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- Publicada em 30 de Junho de 2016 às 22:26

O traço moderno da Livraria do Globo

A modernidade impressa - Artistas ilustradores da Livraria do Globo - Porto Alegre (Editora da Ufrgs - 656 páginas), de Paula Ramos, historiadora, jornalista, crítica de arte, professora e pesquisadora do Instituto de Artes da Ufrgs é mais uma grande contribuição da autora para o registro da história de nossas artes visuais. Nascida na gloriosa Caxias do Sul, próxima da radiante Bento Gonçalves, Paula foi repórter especial e editora da saudosa revista cultural Aplauso, é autora e organizadora de várias obras no segmento das artes visuais. Assina várias curadorias de arte moderna e contemporânea e é membro do Comitê Brasileiro de História da Arte e da Associação Nacional dos Pesquisadores em Artes Plásticas, entre outros.
A modernidade impressa - Artistas ilustradores da Livraria do Globo - Porto Alegre (Editora da Ufrgs - 656 páginas), de Paula Ramos, historiadora, jornalista, crítica de arte, professora e pesquisadora do Instituto de Artes da Ufrgs é mais uma grande contribuição da autora para o registro da história de nossas artes visuais. Nascida na gloriosa Caxias do Sul, próxima da radiante Bento Gonçalves, Paula foi repórter especial e editora da saudosa revista cultural Aplauso, é autora e organizadora de várias obras no segmento das artes visuais. Assina várias curadorias de arte moderna e contemporânea e é membro do Comitê Brasileiro de História da Arte e da Associação Nacional dos Pesquisadores em Artes Plásticas, entre outros.
Paula assina a coordenação editorial, a pesquisa e os textos. A produção executiva é de Gilberto Menegaz. Reproduções fotográficas são de Fabio Del Re e Carlos Stein. Capas e design gráfico são de Sandro Fetter e Paula Ramos. O tratamento de imagens é de Sandro Fetter, Martino Piccinini e Janaína Spode.
Com grande formato (30x24cm) e 1.368 imagens e textos, a obra mostra a bela história da Livraria do Globo a partir da modernidade de sua produção gráfica. Na primeira metade do século XX, lá brilharam os artistas ilustradores João Fahrion, Edgar Koetz, Nelson Boeira Faedrich, Sotero Cosme, João Faria Viana, João Mottini, Gastão Hofstaetter, Roswita Wingen-Bitterlich, Vitório Gheno e Ernst Zeuner, entre outros. O lançamento coincide com a exposição no Margs sobre a memória gráfica da Livraria do Globo, que vai até 21 de agosto próximo.
Depois da introdução de Paula sobre a ilustração na periferia da história da arte, o primeiro capítulo trata da história da Livraria do Globo, um orgulho eterno para os gaúchos e brasileiros. Modernidades em trânsito, o grande Mansueto Bernardi, regionalismos, Ernst Zeuner e as capas ilustradas dos anos 1920 estão aí.
No segundo capítulo figura a lendária Revista do Globo, uma das pioneiras do fotojornalismo. João Fahrion, um certo Erico Verissimo e Sotero Cosme brilham na revista que era muito querida por Getúlio Vargas. Nelson Boeira Faedrich e Edgar Koetz modernizam o traço.
O terceiro capítulo é dedicado à editora, com suas coleções, capas, livros de pequeno formato, espaço para autores nacionais e regionais e soluções geométricas tipográficas nas capas.
O fabuloso universo dos livros infantojuvenis e seus aspectos recreativos e educacionais está no capítulo quatro, com as coleções Infantil, Burrinho Azul, Aventura e Cinderela e a Biblioteca Nanquinote.
O último capítulo trata de tessitura de imagem, do expressionismo de Koetz, do encontro de Faedrich com Simões Lopes Neto e do lirismo e da melancolia de João Fahrion.
No final, epílogo, fontes e acervos consultados, referências e índice onomástico mostram onde Paula Ramos buscou elementos para construir seu verdadeiro tour de force. Agora que o Rio Grande está nessa situação, o livro de Paula e a história da Livraria do Globo vêm bem. A gente já deu certo.

