou Wasmália Bivar. Castro poderia colocar diretamente a Temer as necessidades do IBGE, que passa por dificuldades financeiras que já levaram a adiamento de pesquisas.