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Política

- Publicada em 30 de Maio de 2016 às 20:07

Envolvido em gravações, ministro da Transparência pede afastamento do cargo

O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, pediu demissão na noite deste segunda-feira (20) ao presidente interino Michel Temer. A decisão foi comunicada através de uma carta, após conversa com o Temer.
O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, pediu demissão na noite deste segunda-feira (20) ao presidente interino Michel Temer. A decisão foi comunicada através de uma carta, após conversa com o Temer.
Em telefonema, feito à tarde, Temer disse ter confiança no ministro e minimizou a gravação divulgada no domingo (29), em que Silveira aparecia orientando investigados pela Operação Lava Jato enquanto era conselheiro do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Temer, no entanto, teria deixado o ministro à vontade para tomar a decisão que julgar melhor.
Silveira enfrentava resistência dos funcionários públicos da pasta, que fizeram protestos ao longo do dia, pedindo sua saída e colocando cargos à disposição.
Nas gravações divulgada pela TV Globo no programa Fantástico, feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ministro criticava a Operação Lava Jato e aconselhava investigados – na época quando atuava como conselheiro do CNJ. 
Silveira é o segundo ministro de Temer a se afastar do posto – o primeiro foi o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que ocupava a pasta do Planejamento. O novo governo tomou posse no dia 12 de maio.
Leia a carta de Silveira, divulgada pela agência Folhapress:
Recebi do Presidente Michel Temer o honroso convite para chefiar o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle.
Nesse período, estive imbuído dos melhores propósitos e motivado a realizar um bom trabalho à frente da pasta.
Pela minha trajetória de integridade no serviço público, não imaginava ser alvo de especulações tão insólitas.
Não há em minhas palavras nenhuma oposição aos trabalhos do Ministério Público ou do Judiciário, instituições pelas quais tenho grande respeito.
Foram comentários genéricos e simples opinião, decerto amplificados pelo clima de exasperação política que todos testemunhamos. Não sabia da presença de Sérgio Machado. Não fui chamado para uma reunião. O contexto era de informalidade baseado nas declarações de quem se dizia a todo instante inocente.
Reitero que jamais intercedi junto a órgãos públicos em favor de terceiros. Observo ser um despropósito sugerir que o Ministério Público possa sofrer algum tipo de influência externa, tantas foram as demonstrações de independência no cumprimento de seus deveres ao longo de todos esses anos.
A situação em que me vi involuntariamente envolvido - pois nada sei da vida de Sérgio Machado, nem com ele tenho ou tive qualquer relação - poderia trazer reflexos para o cargo que passei a exercer, de perfil notadamente técnico.
Não obstante o fato de que nada atinja a minha conduta, avalio que a melhor decisão é deixar o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle.
Externo ao Senhor Presidente da República o meu profundo agradecimento pela confiança reiterada.
Brasília, 30 de maio de 2016.
Fabiano Silveira
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