lançamentos

  • Netto perde sua alma - 8ª Edição (BesouroBox, 200 páginas), romance consagrado de Tabajara Ruas, traz a visão romanceada sobre Antônio de Souza Netto, o general farroupilha. Com linguagem cristalina, Ruas apresenta o que muitos consideram um dos melhores e mais fascinantes personagens da literatura gaúcha.
  • Arqueologia do caminho (Edição do autor, 132 páginas), do fotógrafo e artista visual Leandro Machado, traz fotografias do autor sobre os múltiplos territórios negros de Porto Alegre. A publicação idealizada por Machado investiga a grande contribuição africana para a cidade por meio de textos, em português e inglês, de Machado e colaboradores sobre a riqueza do percurso fotográfico do autor na capital dos gaúchos.
  • Diário perfeito (Editora Movimento Perfeito, 144 páginas), da experiente psicóloga Rosália Scwark, há 25 anos auxiliando milhares de pessoas a se desenvolverem, apresenta inspirações e sugestões para 120 dias de concentração e foco nos pensamentos com vistas a uma vida mais saudável.

O Brasil e a Itália

No último 2 de junho a Itália comemorou 70 anos do nascimento da instituição de sua República, a partir de um referendo que, também, deu direito de voto às mulheres. Desde 1946 até agora, foram 12 presidentes da República e, acredite, 42 primeiros ministros. Portanto, não vamos nos assustar muito. Na média, na Itália, o premier não dura dois anos.
Com sua forma de bota de tamanho 302.071 km² (29 vezes menor que o Brasil), com seus aproximados 60 milhões de habitantes, cerca de 26 milhões de famílias e 8.048 municípios, o país terminou 2015 com um sinal positivo para o PIB e para o emprego. O presidente Sergio Mattarella, cauteloso, diz que é melhor pensar na tendência de melhora como uma oportunidade para proporcionar mais empregos e melhores condições de vida para os italianos.
Na Itália, aproximadamente 4% da mão de obra está na agricultura, 30% na indústria e 70% na prestação de serviços. Apenas 34% das famílias têm casais e filhos: 20% das famílias são de pais sem filhos; 9% de pai ou mãe com filhos; 7% outros tipos de família e 30% das pessoas moram sozinhas. No Brasil, em torno de 49,5% das famílias são constituídas de homem e mulher com filhos. Temos também uma tendência de crescimento populacional menor e aumenta o número de moradores solitários em nosso País.
No discurso de fim de ano, disse o presidente italiano: "Essencialmente devemos cuidar da República. Cuidar da mesma não é dever só de partidos políticos e de quem exerce funções de governo. A República vive nos serviços de saúde e educação com os quais brinda os cidadãos. Vive na funcionalidade e na celeridade da Justiça, no valor da administração pública, no compromisso do mundo do trabalho e no apoio às famílias, especialmente as mais numerosas. A República vive em seu patrimônio ambiental e cultural: um patrimônio extraordinário que, às vezes, não valorizamos da melhor maneira. A Itália é um país dinâmico. O potencial de que dispomos é maior do que nós mesmos pensamos que é. Somos responsáveis por isso não somente em relação à nossa melhor história, mas sobretudo no que se refere às novas gerações. Cuidar da República para construir o futuro: essa é a mensagem que quero expressar nesse momento de comemorar o septuagésimo aniversario da República".
É isso. O presidente italiano falou e disse. Cuidar da República, cuidar do coletivo, trabalhar junto. Nesse momento crítico que a gente vive aqui no Brasil, ou todos nos tornamos um pouco, ao menos, cuidadores da República do Patropi ou não dá. Felizmente se ouve menos aquela expressão sobre políticos e administradores: "só matando" ou aquela velha reflexão amarga: "aqui no Brasil, só com guerra civil para resolver". Isola, tomara que não! Quem sabe com as instituições funcionando bem, com a aplicação das leis e com nosso desejo de reconstrução a gente consiga ir adiante, em paz.

a propósito...

Quem não sabe que as pessoas andam divididas, muito doidas, que os países e tudo mais anda dividido, nesse globo estilhaçado? A História nos conta mil divisões: Norte contra Sul, vizinhos brigando, guerras mundiais, milhões de plebiscitos, referendos, consultas e o escambau. Século XXI andando e, como disse o Millôr, parece que somos o macaco que não deu certo. Muita ciência, muita tecnologia, muita informação, palavra, milhões de sons, barulhos e drones largando bombas por aí. No entanto, é preciso cantar. Mais que nunca é preciso cantar. É necessário cantar e alegrar a cidade. Obrigado, Carlinhos Lyra, pelo fim do texto. Só cantando, mesmo. Se a gente não se Raoni, a gente se Sting.