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Política

- Publicada em 23 de Maio de 2016 às 14:31

Jucá nega interferências na Lava Jato e diz que permanece no cargo

Jucá deu entrevista coletiva para explica teor da conversa gravada

Jucá deu entrevista coletiva para explica teor da conversa gravada


Antonio Cruz/Agência Brasi/JC
Agência Estado
O ministro do Planejamento, Romero Jucá, negou nesta segunda-feira (23) que tenha tentado interferir nas investigações da Operação Lava Jato e disse que permanece no cargo enquanto o presidente em exercício Michel Temer assim o desejar. Jucá avaliou ainda que o escândalo envolvendo a gravação de uma conversa particular não deve atrapalhar a votação de projetos do governo no Congresso e chegou a dizer que a sua permanência no ministério pode inclusive ajudar a Bolsa de Valores a subir.
O ministro do Planejamento, Romero Jucá, negou nesta segunda-feira (23) que tenha tentado interferir nas investigações da Operação Lava Jato e disse que permanece no cargo enquanto o presidente em exercício Michel Temer assim o desejar. Jucá avaliou ainda que o escândalo envolvendo a gravação de uma conversa particular não deve atrapalhar a votação de projetos do governo no Congresso e chegou a dizer que a sua permanência no ministério pode inclusive ajudar a Bolsa de Valores a subir.
"Hoje pela manhã estive com o presidente Michel Temer e ele reafirmou o apoio à Lava Jato. Reafirmo o meu apoio às investigações e à punição a qualquer pessoa que seja que tenha algum tipo de responsabilidade", afirmou o ministro. "O Brasil avança e muda de paradigma com Operação Lava Jato. Não há nenhuma mínima chance de qualquer interferência do Executivo sobre qualquer investigação", completou.
Jucá disse que o próprio Temer solicitou que ele convocasse a imprensa para dar esclarecimentos sobre a conversa tida com o ex-senador Sérgio Machado, ocorrida em um café da manhã na casa do ministro. "O presidente Temer reafirma a posição do governo em colaborar e prestar todas condições de suporte para que a operação (Lava Jato) e seu resultado possam ser feitos de maneira célere sem proteger quem quer que seja", acrescentou.
Apesar de já haver pressões no Congresso para que Jucá deixe o ministério, ele garantiu que só irá entregar o cargo se Temer assim o desejar. "Quero reafirmar meu compromisso com o trabalho no Ministério do Planejamento. O cargo de ministro é uma decisão de Temer, e vou exercê-lo em sua plenitude enquanto tiver confiança do presidente", afirmou. "Meu emprego não é de ministro, eu estou ministro. Minha função é de senador, eleito pela terceira vez pelo povo de Roraima", completou.
Mesmo com as reações negativos no parlamento, Jucá avaliou que a divulgação da conversa apenas "faz uma onda", sem consequência prática no votação da meta fiscal. O governo Temer pede que o Congresso aprove ainda esta semana um déficit primário de R$ 170,5 bilhões nas contas do governo em 2016.
Para Jucá a queda na Bolsa de Valores na manhã desta segunda-feira pode ter acontecido por parte do mercado acreditar que uma eventual saída dele do Planejamento seja uma baixa na equipe econômica. "Se eu ficar e for confirmado, talvez a Bolsa possa subir. Essa é a minha leitura pelo respaldo que eu tenho com o mercado financeiro", argumentou. "Espero que medidas a serem anunciadas façam com que a Bolsa possa aumentar. Se parte da imprensa está tentado derrubar a Bolsa, vamos fazer esforço contrário", concluiu.
Jucá afirmou que nunca foi a qualquer audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) para tratar da Operação Lava Jato. "Quando encontro ministros em eventos sociais digo que o Supremo tem que votar sobre os parlamentares", disse durante coletiva de imprensa. O atual ministro do Planejamento avalia que a corte deve votar com celeridade os processos que envolvem políticos. "Não se pode ficar anos com dúvidas sem serem esclarecidas", frisou.
