Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Crise Política

- Publicada em 04 de Maio de 2016 às 18:23

'Luto com todos recursos', diz Dilma sobre processo

 Ao lançar o Plano Safra, Dilma Rousseff chamou o processo de fraudulento

Ao lançar o Plano Safra, Dilma Rousseff chamou o processo de fraudulento


EVARISTO SA/AFP/JC
A presidente Dilma Rousseff (PT) usou mais um evento no Palácio do Planalto para fazer a defesa do seu mandato e afirmou que usará todos os recursos disponíveis contra o impeachment. "Luto e lutarei em todas as instâncias e com todos os instrumentos possíveis (contra o impeachment)", afirmou, ressaltando que o processo é "fraudulento".
A presidente Dilma Rousseff (PT) usou mais um evento no Palácio do Planalto para fazer a defesa do seu mandato e afirmou que usará todos os recursos disponíveis contra o impeachment. "Luto e lutarei em todas as instâncias e com todos os instrumentos possíveis (contra o impeachment)", afirmou, ressaltando que o processo é "fraudulento".
Dilma aproveitou a cerimônia de lançamento do Plano Safra para justificar as operações de crédito que são base do questionamento do impeachment, e afirmou que, "pela lei que disciplina o Plano Safra, não há qualquer ato ilícito". "Não há base fática para levantar a execução do Plano Safra como um dos motivos do processo de impeachment", reforçou.
Segundo a presidente, nas operações de crédito com o Banco do Brasil, que estão apontadas como base de descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, "não consta que um atraso de pagamento é um empréstimo", afirmou, destacando que os recursos usados pela União foram "devidamente pagos".
A presidente Dilma Rousseff também chamou de "levianas" e "mentirosas" as acusações feitas pelo senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), ex-líder do governo no Senado, que embasaram o pedido que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez, na terça-feira, ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a presidente.
A presidente sugeriu que, além das razões políticas, os questionamentos com as operações que envolvem o agronegócio podem ser porque "alguns discordam que se faça subvenção econômica para a agricultura". "E eu tenho imenso orgulho de ter feito esse processo em relação à agricultura."
Lançado em meio a controvérsias, a cerimônia praticamente não teve a presença de grandes nomes do agronegócio, nem contou com a tradicional claque que tem ocupado o salão nobre nas cerimônias recentes do Planalto. Dilma, inclusive, desceu a rampa interna para o evento em silêncio e sem os ultimamente comuns aplausos e gritos de defesa do seu mandato. Não houve, por exemplo, nenhum grito de "não vai ter golpe" e, durante sua fala, até os aplausos foram raros e tímidos.
Logo no início do seu discurso, Dilma agradeceu o apoio da ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), a quem classificou de "íntegra, lutadora e digna", e reiterou as palavras da peemedebista de que a popularidade de fato vai e vem, "mas a integridade, a honradez e a lealdade, quando se perdem, se perdem para sempre".
Kátia afirmou que as acusações são infundadas e disse que, caso responsabilizem a presidente por conceder crédito ao agronegócio, ela quer ser corresponsável. "Muito me entristece ver as acusações a sua pessoa", afirmou. Segundo a ministra, uma das razões que apontam para afastar Dilma é "por ter acreditado na agricultura brasileira". "Se isso for verdade, quero ser corresponsável nesses atos, porque fui eu que disse para investir na agricultura, que teria resposta."

'Dilma vai se opor com todas as forças contra o golpe', afirma Carlos Araújo

O advogado gaúcho Carlos Araújo disse que a presidente Dilma Rousseff (PT) com quem teve um relacionamento de 25 anos e uma filha vai usar todos os recursos possíveis para se opor ao processo de impeachment, que chamou de golpe.
Para Araújo, a reação popular irá crescer se o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assumir o governo, caso o Senado aceite o processo e Dilma seja afastada do cargo. O advogado e ex-preso político deu as declarações na terça-feira ao participar do programa Espaço Público, da TV Brasil.
"No governo (Luiz Inácio) Lula (da Silva, PT) e no primeiro governo Dilma, as elites brasileiras, de modo geral, foram muito beneficiadas, ganharam muito dinheiro. Mas os trabalhadores também. O povo também. A classe média alta ficou de fora não foi beneficiada, nem prejudicada. Mas se sentiu prejudicada ideologicamente, por vários fatores", disse.
Na avaliação de Araújo, o "conformismo" em relação à saída de Dilma tende a desaparecer ao longo das próximas semanas.

Michel Temer confirma intenção de adiar cortes no número de ministérios

O vice-presidente Michel Temer (PMDB) reclamou da pressão que tem sofrido para a composição de uma equipe ministerial e confirmou que pretende aguardar o possível afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff (PT) para reduzir o atual número de pastas.
Segundo o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que se reuniu com o vice-presidente ontem, não pode cometer o equívoco de extinguir uma estrutura e depois tê-la de recriar.
"Ele disse que, na transição, não quer cometer um equívoco de extinguir uma coisa e depois ter de refazer ou enxertar em algum lugar. E que, como vai assumir provisoriamente, vai aproveitar para ver isso", afirmou Vasconcelos. "Eu entendi que ele não faria essa redução agora, e acho que ele está certo, para não cometer um equívoco só para atender à expectativa da sociedade", acrescentou.
Pressionado por dirigentes partidários, Temer admite o adiamento do anunciado corte de ministérios. Se antes a disposição era de, logo nos primeiros dias, reduzir o número de pastas, agora ele cogita um prazo máximo de 180 dias para as mudanças.
A justificativa oficial é que Temer não poderia correr o "risco de errar" eliminando estruturas, mas o recuo é resultado das resistências que tem encontrado para reduzir espaços entre os partidos que prometem apoio.