Os governos de Cuba e dos Estados Unidos planejam fechar acordos nos próximos meses nas áreas de saúde, segurança e agricultura, informou ontem a diplomata cubana Josefina Vidal. Chefe da delegação cubana para as negociações com os norte-americanos, ela participou de uma reunião bilateral em Cuba para estabelecer um roteiro para o diálogo durante o resto deste ano. "A agenda é bastante ambiciosa", disse.
Para ela, a viagem do Barack Obama a Havana permitiu o avanço das negociações e da cooperação. Ela tem uma visão diferente da do ditador Raúl Castro, que considerou a visita de Obama um ataque aos valores cubanos. "Acreditamos que a visita foi um passo a mais para avançarmos em direção a uma melhora nas relações e pode ajudar a acelerar este processo, que é de interesse de ambas as nações", disse.
Segundo a embaixada norte-americana em Havana, os países terão discussões sobre direitos humanos e reivindicações como as compensações financeiras decorrentes das expropriações de empresas norte-americanas e do embargo a Cuba.
Enquanto os Estados Unidos buscam uma compensação de US$ 10 bilhões (R$ 35 bilhões) pelos imóveis e fábricas de norte-americanos nacionalizadas, Cuba quer US$ 121 bilhões
(R$ 423,5 bilhões) em indenização pelo embargo.