O senador gaúcho Paulo Paim (PT) qualificou de histórico, mas constrangedor o momento da apreciação e votação sobre a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A forma como a presidente 'eleita pelo voto popular' será afastada é truculenta, disse o ainda o senador petista. Os outros dois senadores gaúchos -
Ana Amélia Lemos e
Lasier Martins - foram favoráveis ao processo.
O petista, que se colocou contra o afastamento, preveniu sobre projetos que o PMDB pretende votar com mudanças na legislação. "Que é rasgar a CLT, construída com muitas lutas. Querem mexer com profundidade na nossa Previdência. Carta para o futuro ou carta para o precipício?", provocou Paim.
O senador gaúcho se disse 'chocado e triste' com a atitude do vice-presidente, e deu um conselho: "É legítimo que qualquer brasileiro sonhe em chegar a presidente, mas que não faça dessa forma, atacando a democracia, entrando pela porta dos fundos."
Paim acusou que ainda há 'uma onda muita grande sobre os homens que vem do sul'. Ele lembrou que não deixaram Getúlio Vargas concluir o mandato, nem João Goulart. "Dilma, que não nasceu no Estado mas escreveu a breve vida em solo gaúcho, também não querem."
O senador do PT admitiu que a vitória poria vir na sessão mas que outra coisa será na sessão após os 180 dias de afastamento, quando são necessários 54 votos. "Vamos discutir se é legitimo ou não que se chegue pela via indireta." Para Paim, o processo só foi instaurado por vingança do ex-presidente da C6amara Eduardo Cunha.