Gaúcho gosta de feijoada?

No Rio Grande, feijoadas famosas são as dos hotéis. Por quê? Ora, é onde se encontram forasteiros, gente de São Paulo, Rio e outras paragens, fãs desses brasileiríssimos bufês. Há duas semanas, em São Paulo, saíamos de um almoço no Tony Roma's (sim, nosso Pedro é fã dessa rede desde a Flórida) de Moema. Eram 15h da ensolarada tarde de sábado quando notei uma inexplicável movimentação de pessoas, na esquina seguinte: era a fila da feijoada do simpático Armazém Paulista (rua Jauaperi), com direito a batidinhas e aperitivos na calçada.

Aqui, a mais tradicional era a do Plazinha, agora transplantada para o São Rafael, onde - dizem - chef Miguel Boessio a reproduz fielmente. A mais original era a do Deville, à baiana, no tempo em que acarajés eram servidos no lobby. Depois, eles foram suprimidos e, este ano, a própria feijoada desapareceu. Há novas opções na cidade - consta que o Chalé da Praça 15 começou a servir a sua, em bufê, oportuna para as tardes de domingos. Já o NY 72 serve feijoada uma vez por mês. Todas as demais são aos sábados, inclusive na Serra, onde a do Laje de Pedra brilha desde as entradas frias até as sobremesas, além de proporcionar uma vista espetacular para o Vale do Quilombo.

Na minha lembrança, a melhor é a do aristocrático Nacional Club, em São Paulo, que conheci após uma manhã de degustação de cervejas, em júri promovido pela revista Playboy. Lembro que, em mesa próxima, o casal João Havelange conseguiu almoçar sem trocar sequer uma palavra entre si, o que em nada prejudicou a excelência do bufê.

Diferentemente de outras capitais, que têm feijoada o ano inteiro, Porto Alegre delimita claramente sua temporada, entre maio e agosto. No NY 72, ela é servida somente uma vez por mês. Fora disso o gaúcho refuga, por mais bem refrigerado que seja o ambiente. Então é hora de aproveitar, antes que o inverno se vá.