O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse ontem que o partido não vai proibir alianças com o PMDB, do presidente interino Michel Temer, mas vai "priorizar o diálogo" com siglas que se posicionaram contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e vetar apoio a candidatos que foram publicamente favoráveis ao impedimento.
"Vamos priorizar o PCdoB, o PDT e outras (legendas), vamos discutir caso a caso", disse Falcão após reunião do diretório nacional do PT em Brasília. "Se alguém do PMDB quiser participar conosco, que não tenha apoiado o impeachment publicamente, desde que adote programas do PT, não há nenhuma objeção", concluiu.
Segundo o presidente petista, o PMDB é "um partido enorme" e, por isso, "certamente, País afora, deve haver militantes confiáveis". Falcão pondera que a crítica é sobre "a cúpula que ocupou o poder". Para ele, Temer e seus aliados têm "um plano antidemocrático e regressivo".
A decisão sobre a política de alianças para as eleições deste ano foi tomada após uma longa discussão entre os dirigentes da cúpula petista durante o encontro a portas fechadas em um hotel na capital.
Alas mais à esquerda do partido reivindicam que o PT não só "priorize" quem apoiou Dilma, mas "se negue" a fazer acordo com legendas que encaminharam voto a favor do impeachment.