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Repórter Brasília

- Publicada em 14 de Junho de 2016 às 22:02

O difícil centrão

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e o presidente interino Michel Temer (PMDB) tinham muito em comum. No processo de impeachment, a única coisa que restou entre eles foi uma: a completa dependência dos humores do chamado "centrão". O grupo de 218 deputados de PP, PR, PSD, PTB, PRB, SD, PTN e outras seis siglas menores renasceu com Eduardo Cunha e dita os rumos do Congresso. Formado por deputados do baixo clero, ganhou força há quatro anos e foi a principal força por trás do impeachment de Dilma e pela manutenção de Cunha na presidência da Câmara por tanto tempo.
O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e o presidente interino Michel Temer (PMDB) tinham muito em comum. No processo de impeachment, a única coisa que restou entre eles foi uma: a completa dependência dos humores do chamado "centrão". O grupo de 218 deputados de PP, PR, PSD, PTB, PRB, SD, PTN e outras seis siglas menores renasceu com Eduardo Cunha e dita os rumos do Congresso. Formado por deputados do baixo clero, ganhou força há quatro anos e foi a principal força por trás do impeachment de Dilma e pela manutenção de Cunha na presidência da Câmara por tanto tempo.
Segunda encarnação
O centrão de 2016 repete o de 1987. Um grupo de parlamentares de centro e conservadores que têm uma aliança frágil, mas que podem confiar nos números. A chamada bancada BBB (boi, bala e bíblia) tem quase os mesmos membros do centrão. Em 1987, emplacaram o mandato de cinco anos e o sistema presidencialista. Só que o centrão de 2016 poderá ter o mesmo destino do de 1987. Brigas políticas internas, disputas eleitorais e o desgaste do bloco fizeram com que o baixo clero se transformasse na massa amorfa que foi até pelo menos 2014.
O fim do grupo
As eleições para o presidente da Câmara, que poderão ocorrer na semana que vem, caso Cunha renuncie à presidência, ou em 2017, poderão matar o centrão. Eles querem emplacar um nome do grupo no cargo máximo do Legislativo. O problema é que, num cenário de interesses diversos, um nome de consenso é difícil. Cunha formou o centrão em torno dele, mas não fez um sucessor. Outro problema é que o centrão vai querer um nome; e o PMDB, outro. "Está chegando ao fim. A coisa mais importante para um deputado é a própria sobrevivência. Ele vai escolher quem der mais chance em 2018", disse o professor de Ciência Política da Universidade de Brasília David Fleischer.
Definição de fisiologismo
O centrão pode ser considerado cria de Cunha, mas o próprio Cunha foi abandonado por ele. Antigos aliados pressionam o parlamentar para que ele renuncie. O mesmo centrão que foi peça-chave no impeachment mostrou que tem força para acuar Temer. O presidente interino terá que ter muita malemolência para lidar com os 218 deputados, que são praticamente a definição de fisiologismo. E ele já começou a afagar os ânimos do centrão desde o primeiro dia. Os ministros da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), da Indústria, Marcos Pereira (PRB), da Agricultura, Blairo Maggi (PP), da Saúde, Ricardo Barros (PP), e dos Transportes, Maurício Quintela (PR), são do centrão.
 
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