Antes mesmo de o Senado concluir a votação de admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Blairo Maggi (PP-MT) já anunciava, ontem, parte dos seus planos para o Ministério da Agricultura, cadeira que ocupará caso Michel Temer (PMDB) assuma o Palácio do Planalto.
Maggi, que estava no PR, falou com a imprensa no ato em que anunciou sua filiação ao PP. A mudança de legenda era a condição para que fosse o escolhido para comandar a Agricultura do eventual governo peemedebista.
Nascido em Torres (RS), Maggi fez carreira política no Mato Grosso. Frequentemente cotado para a pasta durante as ondas de especulação de reformas ministeriais, ele explicou por que decidiu aceitar o convite para tocar o ministério, que atualmente está nas mãos da também senadora Katia Abreu (PMDB).
"São nessas horas de crise que devemos nos apresentar. Antes de ser convidado, pensei que, se nesse momento for chamado a prestar os meus serviços e conhecimentos para o Brasil sair da crise, estou à disposição", afirmou.
Ao analisar a gestão da atual ministra, Maggi disse que "foi um bom trabalho". "Kátia Abreu fez avanços no ministério, e espero aproveitar todos. Não podemos achar que vamos construir uma casa a partir do telhado. Todas as casas têm base, meio e fim. Pretendo continuar os trabalhos feitos."
O novo quadro do PP adiantou qual será a diretriz da Agricultura sob sua batuta: "Prioridade é cuidar dos produtores agrícolas e não deixar esse setor, o mais importante da economia, que ainda está bem, cair numa descendente onde a crise e o desemprego imperam".
Ao final, foi instado a falar sobre a data de sua posse como um dos titulares da Esplanada de Temer: "Provavelmente, amanhã (hoje)", previu Maggi. Embora a rápida cerimônia de filiação tenha ocorrido na Câmara, o presidente da Casa e correligionário de Maggi, Waldir Maranhão, não apareceu. Pressionado para renunciar, ele permaneceu em seu gabinete. Questionado se era uma ausência sentida, Blairo Maggi foi objetivo: "Não sei, eu não o conheço", explicou.