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Política

- Publicada em 23 de Maio de 2016 às 09:23

Em gravação, Romero Jucá fala em pacto para deter Lava Jato, revela jornal

Atual ministro do Planejamento fala em "estancar a sangria" provocada pela Lava Jato

Atual ministro do Planejamento fala em "estancar a sangria" provocada pela Lava Jato


Wilson Dias/Agência Brasil/JC
Em gravação obtida pelo jornal Folha de São Paulo e divulgada nesta segunda-feira (23), o ministro do Planejamento, Romero Jucá, fala em "estancar a sangria" provocada pela Operação Lava Jato. No áudio, Jucá conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
Em gravação obtida pelo jornal Folha de São Paulo e divulgada nesta segunda-feira (23), o ministro do Planejamento, Romero Jucá, fala em "estancar a sangria" provocada pela Operação Lava Jato. No áudio, Jucá conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
De acordo com a Folha, os diálogos foram gravados de forma oculta semanas antes da votação na Câmara dos Deputados que levou ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Machado teria passado a procurar líderes do PMDB porque temia que as apurações contra ele fossem enviadas de Brasília, onde tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal), para a vara do juiz Sergio Moro, em Curitiba (PR). Jucá afirmou que seria necessária uma resposta política para evitar que o caso caísse nas mãos de Moro.
O atual ministro é alvo de um inquérito no STF derivado da Lava Jato por suposto recebimento de propina. O dono da UTC, Ricardo Pessoa, afirmou em delação que o peemedebista o procurou para ajudar na campanha de seu filho, candidato a vice-governador de Roraima, e que por isso doou R$ 1,5 milhão.

Jucá diz que não se referia à Lava Jato em conversa vazada

Nesta segunda-feira (23), Romero Jucá negou que tentou interferir para deter as investigações junto ao ex-presidente da Transpetro. "Não me referia à Lava Jato. Falava sobre a economia do país e entendia que o governo Dilma tinha se exaurido. Entendia que o governo Temer teria condição de construir outro eixo na política econômica e social para o país mudar de pauta", disse em entrevista à rádio CBN, na manhã de hoje. Jucá ainda disse que não irá renunciar ao cargo no governo de Michel Temer.
O peemedebista confirmou que esteve com Machado, pessoalmente em sua casa e no seu gabinete, e classificou os trechos da conversa divulgada como "frases pinçadas". "Eu defendo e o Michel (Temer) também que haja aceleração da investigação para delimitar quem é culpado e quem não é culpado, quais são os crimes, quais políticos envolvidos ou não, porque hoje, ao ser mencionado alguém, parece que todo mundo tem o mesmo tipo de envolvimento, mas não é verdade. O Ministério Público, quando diz que é citado, coloca uma nuvem negra", falou Jucá.
O ministro também disse defender o trabalho do juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da operação em primeira instância, em Curitiba, mas disse que o magistrado tem atitudes "duras". Na conversa com Machado, Jucá classifica Moro como "Torre de Londres", local na Inglaterra onde ocorriam execuções e torturas. "Acho que em alguns momentos ele age com dureza, que tem criado esse tipo de pressão e às vezes envolvem pessoas que têm nada a ver e são mencionadas", falou se referindo às delações premiadas.
Jucá também negou ter falado com ministros do STF. "Tenho conversado sobre realidade econômica do País, construir saídas para o Pais crescer. Supremo tem papel importante para julgar rapidamente as investigações"
Na conversa, Machado fala sobre o "esquema do Aécio" citado. Jucá afirmou que o ex-dirigente da Transpetro citava a articulação que ajudou eleger o senador do PSDB como presidente da Câmara.
De acordo com o advogado de Jucá, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, a conversa entre Jucá e Machado foi "totalmente republicana". Ele alega que o peemedebista jamais teve a intenção de interferir nas investigações sobre o esquema de corrupção em contratos da Petrobras. Segundo Kakay, "juridicamente" não há "nenhuma gravidade. Em 1h15min de conversa, aquilo é o que virou notícia? Isso não nos preocupa em nada", disse. Com informações da Agência Estado
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