Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

- Publicada em 25 de Maio de 2016 às 17:32

Em gravação, Sarney promete ajudar Sérgio Machado a evitar Moro, diz jornal

Sarney com Temer, na posse de Marcelo Calero como ministro da Cultura

Sarney com Temer, na posse de Marcelo Calero como ministro da Cultura


BETO BARATA/PR/JC
Em nova conversa divulgada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) prometeu ajuda para evitar que seu caso fosse enviado para a primeira instância, no caso, a 13ª Vara Federal de Curitiba, na qual atua o juiz Sérgio Moro.
Em nova conversa divulgada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) prometeu ajuda para evitar que seu caso fosse enviado para a primeira instância, no caso, a 13ª Vara Federal de Curitiba, na qual atua o juiz Sérgio Moro.
Sarney é o terceiro interlocutor de Machado a ser alvo de grampos, depois de Romero Jucá (PMDB-RR), que foi exonerado do ministério do Planejamento, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Machado firmou acordo de delação premiada homologado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o jornal "Folha de S.Paulo", a conversa foi gravada em março, mas não expõe com clareza a estratégia discutida por Sarney e Machado. Nos trechos publicados, Sarney se mostra preocupado com uma eventual delação de Machado e pede que não seja intermediada por advogados.
"Nós temos é que fazer o nosso negócio e ver como é que está o teu advogado, até onde eles (estão) falando com ele em delação", afirma.
Machado responde que há insinuações para a delação, provavelmente da Procuradoria-Geral da República. Sarney diz, então, que não deve envolver advogados:
"Mas nós temos é que conseguir isso (o pleito de Machado). Sem meter advogado no meio".
O ex-presidente da Transpetro concorda, diz que "advogado não pode participar disso" e que "advogado é perigoso". Sarney repete três vezes: "Sem meter advogado".
Ainda segundo a "Folha de S.Paulo", o ex-presidente José Sarney deixa claro a conversa que concorda com a iniciativa de evitar que o caso de Machado seja enviado para o juiz Sérgio Moro.
"O tempo é a seu favor. Aquele negócio que você disse ontem é muito procedente. Não deixar você voltar para lá (Curitiba)", diz o ex-presidente no grampo.
Sérgio Machado pede a Sarney que indique horário e local para uma reunião entre eles e Renan Calheiros. Diz ainda que Romero Jucá "também está aguardando". A proposta é rejeitada pelo ex-presidente, que diz não achar a iniciativa conveniente. Na sequência, Sarney conta que o ex-senador Amaral Peixoto dizia que "duas pessoas já é reunião; três é comício".
À Folha de S.Paulo, o ex-presidente afirmou que conhece o Sérgio Machado há muitos anos.
"Fomos colegas no Senado Federal e tivemos uma relação de amizade, que continuou depois que deixei o Parlamento", diz o texto assinado por Sarney:
"As conversas que tive com ele nos últimos tempos foram sempre marcadas, de minha parte, pelo sentimento de solidariedade, característica de minha personalidade. Nesse sentido, expressei sempre minha solidariedade na esperança de superar as acusações que enfrentava. Lamento que conversas privadas tornem-se públicas, pois podem ferir outras pessoas que nunca desejaríamos alcançar"
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO