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Internacional

- Publicada em 09 de Maio de 2016 às 15:19

Avós da Praça de Maio denunciam fim de órgão aliado na busca por netos

Na semana passada, Macri afirmou que seu governo continuaria com políticas de direitos humanos

Na semana passada, Macri afirmou que seu governo continuaria com políticas de direitos humanos


JUAN MABROMATA/AFP/JC
O movimento argentino Avós da Praça de Maio denunciou ontem que o governo federal desarticulou um departamento público que colaborava com a identificação de filhos de desaparecidos durante a ditadura. A entidade soube da decisão pelo Diário Oficial do Estado, que publicou ontem o novo organograma do Ministério de Segurança. Nele, não aparece a diretoria de direitos humanos.
O movimento argentino Avós da Praça de Maio denunciou ontem que o governo federal desarticulou um departamento público que colaborava com a identificação de filhos de desaparecidos durante a ditadura. A entidade soube da decisão pelo Diário Oficial do Estado, que publicou ontem o novo organograma do Ministério de Segurança. Nele, não aparece a diretoria de direitos humanos.
"Essa área tinha um papel muito importante na pesquisa de documentos e na produção de relatórios para auxiliar nas investigações de crimes contra a humanidade", afirmou a entidade em uma carta publicada em seu site. A direção de recursos humanos havia sido criada em 2009, após um tratado entre a associação das avós e o governo de Cristina Kirchner ser fechado na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. O acordo tirou da alçada direta das forças de segurança a tarefa de identificar os filhos de desaparecidos.
Segundo o comunicado das Avós, a condenação, em 2005, de um policial que forjou as amostras de um dos netos indicou a necessidade de que o trabalho de identificação fosse passado a civis. "A decisão tomada pelo Ministério da Segurança (de desarticular o departamento) envolve um sério revés nos padrões alcançados pelo Estado Nacional para a investigação e repressão de crimes", acrescenta o documento.
A assessoria de imprensa da entidade informou estar tentando marcar uma reunião com a ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich. Caso a diretoria não seja retomada, o Estado deverá ser denunciado na Comissão Interamericana de Direitos Humanos pelo não cumprimento do acordo de 2009.
O Ministério de Segurança informou que, por ora, não comentará o assunto. Na semana passada, durante coletiva de imprensa a jornalistas estrangeiros, o presidente Mauricio Macri afirmou que seu governo daria continuidade às políticas de direitos humanos. De acordo com as Avós da Praça de Maio, cerca de 500 filhos de desaparecidos foram entregues a pessoas ligadas à ditadura entre 1975 e 1979. Desses, 119 já foram localizados.
 
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