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Opinião

- Publicada em 06 de Maio de 2016 às 16:19

A limpeza ética que diminuirá a corrupção no País

O afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara Federal trouxe alívio a milhões de brasileiros que clamavam, seja em praça pública, nos locais de trabalho ou no aconchego dos lares, por essa medida de profilaxia ética.
O afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara Federal trouxe alívio a milhões de brasileiros que clamavam, seja em praça pública, nos locais de trabalho ou no aconchego dos lares, por essa medida de profilaxia ética.
A Operação Lava Jato vem desnudando, lastimavelmente, a corrupção nas entranhas de empresas públicas e privadas, em um conchavo que lesou o País em cerca de R$ 110 bilhões, segundo informaram promotores públicos federais na investigação, que está chegando a sua 30ª fase.
Envolvidos parlamentares, políticos e empresários. Lamentavelmente. Claro que a corrupção não nasceu hoje, nem no Brasil. O que se pede é mais rigidez na aplicação das leis, a fim de que a impunidade não se torne um salvo-conduto para que os escroques continuem agindo quase que livremente no desvio de dinheiro público.
Há um notável mal-estar em boa parte da população, em razão dos desdobramentos da Operação Lava Jato. Mais pessoas conspurcadas pelo dinheiro desviado através de obras e contratos superfaturados. Mas não podemos desistir. Só existe uma solução para nos livrarmos desse problema: enfrentarmos a verdade, admitindo a frustração, porém sabendo que não será fazendo tábula rasa com frases do tipo "todos são corruptos" ou, pior, "até que se roubou pouco nos últimos anos".
São pensamentos destruidores e que dão péssimos exemplos aos jovens, que, em alguns anos, estarão no comando de empresas, de prefeituras, de governos estaduais e mesmo da presidência da República. Não há corrupção que esteja acima da lei e da sociedade; e as instituições, fazendo o seu trabalho, continuarão a desarticular os desvios governamentais, em qualquer setor.
Se enfrentarmos a verdade sem pânico, com os mecanismos legais ao lado da sociedade, entenderemos que não há outro significado do que a punição para o que ocorre na Petrobras, no Maranhão, na adulteração do leite ou em Roraima. Mais dia ou menos dia, agindo em uníssono, a Justiça fará o seu trabalho, após as investigações meticulosas da Polícia Federal.
Jamais antes os policiais federais, a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público demonstraram tanta independência como agora. Sabemos que os brasileiros, com o que tem ocorrido, jamais deixarão de se sentir desconsertados, de ter dúvidas e de formular novas perguntas sobre como e por que isso aconteceu. Os que sustentam a máquina pública brasileira, ou seja, a maioria dos empresários de todos os setores e os trabalhadores públicos e privados estão enojados com os nomes citados.
Por isso, aplaude-se o trabalho das autoridades, e vibramos com o afastamento do hoje intolerável Eduardo Cunha. Há uma vontade nacional de que, se não é possível acabar com a corrupção, que ela seja combatida até as raias da máxima legalidade e por todos os meios possíveis. É isso que se espera dos governantes.
Basta de licitações arranjadas e obras com valores acima do mercado em um esquema de fraudes. O que ocorreu, deprimentemente, não é novidade, nem será a última ocorrência do gênero no Brasil e no mundo. Neste caso, dá para se citar o grande Ruy Barbosa, quando afirmou, há quase 100 anos, que "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos homens, o cidadão chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto". Porém não devemos desanimar.
 
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