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Política

- Publicada em 24 de Maio de 2016 às 17:53

Para Gilmar Mendes, fala de Jucá não configura tentativa de frear Lava-Jato

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta terça-feira que não viu tentativa de obstrução da Justiça na fala do ex-ministro do Planejamento Romero Jucá. Em conversa divulgada na segunda pelo jornal "Folha de S.Paulo", Jucá sugeriu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que seria necessário um pacto para "estancar a sangria" representada pela Operação Lava Jato, que investiga ambos. Depois de divulgado o diálogo, Jucá foi exonerado do cargo e reassumiu a cadeira no Senado.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta terça-feira que não viu tentativa de obstrução da Justiça na fala do ex-ministro do Planejamento Romero Jucá. Em conversa divulgada na segunda pelo jornal "Folha de S.Paulo", Jucá sugeriu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que seria necessário um pacto para "estancar a sangria" representada pela Operação Lava Jato, que investiga ambos. Depois de divulgado o diálogo, Jucá foi exonerado do cargo e reassumiu a cadeira no Senado.
'Não vi isso (tentativa de obstrução da Lava-Jato)', afirmou.
O ministro ressaltou ter ficado incomodado com a referência ao STF. Na conversa, Jucá diz que conversou com ministros do tribunal, sem citar quais. Gilmar ponderou que a atuação do STF comprova que não há margem para se exercer esse tipo de influência nas decisões.
'Vi uma certa impropriedade em relação à referência ao Supremo. Sempre vem essa história: 'já falei com os juízes' ou coisa do tipo. Essa referência causa incômodo. Virou um mantra, um enredo que se repete. Não há o que suspeitar do tribunal. O tribunal tem agido com muita tranquilidade, com muita seriedade, muita imparcialidade. A mim, me parece que não há nada para mudar o curso da Lava-Jato', concluiu.
Apesar de admitir uma relação de proximidade com Jucá, Gilmar negou que tenha sido procurado pelo senador para tratar da Lava-Jato:
'Sou uma pessoa que tenho bom relacionamento com o Jucá desde o governo Fernando Henrique e ele nunca me procurou sobre isso', afirmou.
O ministro também minimizou os danos causados à imagem do governo com a divulgação do áudio de Jucá e a saída prematura dele do ministério. Gilmar ponderou que esse tipo de coisa acontece quando se está no governo.
'São problemas da realidade política, com os quais se tem que lidar. Eu tenho essa experiência também, passei por governo (foi advogado-geral da União do governo Fernando Henrique). Quer dizer, da noite para o dia, às vezes por uma fala, por uma revelação, se encerra um mandato às vezes até exitoso. Em suma, isso faz parte da realidade política ', avaliou.
Para Gilmar, Jucá está em situação totalmente diferente em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em março, o ministro suspendeu por liminar a nomeação de Lula para a Casa Civil, porque considerou tentativa de obstrução à Justiça. Para o ministro, a nomeação teria ocorrido apenas para dar foro especial ao ex-presidente, tirando as investigações contra ele das mãos do juiz Sérgio Moro e transferindo os inquéritos para o STF.
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