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Imigração

- Publicada em 24 de Maio de 2016 às 15:47

Grécia inicia retirada de refugiados da fronteira com a Macedônia

Retirada de refugiados deve durar até dez dias

Retirada de refugiados deve durar até dez dias


SAKIS MITROLIDIS/AFP/JC
As autoridades da Grécia começaram, nesta terça-feira, a retirada de cerca de 8 mil pessoas que permaneciam no campo de refugiados de Idomeni, o maior do país, na fronteira com a Macedônia. O local era um dos principais pontos de parada da rota que passava pelos países dos Bálcãs rumo ao Norte da Europa. O campo chegou a abrigar 14 mil pessoas antes de os macedônios fecharem a fronteira, em março.
As autoridades da Grécia começaram, nesta terça-feira, a retirada de cerca de 8 mil pessoas que permaneciam no campo de refugiados de Idomeni, o maior do país, na fronteira com a Macedônia. O local era um dos principais pontos de parada da rota que passava pelos países dos Bálcãs rumo ao Norte da Europa. O campo chegou a abrigar 14 mil pessoas antes de os macedônios fecharem a fronteira, em março.
A operação começou às 6h (1h em Brasília) com 700 policiais, mas a retirada dos refugiados e imigrantes ocorreu sem confronto. Ônibus levaram cerca de 1.100 pessoas a acampamentos do governo em Tessalônica, a 86 quilômetros dali. A representante da ONG Médicos Sem Fonteiras, Vicky Markolefa, disse que a saída ocorreu de forma tranquila e sem incidentes.
Apesar da calma na retirada, os refugiados não pareciam satisfeitos. "Isso não é bom, porque ficamos três meses aqui e vamos passar mais seis antes de sermos realocados", ressaltou o sírio Hind al-Mkawi, de 38 anos, que fugiu de Damasco.
Abdo Rajab, de 22 anos, também passou três meses em Idomeni e agora pensa em pagar traficantes de pessoas para tentar chegar à Alemanha. "Não me importo em ir aos campos, mas minha vontade é chegar à Alemanha", afirmou.
Segundo a polícia, a estimativa é de que a retirada dure de uma semana a dez dias. Além do fechamento da fronteira com a Macedônia, o campo de Idomeni diminuiu de tamanho devido à formação de outros acampamentos na Grécia. A maioria dos refugiados e imigrantes vivia em pequenas barracas colocadas nos pastos próximos à linha férrea que liga o território grego aos Bálcãs. ONGs ofereciam comida e atendimento médico a seus habitantes.
Embora as autoridades gregas tenham colocado equipes de limpeza e banheiros químicos, as condições de higiene eram precárias e o campo se transformava em um lamaçal em dias de chuva, principalmente no inverno. Nos últimos meses, o local começou a ganhar uma cara mais permanente, com a construção de barracos de madeira e refugiados vendendo produtos como utensílios de cozinha e alimentos.
 

Governo estima em 54 mil o número de pessoas em acampamentos

O governo da Grécia afirma que mais de 54 mil refugiados e imigrantes ficaram parados no país depois que os países dos Balcãs começaram a impedir sua passagem. O primeiro a fazê-lo foi a Hungria, em setembro passado. A partir daí, as autoridades de Sérvia, Eslovênia, Croácia, Albânia e, por fim, a Macedônia, fecharam suas fronteiras. O acesso também ficou mais difícil devido ao acordo entre a Turquia e a União Europeia para conter os refugiados.
No ano passado, mais de 1 milhão de pessoas passaram pela Grécia rumo a países do Norte europeu, como Alemanha e Suécia. A maioria chegou à nação vindo da costa turca em barcos improvisados.
Depois que foi selado o acordo com a Turquia, em março, o fluxo diminuiu. Segundo a Organização Internacional de Migrações, 1.370 imigrantes e refugiados morreram tentando chegar à Europa pelo mar. O número é 25% mais baixo que no mesmo período de 2015. A entidade afirma que a redução foi provocada principalmente pelas restrições no Mar Egeu, principal rota utilizada em 2015.