Questionado sobre o termo "boi de piranha" em áudio revelado nesta segunda pelo jornal Folha de S. Paulo, o ministro afirmou que quando disse que "pegar boi de piranha é pegar quem tem culpa no cartório e resolver" e que o Supremo tem que julgar os parlamentares que tem culpa. "Boi de piranha é pegar quem tem culpa, quem vai pagar o preço", frisou.
O ministro reforçou, durante coletiva de imprensa para esclarecer as acusações, que o Supremo Tribunal federal tem importante papel na construção de pacto para construir arcabouço legal, marcos regulatórios de concessões, contratos de leniência. "Executivo, Legislativo e Judiciário têm que trabalhar com harmonia", afirmou.
Jucá disse ainda que, quando cita o ministro Teori Zavascki, não há pedido de interferência. "O ministro Teori é muito fechado e não vai dar espaço para o governo pedir pressa para qualquer votação", disse ao justificar a menção ao magistrado.
O ministro reavaliou que o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, está com os problemas com a corte. "Acho que Cunha está em situação difícil e tem que se explicar ao STF", disse.
Jucá argumentou que a conversa vazada com o ex-senador Sérgio Machado teve trechos retirados de contexto e tentou convencer os jornalistas de que em nenhum momento tratava de uma eventual interferência nas investigações da Operação Lava Jato. "Tudo foi conversado dentro de contexto fora do contexto que está dando a Folha", disse.
"Quero repelir a leitura ou a interpretação dada ao diálogo com Machado", respondeu. "Da minha parte sempre defendi, explicitei e apoiei com atos a Operação Lava Jato. Sempre reafirmei que considero a Lava Jato uma mudança positiva na política, uma mudança de paradigma na relação entre partidos, candidatos, empresas e o financiamento de campanha", alegou.
Segundo o ministro, Machado o procurou para conversar sobre o PMDB e sobre a situação política e econômica do País. "A análise que fiz e os comentários que fiz com Machado são de domínio público. Tenho dito o que disse a ele permanentemente a jornalistas e em debates", acrescentou, mostrando diversas matérias jornalísticas dos últimos anos.
Para Jucá, a conversa divulgada não contém nenhuma ação criminosa ou algo que possa "o envergonhar". "O que está no texto não me compromete e não tem nada ilícito. Mas é desconfortável ser acordado por uma manchete de jornal que diz algo que não é verdadeiro. "As frases que estão ali são frases sobre política e economia que eu venho repetindo abertamente", repetiu.
O ministro do Planejamento tentou fazer um contraponto entre a operação Lava Jato no governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, e no governo do presidente em exercício, Michel Temer. Ele avalia que o governo do PT estava paralisado pela operação e tinha perdido condições de governar.
Por outro lado, o ministro afirma que o governo Temer é de salvação nacional e que, para retomar o crescimento, é preciso base parlamentar sólida e medidas. "O governo está funcionando e estamos tomando providências. Amanhã existem algumas medidas econômicas que serão anunciadas para melhorar a economia e reduzir o endividamento. Estamos trabalhando nesse governo de salvação", frisou.
O ministro tentou distanciar a operação Lava Jato do governo Temer e afirmou que permanece no Planejamento enquanto o presidente em exercício assim desejar. "O governo Michel Temer não tem nenhum indicador de corrupção, é o governo de mudança que está sendo e vai ser sentida pela sociedade", destacou.
Por diversas vezes durante a coletiva de hoje, Jucá criticou a gestão da presidente afastada. Ele avaliou que Dilma cometeu crime fiscal, financeiro e de responsabilidade e que a "sangria" que teria citado durante conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado é resultado desse governo. "O Senado vai poder comparar os governos Dilma e Temer até o julgamento. Entendo que, para o Brasil, é melhor a opção Michel Temer", disse.
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